Segunda Chance

Três Dias

Minha chegada à escola foi muito bem recepcionada pelo desespero de um Hoseok realmente demasiado.

Assim que ele me viu correu em disparada na minha direção e me abraçou como sempre fazia, porém, dessa vez, o abraço veio carregado de perguntas e seguido de uma reclamação de dor automática. Acho que daqui por diante é tudo que irei fazer.

- Amy onde você se meteu durante três dias? Por que não atendeu minhas ligações? Eu mandei um milhão de mensagens para você, estava quase indo na sua casa! E por que gritou? Está com dor? O que aconteceu? Meu Deus e esse curativo na sua testa? – ele perguntava rapidamente com um drama exagerado, típico de Jung Hoseok, enquanto investigava o motivo de minha reclamação.

- Hoseok calma, respira, eu não sumi por três dias, você está doido? E solta meu braço! – puxei o pulso de suas mãos, brava. Sei que surtei ontem, mas não foram três dias, não faz nenhum sentido.

- Mas é claro que sumiu! Desde sexta-feira estávamos procurando por você, o Jerry entrou em contato com a polícia porque ninguém tinha notícias suas, estávamos pensando o pior, agora você aparece, como se nada tivesse acontecido. Como você consegue estar tão calma sendo que?...

- Sendo que o que? – perguntei alarmada e ele me olhou estranhamente.

- Amy você esteve se drogando? – ele perguntou desconfiado, o encarei pasma com a pergunta.

Depois comecei a rir. Posso considerar esse momento hilariante.

- Não! É que... Eu sumi mesmo por três dias? Eu achei que tivesse sido um só, eu não sei... Isso é estranho...

- Onde você esteve exatamente, posso saber? – Hoseok aguardava uma resposta impaciente.

- Se eu contar... Promete não brigar comigo? – perguntei em dúvida.

Ele parou pensativo esperando que eu começasse a falar, o que não demorou muito. Observei cada expressão de seu rosto, o modo como movia seu maxilar, e a cor castanho avermelhado de seus olhos mudarem para um castanho escurecido, eu vi Hoseok arregalar cada vez mais os olhos conforme eu ia me aproximando do ápice da história, ele estava inquieto. Sua boca abriu involuntariamente várias vezes quando disse que estava decidida a fazer e que no fim eu realmente havia feito. Depois que a ficha dele caiu começou a surtar de novo.

- Você enlouqueceu? Por que fez isso? Você poderia ter mesmo morrido, como eu ficaria? Como sua tia ficaria quando descobrisse? Coitada da Nanny! Você não pensou nas consequências desse seu ato insano? Meu santo, G dragon! Quantos dedos têm aqui? Você foi ao médico? Não, você não foi ao médico esse curativo de dedura. Como você chegou a sua casa? Alguém te ajudou? Que irresponsável você tinha que ter ido a um hospital, por que não foi a um hospital?

- Hoseok pelo amor de Deus! Calma. – Segurei seu rosto com minhas duas mãos e o fiz olhar para mim. – Eu estou bem. Um pouco dolorida, claro, eu meio que me entupi de remédios hoje de manhã. Mas agora estou ótima! – Tentei passar minha calma para ele, eu me sentia extremamente tranquila e confiante, com certeza foram os remédios, eu estava dopada.

Ele olhou bem no fundo dos meus olhos como se estivesse procurando alguma coisa dentro deles, o encarei da mesma forma e me vi, minha imagem refletia dentro de seus olhos, uma garotinha triste e indefesa que apertava as duas mãos contra o peito na tentativa de acordar de seus pesadelos.

Senti-me estranha naquele momento, porém Hoseok me fez esquecer como se respirava quando disse a seguinte frase.

- Se eu te perdesse nunca iria me perdoar. – Tirei minhas mãos de seu rosto por impulso dando um passo para trás, ele deu um para frente aproximando seu rosto do meu. Meu coração disparou, minha respiração ficou tão tensa e pesada de repente que comecei a sentir minhas pernas vacilarem.