Três

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Assim como alguém que tenta segurar a água com a mão, eu vi a minha dignidade se esvair por entre meus dedos

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Assim como alguém que tenta segurar a água com a mão, eu vi a minha dignidade se esvair por entre meus dedos.

Por mais que eu tentasse a todo o custo mantê-la junto a mim, com a ausência da tal dignidade, todas as estruturas solenes do meu caráter caíram como um efeito dominó: vaidade, respeito, integridade, honestidade, autoestima...

Amor próprio.

A partir daquele dia na fraternidade, as investidas sexuais de Richard foram cada vez mais fortes. Obviamente, ele sabia que não conseguiria tirar minha virgindade no primeiro dia do nosso "acordo". Mas a partir dali foi uma série de "deixa eu colocar só o dedo pra você ir se acostumando" e "eu prometo que você vai gostar". E eu realmente gostava!

Ele sabia o que fazer com as mãos. E a boca. E a língua. Por estar crente que as ações dele eram movidas por amor e respeito à mim, eu deixei ele ultrapassar alguns limites que, até então, não haviam sido rompidos por nenhuma outra pessoa.

Frequentei a irmandade todos os fins de semana desde então e, aos poucos, comecei a experimentar algumas das coisas que o pessoal usava, como narguilé com maconha, bong e baseado em si, mas não passava disso. Algumas vezes cheguei a ver um ou outro dando um trago em um pó branco, mas né? Quem sou eu pra julgar?

Eu procurei ter mais amizade com o pessoal, mas até disso o Richard me blindava. Tentei por diversas vezes pegar o número de algumas meninas que havia feito amizade, afim de fazermos algo fora da fraternidade, mas sempre Richard me falava:

— Depois eu te passo o contato dela, vem, fica comigo aqui... não é o momento pra isso. — E eu, constrangida, acatava, sempre percebendo olhares entre eles.

Até que com seis meses desse relacionamento... Aconteceu.

Eu entreguei à ele o único resquício de dignidade que ainda me restava. Mas calma! Vou detalhar para vocês essa catástrofe. Na medida do possível.

Foi em uma das festas da fraternidade. Eu deveria ter percebido que algo estava errado quando chegamos na fraternidade e não fomos sentar com os "nossos" amigos. Ele me puxou direto para o quarto, que era do irmão dele. Começamos mais uma sessão de amassos e...

— Que tal fumarmos um pra aliviar a tensão? Você parece tão travada hoje... — ele falou enquanto estava em cima de mim, no meio das minhas pernas. Ainda de roupa, ok?

— Tá, pode ser... — ele se retirou de cima de mim e eu sentei na cama.

Ele sentou ao meu lado e começamos a fumar. Tivemos um momento legal, conversamos e, como todo bom casal chapado, rimos demais. Até que em dado momento aquele brilho malicioso ressurgiu em seu olhar. Eu realmente pensei que era só tesão da parte dele, não achei que eu seria uma presa de suas crueldades.

Aos poucos voltamos a nos beijar e, como ele havia previsto, eu estava super relaxada. Minha mente totalmente anestesiada de qualquer alarme vermelho que o meu subconsciente pudesse soar.

ME QUEIME DEPOIS DE LER Onde histórias criam vida. Descubra agora