+18 | Anne era a garota que tinha tudo que queria, isso ia desde ser a líder de torcida mais desejada, até mesmo ter todos os garotos na palma da sua mão. Só que nunca tinha se visto tão desafiada depois que conheceu Richard, o latino que roubava su...
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Hoje, revendo o quão longo pareceu ser esse dia e o quanto eu fiquei sem olhar na cara do Michael, posso concluir que tudo não passou de um baita tempo perdido.
Para dar a vocês um desfecho do meu primeiro dia de aula, que mais pareceu uma década, assim que eu entrei na sala de detenção, todos os envolvidos já estavam sentados lá.
Margot, com os lábios inchados e alguns arranhões no rosto, sentava próximo à janela, isolada de todo mundo. Danny, Ethan e Mike estavam sentados um ao lado do outro no fundo. Isabel estava sentada a frente do Ethan e Karen a frente do Danny. Vamos lá né... sentei na cadeira vazia a frente do Mike.
Pra quem não sabe, os meninos pegaram detenção porque se envolveram na briga. Mesmo que eles só apartaram, o treinador deles é louco e mandou todo mundo que estava perto pro mesmo buraco.
Não ficava nenhum monitor com a gente, porque a sala tinha como parede da frente um enorme vidro, que dava uma visão plena pra sala da diretora, que vez ou outra nos olhava e analisava se estava tudo em ordem.
Eu estava analisando os detalhes da sala quando olhei para Karen, que aparentava estar em outra dimensão. Ela estava recebendo uma massagem nos ombros do Danny. Quando o olhei, ele sorriu e piscou pra mim. Ainda bem que Rebecca não é apegada.
Margot foi dispensada primeiro porque havia chegado antes que todo mundo. Passou na sala da diretora e em seguida foi embora. Restava ainda vinte minutos pra eles e vinte e cinco pra mim. Pelo visto, eles também demoraram a entrar. Eu apoiei meu rosto na minha mão e, quando estava quase conseguindo cochilar, senti um toque no meu ombro direito. Era Mike que me passava um papelzinho.
"Você e suas magias de bruxa. Falei que teria o Notre Dame inteiro aos seus pés"
O olhei brevemente por cima do ombro, recebendo um olhar esperançoso dele. Naquele momento eu só me perguntava se ele tinha merda na cabeça. Hoje vejo o quanto ele insistiu em mim. Em nós.
"Aquilo não muda nada. E vai se foder antes que eu me esqueça _|_"
Coloquei o papelzinho no meu ombro e ele pegou. Ao ler, soltou um riso pelo nariz.
"Te foder? Com prazer! Mas antes me dá uma chance de explicar, não é bem isso que você está pensando..."
Revirei os olhos.
"Não. E sinceramente espero que você tenha uma boa memória, porque da minha parte é tudo o que você vai ter. Se é que me entende. Tchau."
Ele resmungou um "ah, foda-se" baixo e depois não me mandou mais nada. Depois de minutos que pareceram horas, finalmente fomos liberados. A diretora me chamou pra validar minha versão da briga e me dispensou, mas não sem antes me dar o sermão da montanha.
Eu só queria a minha casa. A minha cama. E contar tudo o que havia acontecido à Rebecca.
Assim que sai da escola, pra minha infelicidade, avistei Mike sentado do lado de fora. Ficamos naquela chatisse dele querer se explicar e eu não querer ouvir, por fim ele me convenceu a deixá-lo me levar embora com a condição de ficar calado acerca do assunto de hoje de manhã. Eu não tinha ido com o meu carro, então ou eu aceitava ou seriam 30 minutos de caminhada.
