Sete

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Eu poderia ficar horas a fio aqui dizendo pra vocês o quanto eu chorei, me deprimi, discuti e até tentei fugir de casa, porém isso não mudaria o fato de que, no dia seguinte a aparição de Anthony, minhas malas estavam prontas

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Eu poderia ficar horas a fio aqui dizendo pra vocês o quanto eu chorei, me deprimi, discuti e até tentei fugir de casa, porém isso não mudaria o fato de que, no dia seguinte a aparição de Anthony, minhas malas estavam prontas.

A única coisa que eu exigi foi me despedir de Rebecca.

— Anne, vai ser bom pra você! Eu vou te visitar em alguns feriados, o que acha? — minha amiga me dizia enquanto enxugava as lágrimas do meu rosto — e é bom você mostrar quem manda naquela merda já na primeira semana! Sua cota de inferioridade pra vida já foi esgotada nesse último ano. Só seja a Annelise e eu tenho certeza que aquela escola estará aos seus pés — ela falava com aquele jeito mandão de sempre e, vou contar um segredo pra vocês: naquele momento essas palavras entraram por um ouvido e saíram pelo outro.

Eu nem entendia o significado delas. Eu não tinha me dado conta até então que o real motivo por eu querer tanto me despedir dela, justo dela, era porque ela sempre emanou o que tanto me faltava: confiança.

Um poder e uma força que transbordava!

Transbordava tanto que me atingiu e me sustentou durante anos. Ah! Mais uma epifania! Eu conseguia esconder tão bem minhas inseguranças pela motivação dela, pela luz que emanava diretamente da alma dela.  Eu não era uma boa dançarina e não tinha muito jeito com meninos até ela me impulsionar e me fazer florescer. Sinceramente, nesse momento eu não conseguia conceber a ideia que eu conseguiria alcançar algo sem ela, sem estar perto dela.

— Você é foda, Annelise! Não deixe ninguém te dizer o contrário! Mostre pra aquelas patricinhas como fazemos aqui em Pittsburgh — e com mais um abraço, finalmente tive força pra me despedir.

E fui.

Me despedir da minha mãe no aeroporto também não foi fácil, mas assim o fiz. Embarquei com o meu progenitor rumo ao desconhecido. Quando chegamos em Los Angeles eu me permiti esquecer um pouco a minha realidade e viajar naquela paisagem tão diferente da qual eu estava habituada.

Olhava tudo como uma boa turista e Anthony, ao perceber isso, passou a me contar acerca dos pontos turísticos que passávamos no caminho de casa (mais parecia um guia, mas essa foi a forma dele conseguir se conectar comigo).

Chegamos até uma portaria de condomínio fechado de casas e, como eu suspeitava, a realidade dele era BEM diferente da minha. Tínhamos uma vida boa em Pittsburgh, mas aquilo? Aquilo era luxuoso. Seu carro parou em frente a uma casa de arquitetura moderna. Parecia uma caixa de vidro de dois andares.

Já vou dar um spoiler porque eu não me aguento!! A vista da cozinha era algo surreal! Não tinha parede para os fundos, era só uma grande janela do chão ao teto  que revelava uma belíssima floresta montanhosa que avançava até o horizonte. Definitivamente meu lugar preferido era na cozinha.

Os quartos ficavam no andar de cima e o meu, infelizmente, tinha vista pra frente da casa, o que me dava uma boa visão da extensão do condomínio, que era muito bonito, diga-se de passagem. Tudo ali exalava a riqueza.

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