Nasce um sexólogo

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Capítulo narrado pelo coelhinho, Jeon Oppa :3

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Quando você passa a maior parte do tempo fitando o teto seu pescoço começa a doer.

Não estava sentindo dor, mas estava entediado, já havia memorizado a cor do teto, sabia onde estavam às goteiras, as infiltrações e até onde a tintura era mais gasta. Eu mapeei o teto branco e mofado do quarto de Amy como se fosse meu próprio quarto o que de certo modo era já que eu passo a maior parte do tempo aqui, ou melhor, eu passo o tempo todo aqui.

Eu devia tê-la desobedecido e saído, ela não mandava em mim, eu não tinha que seguir suas ordens, porém estava fazendo tudo ao contrário. Se ela dizia Oppa fica, o Oppa ficava, se dizia Oppa senta o Oppa se sentava, se ela dissesse Oppa vai deitar e se finja de morto o Oppa obedecia como se fosse um cachorrinho.

Esse Oppa aqui é um otário completo, nem consegue fazer a Noona não o chamar de Oppa. Eu detesto que me chamem de Oppa, tenho um sentimento ruim acho que em vida eu devia ser um cara muito mal.

O que piora minha situação é toda essa situação! Desde aquele dia na chuva não consigo pensar nela sem sentir um aperto em meu peito. Só de me lembrar daquela cena, seu corpo estava totalmente exposto por aquela roupa fina, não pude deixar de reparar em cada detalhe, sabia que sem aquele pijama, ela era ainda mais bonita. Eu menti, disse que não havia visto nada, sendo que estava a olhando o tempo todo e ainda disse que ela parecia uma tábua, como sou idiota! Seus seios não eram enormes, mas de longe eram tábuas, eu os achei perfeitos, perfeitos para mim.

Depois daquele dia passei a observá-la até dormindo, o modo como respirava profundamente quando seu sono se tornava pesado me deixava hipnotizado, queria saber se sonhava comigo ou se era com Taehyung. Torcia que fosse comigo. Quando a ouvia me chamar, meu corpo inteiro estremecia, sou um fantasma e não deveria sentir nada. Por curiosidade, tentei tocá-la muitas vezes, mas falhei em todas elas. Não adiantava querer, eu sentia que poderia acontecer, mas faltava alguma coisa que eu ainda não havia descoberto. Talvez fosse a separação que existia em nossos mundos, para mim ela era como um anjo, e se ela era um anjo eu só poderia ser um demônio. Não conseguia pensar em outra justificativa para meu estado, mas tinha certeza de uma coisa, minha maior fraqueza era aquela garota.

Joguei-me na cama frustrado e com o coração apertado, engraçado, eu não tinha necessariamente um coração, mas o sentimento proporcionado era muito real, como se eu pudesse senti-lo bater.

Só pode ser sinal de que eu estou vivo em algum lugar, mas aonde? Aonde eu posso estar?

Se a morte fosse movida pela força do pensamento eu já estaria morto de tanto pensar!

Ri da minha piadinha interna e levei um susto quando Amy entrou no quarto como um furacão enlouquecido indo direto para o banheiro.

- Oi para você também! – gritei, mas ela me ignorou totalmente, o que será que havia acontecido?

- Eu preciso de ajuda! – voltou desesperada.

- Eu não sei no que eu posso te ajudar. – Digo emburrado, não quero ajudá-la porque ela não me ajuda. A troca precisa ser justa, será que ela não entendia isso?

- Você não pode mesmo me ajudar, você é um fantasma.

- Não duvide de minhas capacidades mocinha. – Ela gosta de me irritar.

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