Capítulo 08

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- Sina e você o quê? Ainda são casadas? Acho que não, ou você esqueceu que deu entrada no pedido de anulação do casamento? O advogado me ligou hoje dizendo que já saíram os papéis. Você não é mais a senhora Deinert.

....

Heyoon encarava Noah com um olhar que misturava confusão e surpresa, com tudo que aconteceu ela esqueceu completamente desse detalhe.

Quando resolveu dar uma chance a Noah eles conversaram sobre futuramente oficializar a relação dos dois, apesar de querer muito que Sina voltasse, ela sabia que as chances eram nulas, ainda mais devido ao tempo que já havia passado e nada da mulher ter uma resposta de melhora no seu quadro clínico, então com mias ou menos uns dois meses que Heyoon estava com Noah ela contratou um advogado para resolver as questões jurídicas relacionadas ao casamento dela com Sina.

Agora, não bastasse ter que falar sobre Noah e Gyuri, agora teria que falar também que não eram mais casadas. Heyoon se sentia mal e sabia que Sina a odiaria para sempre depois que elas tivessem essa conversa.

- Como assim sairam hoje? Eu pensei que levaria mais tempo. - Heyoon falava calma ainda anestesiada pela notícia. Noah em vez de respondê-la lhe lançou outra pergunta.

- Agora que Sina acordou, você se arrependeu de ter feito o pedido?

- N-não é isso, eu só não esperava que fosse tão rápido e eu esqueci completamente sobre esse assunto.

- Pois é, como eu disse, Sina não é mais responsabilidade sua, você fala com ela sobre nós dois e nossa filha e deixa ela que os pais cuidam, é o melhor. - Heyoon sentiu sua raiva por Noah voltar a crescer.

- Independente de eu carregar ou não o sobrenome de Sina, eu não vou abandoná-la, que fique bem claro e com licença, perdi a fome.

Heyoon deixou a sala de jantar e seguiu para o quarto, precisava tomar um banho para relaxar e foi isso que fez. Quando terminou o banho e voltou para o quarto Noah já estava pronto para dormir, ela então presumiu que o homem usara o banheiro do corredor, ela colocou sua roupa de dormir e foi em direção a porta do quarto.

- Para onde você vai Heyoon? - Noah perguntou se sentando na cama.

- Dormir com Gyuri. - Saiu batendo a porta devagar pra não acordar a menina que dormia no quarto ao lado.

...

Sina acordou cedo mais uma vez e ficou a espera das enfermeiras que todas as manhãs a auxiliavam com sua higiene, com o passar das semanas ela acabou se acostumando com as mulheres e até fez amizade com elas, era bom ter com quem conversar as 7:00 da manhã todos os dias.

Aquela manhã Diarra não poderia ter com ela sua sessão diária de fono, pois precisou se ausentar para resolver assuntos particulares, então sem nada para fazer é ninguém para conversar, Sina resolveu começar a ler o livro que ganhou de Sofya há alguns dias para passar o tempo. Curiosamente o nome do livro era "Quando é preciso voltar" de Zibia Gasparetto, o livro trata basicamente da história de Osvaldo que decide viajar para recomeçar sua vida após descobrir a traição de sua esposa Clara.

Entretida com a leitura ela não percebeu que seus pais chegaram para visitá-la. Na noite anterior Sofya foi ao seu quarto comunicar que as suas visitas voltariam a ser permitidas e com isso seus pais foram os primeiros a irem vê-la.

- Filha?

Sina se assusta um pouco com o chamado inesperado, mas logo se recompõe.

- Mamãe, papai, vocês me deram um susto. - Sina fechou o livro marcando a página que havia parado a leitura e colocou na mesinha ao lado de sua cama. - Como estão?

- Nós que perguntamos querida, ficamos preocupados com você, e surpresos quando Sofya nos ligou avisando que suas visitas estavam suspensas, o que houve meu amor? - Sua mãe perguntou enquanto segurava sua mão.

- Não houve nada, eu só precisava de um tempo para digerir toda as situação e pôr as ideias no lugar, me desculpem se os deixei preocupados.

- Tudo bem filha, nos entendemos, e estamos aqui para apoiar e ajudar você em tudo, nunca esqueça disso.

- Sim papai, obrigada, mas me falem as novidades, o que fizeram durante esse cinco anos, acho que tenho bastante tempo livre para ouvir. - Sina diz com um sorriso no rosto e seus pais retribuem o mesmo.

- Não fizemos nada demais, seu pai...

Entre uma conversa e outra as gargalhadas de Sina e dos seus pais podiam se ouvir pelo corredor fora do quarto, aquele quarto que por anos foi silencioso agora era sempre um dos mais barulhentos e preenchidos de risos quando Sina conversava com alguém.

Seus pais contaram o que fizeram durante o tempo que Sina esteve em coma e a conversa começou a mudar o rumo para Heyoon.

- E Heyoon, como passou esse anos? - Sina pergunta com um meio sorriso triste.

- A meu bem, isso ela mesma tem que contar a você, não cabe a nós falarmos como ela passou esse período, não é quando?

- Sim, sua mãe tem razão Sina, você precisa vê-la e vocês precisam conversar sobre tudo, se quiser nos avisamos que suas visitas já estão liberadas, ela até está com mais folga na gravadora, era período de escolher as faixas e os intérpretes, você sabe melhor do que nós.

- Sim, eu sei, talvez Sofya...

Sina é interrompida por suaves batidas na porta que logo se abre revelando um pequeno ser de características asiáticas.

- Que bom vê-los, não sabia que estavam aqui, como estão? - Heyoon cumprimenta os pais de Sina com um abraço em cada.

- Estamos bem querida, e agora a pouco falávamos de você, em avisar que as visitas já estavam permitidas, mas felizmente você já está aqui, e com isso é a nossa deixa. - A mãe de Sina fala se virando para a filha. - Agora que Heyoon está aqui com você, nós precisamos ir meu amor, amanhã nós voltaremos.

A mulher mais velha abraçou a filha e foi se despedir de Heyoon, o mesmo fez o pai de Sina e em poucos minutos Sina e Heyoon se viram sozinhas no quarto. Apesar de estar vibrando de felicidade por ver Heyoon ali, Sina começou a sentir um certo desconforto, até que Heyoon decidiu por quebrar o silêncio.

- Oi.

- Oi.

- Mais cedo a Sofya me ligou dizendo que suas visitas já estavam liberadas, então eu achei que...

- Tudo bem, afinal nós precisaríamos conversar mais cedo ou mais tarde não é? - Sina sorri para Heyoon que lhe retribui na mesma intensidade.

- Sim, você tem razão.

- Presumo que algumas coisas mudaram ao longo de cinco anos, certo? - Sina falou encarando as mãos de Heyoon e logo voltando a olhá-la nos olhos.

- S-sim.

- O que mudou em cinco anos Heyoon?



Continua...
That's all folks!!!

5 Anos - [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora