Dezessete

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Coisas improváveis acontecem em dias improváveis

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Coisas improváveis acontecem em dias improváveis.

Dando continuidade ao fim do meu aniversário, tirei meu sapato no pé da escada e subi a passos lentos. Eu estava morta! Parecia que um caminhão havia passado por cima de mim.

Adentrei o meu quarto e já começava a desgrudar o tecido da jaqueta da pele do meu seio quando...

— SANTO DEUS, Michael! — me encostei na parede e depositei uma mão ao meu peito por conta do susto. Levei alguns segundos pra me recompor. Ele estava sentado de forma desleixada na cadeira da minha escrivaninha e... fumando? — O que você tá fazendo aqui? Você está fumando? — fiz a última pergunta praticamente num grito.

— Uma pessoa me falou que cigarro ajuda com a ansiedade, então... — ele falou dando mais um trago enquanto me encarava sarcástico. Assumo que a visão do Mike com o peito nu fumando foi uma das cenas mais excitantes que eu já vi.

— Você tá louco? Não fala merda, Michael — praticamente corri até ele e tirei o cigarro dos seus dedos. Pensei em apagar, mas eu mesma comecei a fumar. Ele me deixava ansiosa.

O observei se levantar e ir até a minha porta. Jurei que ele iria embora, já que a minha recepção não foi das melhores, mas, pra minha surpresa, ouvi ele trancar a porta do meu quarto. Apaguei o cigarro em um cinzeiro próximo e me virei para encará-lo.

— O que você pensa que está fazendo? — cerrei os olhos.

— Hoje você vai me ouvir. Não porque eu devo qualquer porra de satisfação a você, mas você está sendo uma filha da puta injusta.

Por que mesmo que eu apaguei aquele cigarro? Melhor eu acender outro. Agora foi a minha vez de sentar na cadeira da escrivaninha e fumar. Cruzei minhas pernas, apoiei um braço no encosto da cadeira e a outra mão me auxiliava a tragar meu pedaço de destruição pulmonar, sem cortar a conexão que os nossos olhos fizeram. Sua expressão era neutra, mas seu olhar não disfarçava a atração que sentia.

Não posso julga-lo. Ficar entre quatro paredes com ele também era extremamente difícil pra mim. Quando ele notou que eu não falaria nada, começou.

— A minha relação com a Margot é complicada. — revirei os olhos — Da pra parar de fazer isso? — revirei os olhos de novo — Eu esqueci que estou lidando com uma criança de 5 anos, então vou ignorar suas merdas. Voltando ao que eu estava dizendo... Eu conheço a Margot desde criança. Nossos pais são amigos e sócios, então sempre estudamos juntos, moramos perto, viajamos juntos, tivemos a primeira vez juntos... — ele deu uma breve pausa antes de continuar — Mas nunca oficializamos nenhum namoro. Muito pelo contrário, no começo do ensino médio ela me pediu para que só ficássemos quando desse vontade, nada de relacionamento exclusivo. E foi assim que eu levei... até o final do segundo ano — ele deu mais uma pausa, dessa vez me avaliando. Minha postura não era mais hostil e eu encarava ele com muita atenção — Não sei se pelo fato de estarmos entrando no último ano ou sei lá! Eu realmente não sei o motivo disso tudo, mas ela começou a pegar no meu pé. Começou a ir a minha casa e se comportar como minha namorada, disse pra minha família que esse ano iríamos oficializar nosso namoro e... Anne, eu falo sério quando eu digo que nunca dei nenhuma esperança a ela. Nunca falei que iríamos entrar na porra de um relacionamento, mas antes dela ir viajar eu falei que iria pensar nisso tudo que ela estava me propondo, só pra ela me dar um tempo. Ela estava me sufocando! — ele inspirou fundo antes de continuar — Sem contar que ela ganhou força com o meu pai — ele deu uma breve pausa e travou o maxilar ao falar "pai" — que incentivou ela a continuar investindo em mim e garantiu que ia conversar comigo pra me fazer mudar de ideia. E a persuasão dele provavelmente iria funcionar, se eu não tivesse descoberto o lixo que ele é — ele respirou fundo tentando se recompor do breve desabafo — enfim, ela acreditou. Achou que quando voltasse da Europa eu já teria aceitado e que estaríamos juntos. E olha... — ele respirou fundo mais uma vez — Eu não vou mentir pra você. Passamos muitos momentos juntos, ela existe na minha vida desde que eu me entendo por gente. Eu sinto sim um carinho por ela, mas não desse jeito. Não o suficiente pra querer algo sério.

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