- Presumo que algumas coisas mudaram ao longo de cinco anos, certo? - Sina falou encarando as mãos de Heyoon e logo voltando a olhá-la nos olhos.
- S-sim.
- O que mudou em cinco anos Heyoon?
...Heyoon suspirou pesado e deixou sua bolsa na mesinha ao lado da cama de Sina. Ela queria ganhar tempo antes de ter que contar tudo para a mulher a sua frente, e até o tempo de se dirigir a mesinha era válido.
- Sina, antes de eu começar a falar qualquer coisa eu quero que você saiba que eu amo você, eu jamais deixei de te amar e não tem nenhum meio de isso acontecer. - Heyoon falou tudo num fôlego só para não perder a coragem de falar.
- Amor, você está me assustando, respira e fala com calma, vem aqui. - Sina esticou o braço para Heyoon e quando ela pegou sua mão, a puxou para junto de si e a envolveu num abraço. - Me conta tudo, com calma.
- Me desculpa, me desculpa, por favor, eu te amo tanto. - Heyoon não conseguiu controlar seu choro e suas lágrimas molhavam a roupa de Sina por cima do ombro.
- Tudo bem, leva o seu tempo, está tudo bem.
- Não, não está.
Heyoon e Sina ficaram abraçadas por um tempo até a coreana se acalmar e aos poucos seu choro ir cessando, enquanto isso Sina fazia carinho em seus cabelos, como costumava fazer quando estavam abraçadas antes de tudo acontecer.
- Quando eu soube que você havia se envolvido em um acidente de trânsito eu fiquei perdida, sem saber o que fazer se alguma coisa grave tivesse te acontecido, então eu liguei para os seus pais e em seguida saí para o hospital. - Heyoon deu uma pequena pausa para respirar fundo e continuar falando. - Quando cheguei aqui me informaram que seu carro havia se chocado com um caminhão, que seu estado era grave e não me deixaram ver você.
De acordo com o que Heyoon ia falando, Sina sentia seus olhos ardendo, e algumas lágrimas começaram a rolar por seu rosto. O mesmo acontecia com Heyoon, essa por sua vez decidiu desfazer o abraço por que queria falar tudo olhando para Sina.
- Seus pais chegaram, os meus também, e ficamos todos esperando notícias suas, os policiais vieram me procurar para entregar os seus pertences que ficaram no local do acidente e me entregaram um buquê de flores que eles acharam de baixo do banco do carona do carro.
- Antes de entrar no carro para voltar pra casa eu comprei um buquê de flores para você, talvez se eu não tivesse comprado e tivesse ido direto para casa isso poderia nunca ter acontecido. - Sina focou seu olhar em um ponto qualquer e limpou as lágrimas de seu rosto. - Continua, por favor. - Heyoon também limpou seu rosto e tentou manter sua fala mais firme.
- As horas passavam e não tinhamos nenhuma noticia sobre você, apenas médicos indo e vindo de um lado para o outro e dizendo para que aguardacemos que em breve trariam notícias, então passado mais algum tempo o Thomas nos informou sobre seu quadro e que você estava em estado de coma.
Sina soltou o ar que nem ela sabia que estava prendendo e respirou fundo acenando com a cabeça para que Heyoon continuasse a falar.
- Você estava em coma, os médicos não sabiam se você iria retornar e eles seguiram o protocolo de esperar as próximas 72 horas para saber a evolução do quadro clínico do paciente. Uma parte de mim morreu aquele dia e a outra parte precisava se manter viva para cuidar de você. Os dias passaram e você não respondeu a nenhum tratamento que foi feito, então com uma semana o Doutor Thomas me disse que o mais indicado seria desligar os aparelhos, óbvio que eu não permiti e nem permitiria isso acontecer, eu não aceitava que você se fosse assim, essa foi a primeira vez que me falaram sobre desligar seus aparelhos. Passaram duas, três, quatro semanas, de semanas foram para meses e de mês em mês se completou o primeiro ano, durante esse período eu praticamente mudei aqui para o hospital, eu acreditava que se você me ouvisse todos os dias te pedindo pra voltar você iria ouvir e voltaria, mas não, você não voltava Sina.
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5 Anos - [HIATUS]
RomanceCom seu casamento em crise, Heyoon se vê perdida quando na noite de aniversário de 5 anos de casamento recebe uma notícia que nem em seus piores pesadelos poderia imaginar receber.