Ao meu querido cafajeste

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14 de setembro de 2017


Cheguei cansada em casa, meus pés e meus braços pareciam que iriam descolar do meu corpo a qualquer momento. Havíamos tido um dia de treino pesado, o campeonato estadual de patinação no gelo começaria dentro de seis meses, porém às competições juniores começariam dentro de dois meses, por isso estávamos suando no treinamento, mas mesmo com tanto esforço de minha parte, minha mente não estava naquele maldito treino, estava em outro lugar.

Lugar completamente insano, sem futuro, pervertido, lindo e gostoso. Eu comecei a me amaldiçoar por não conseguir parar de pensar naquele idiota perfeito.


Meu cafajeste!


Sempre soube que ele não era flor que se cheire, foi por isso que nos tornamos amigos, ele não era uma má companhia e tínhamos muitas coisas em comum. Porém, de repente, tudo começou a mudar entre nós dois e passamos a ter algo bem mais intenso do que uma simples amizade. Não diria que ele seja meu amigo colorido, longe disso. Bem longe mesmo. Afinal nós só nos encontrávamos nos finais de semana quando ele queria alguma coisa, e mesmo assumindo o papel de submissa só para satisfazer suas vontades, sempre que estávamos juntos o desejo de tê-lo era incontrolável. Aquele mesmo fogo ardia em mim quando estávamos dividindo a mesma cama, parecia que um incêndio iria me consumir sempre que ele me tocava, talvez estivesse ficando louca.


Louca por aquele imbecil.


Depois de tanto tempo desde a primeira vez, estava começando a ficar confusa em relação a nossa situação, para ele nada havia mudado depois desses dois anos, ele continuava dormindo com outras garotas, saindo com outras vadias e ainda agarrando as oferecidas na minha frente.

E o que eu fazia?

Fingia não me importar, e que nada daquilo estava me incomodando, seguia nosso trato a fio mesmo que por dentro estivesse com uma vontade imensa de rasgar a garganta da desgraçada que se oferecia para ele. Eu me mantinha sóbria porque o nosso "relacionamento" não era sério.

Eu sou mesmo uma grande idiota.

A culpa de tudo aquilo era minha, eu não queria afasta-lo de mim, porém sempre dizia que não queria nada sério com ele, realmente não queria mesmo, só comecei a me relacionar com ele para me divertir e tirar o estresse, no entanto se ele me pedisse em casamento agora... Eu iria pensar a respeito.

O que eu estou dizendo? Não é isso que eu quero para o meu futuro, eu não quero dividir a cama com um cafajeste e muito menos levar gaia de graça.

Essa nem era a pior parte. A pior parte de toda essa situação de conflito interno, era que eu tinha mais coisas para me preocupar – fora o meu gostoso e o campeonato que se aproximava – o professor Colin havia pedido para que eu me encarregasse da tal aluna, Amarílis Flores – isso lá é nome de gente? – era só o que me faltava, além de trouxa também virei babá, deve estar escrito otária na minha testa. Cheguei em casa tão enfurecida que mal consegui raciocinar direito.

Como ele conseguia ferrar tanto a minha vida?


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Tranquei-me no quarto, não estava a fim de fazer nada, só queria descansar minha mente e parar de pensar naquele imbecil que provavelmente estaria beijando outras bocas por aí. Por que não podia ser a minha?

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