ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 𝟚𝟡

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Joshua Kyle Beauchamp

Acordo com uma dor no meu tórax. Era forte, mas não insuportável. Aos poucos vou me recordando dos acontecimentos.

Invasão.

Tiro.

Any.

Tiro.

"Aceito, Beauchamp"

Se eu não tivesse todo dolorido devido ao ferimento, com certeza já teria saído pulando e comemorando por aí. Ela aceitou namorar comigo. Aceitou ser minha fiel. Aceitou ser minha. Só minha.

Eu, confesso, que não queria que fosse assim, sob aquelas circunstâncias. Eu sei que ela me esconde alguma coisa. Eu estava empenhado em tentar descobrir, mas sem me apegar. Entretanto, a questão é que eu já estava apegado a ela há muito tempo. Talvez desde o momento em que a vi, ou talvez no momento em que ela me recusou, ou até mesmo quando ela me enfrentou pela primeira vez e falou algumas verdades na minha cara.

Mas como eu poderia não me apegar a ela? Porra, é só olhar para ela. Ela tem uma beleza excepcional, não tem medo de enfrentar e lutar pelo que quer e, com certeza, não é indefesa (e eu aprendi isso da pior forma, apanhando dela).

Mas confesso que só tomei coragem para tentar algo mais sério com ela quando a vi desesperada tentando me ajudar. Ele me tirou de lá, me carregou até o carro e me trouxe ao hospital. O tempo todo dizendo que tudo ficaria bem. E realmente ficou.

Também não é como se eu fosse casar com ela, ter filhos e montar uma família feliz. Eu apenas gosto dela e me sinto bem quando estou próximo a ela, não é como se eu tivesse me apaixonado. Na verdade, eu posso dizer que não quero nunca me apaixonar por ninguém. Já perdi pessoas de mais, e não quero ter mais ninguém como uma fraqueza.

Abri meus olhos, aos poucos, para me acostumar com a claridade excessiva do quarto de hospital. Ouvi alguns burburinhos e me deparei com uma cena que me fez ficar irritado. Um médico entrou no quarto e Any, que aparentemente estava dormindo na poltrona ao meu lado, se assustou e quase caiu.

E, se já não bastasse ele quase ter feito ela se machucar com o susto, ele ainda pegou em sua cintura para "ajudar" ela. Fingi continuar dormindo para ver até onde ele iria. Percebi que ela disfarçou para se afastar dele, provavelmente se sentindo desconfortável. Logo ele deixou o quarto e ela suspirou aliviada.

- Devo me preocupar com o médico manjando minha namorada?

Ela me encarou, com os olhos esbugalhados, como se estivesse vendo um fantasma ou algo do tipo. Ela abriu a boca e fechou, várias vezes, provavelmente procurando algo para responder.

Eu a encarei. Sem desviar o olhar. Eu não estava bravo com ela, só com o médico, já que pude perceber que ela não fez nada.

- E-eu... eu... – ela gaguejou e eu a interrompi.

- Está tudo bem. – afirmo e ela sorri, tímida.

- Como você está? – ela pergunta, mudando sua feição para uma de preocupação.

- Ah, bem eu acho. Só um pouco dolorido, mas é normal. – dei ombros.

- Acho melhor chamar o médico para vir te examinar. – ela diz mordendo o lábio inferior, o que eu acho extremamente sexy – Para ver se está tudo bem.

- É aquele de antes? – pergunto arqueando uma sobrancelha.

- É. – ela responde – Ele que fez sua cirurgia. Passou aqui antes para ver se você já tinha acordado.

𝔸𝕕𝕠𝕣𝕒𝕧𝕖𝕝 𝕖 𝔸𝕞𝕒𝕣𝕘𝕒 𝕍𝕚𝕟𝕘𝕒𝕟𝕔𝕒 - 𝔹𝕖𝕒𝕦𝕒𝕟𝕪 [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora