+18 | Anne era a garota que tinha tudo que queria, isso ia desde ser a líder de torcida mais desejada, até mesmo ter todos os garotos na palma da sua mão. Só que nunca tinha se visto tão desafiada depois que conheceu Richard, o latino que roubava su...
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Ódio.
Vocês já sentiram isso? Já sentiram como se o seu corpo inteiro tremesse de raiva? Já sentiram sua visão ficar turva ao ponto de mal enxergar um palmo a sua frente? Até então, eu nunca havia me sentido assim.
Não sabia se pelo Michael ter me enganado, pela vaca da Margot ter falado aquilo, ou se por esses dois motivos e ainda mais pelo fato do Michael não ter se manifestado. Mas o fato é que nesse dia o meu sentimento predominante foi o ódio.
O restante das aulas passaram até que bem rápido naquele primeiro dia. Ouvi o sinal do intervalo tocar, quando Karen e Isabel me cercaram.
— Hoje vai ser a seleção para o grupo de torcida! Já te inscrevemos! — elas diziam animadas.
Elas foram minhas melhores amigas por todo esse ano. Neste intervalo eu também conheci a galera que viria a ser meus companheiros até a formatura. Danny foi o guia social que eu esperava que Michael fosse. Recebi alguns olhares interessantes, inclusive de Ethan, mas vamos com calma, pessoal.
Quando faltavam dez minutos pra encerrar o intervalo, pedi licença e sai rumo ao campo de futebol (pra fumar, claro). Até então, sem sinal do Michael. Jurei que ele estava com a namoradinha dele.
Sentei numa área coberta da arquibancada e fiquei ali pensando milhões de coisas. Mal sabia eu que eu ia viver momentos muito felizes naquela cidade. Momentos esses que eu gostaria de ter aproveitado mais, mas naquele momento eu entoei o mantra da Rebecca na minha cabeça (Você é foda. Não deixe ninguém te dizer o contrário) pra não me abater mais, comecei a fazer planos e...
Todos eles foram ofuscados com a imagem de um Michael que subia a arquibancada na minha direção. Eu ainda estava no começo do segundo cigarro, não ia apagar só por causa da belezura. Então fiquei com a maior cara de indiferença que eu tinha disponível no momento, enquanto ele se sentava ao meu lado.
— Anne, olha...
— Michael, se poupa. — o cortei e mantive o meu olhar na grama do campo a minha frente.
— Eu posso explicar. — ele tocou no meu joelho.
— Ah, pode? Então ela não é sua namorada? — o encarei pela primeira vez e retirei sua mão do meu joelho.
— É complicado — ele desviou o olhar.
— Não, Michael. Não tem nada de complicado nessa merda. O que você está fazendo aqui? Você namora! — respondi e acendi o terceiro cigarro, já que pelo o visto eu havia terminado o segundo numa tragada só. Alguém tira esse bosta daqui? Produção? Me levantei pronta pra sair, contudo ele se levantou e se pôs na minha frente.
— Você não parecia se preocupar com isso enquanto pedia pra eu te foder mais forte — ele disse com o olhar de desdém. Gente, sério, eu me segurei muito pra não meter o chute na área íntima dele. Esse dia ele me levou ao limite. De repente, ele soltou uma tremenda gargalhada, como se a minha reação tivesse sido a coisa mais engraçada do universo. Mais um ponto pro meu autocontrole. — Eu to brincando, Anne!!! Sério, me deixa... — ele deu um passo na minha direção.
