Capítulo 8

6 3 0
                                    

O plano de Rosália seria preparar uma refeição para os guardas, que distraídos, não a veriam abrir a porta para que Dartho fugisse. E assim ela faz.

Chegando à prisão onde ele se encontrava, Rosália o vê ainda chorando, lamentando pela morte da filha, que ele mesmo tinha abandonado antes de nascer. Como se não bastasse tanto remorso, ele ainda não havia conseguido evitar a morte da menina.

Rosália o chama, mas ele, resistente, pede para que ela vá embora. Diz que deseja morrer,mas a governanta insiste:

- Você é um bom homem, estava apenas fazendo o que achava correto, tentou evitar tudo isso, mas não conseguiu. Não se culpe! Não foi você quem a matou.

- Que tipo de homem faz o que eu fiz, Rosália? Eu sou um monstro. Por favor vá embora, me deixe em paz.

- Eu não vou embora até você concordar em sair. Vou ficar aqui, morrerei com você se preciso. Esse mundo está triste demais para mim. Não existe esperança para ninguém – ela completa.

- Você não pode fazer isso, tem que pensar em seu filho, esse que carrega na barriga.

- Pois então, se você não quer que além de mim mais uma criança morra, saia logo daí.

Ela consegue abrir a porta com a chave que pegou dos guardas enquanto se empanturravam com o banquete que havia preparado. Rosália tinha sido suficientemente esperta ao colocar um sonífero na comida. Logo todos estariam dormindo, o que tornaria a fuga possível.

Eles seguem pelos corredores do calabouço, até a saída do Palácio. Por fim, Dartho está livre. Rosália, ao se despedir do comandante, do qual havia sentido muita pena, o deseja sorte, que ele enfim encontre seu caminho no mundo e mude sua história. Por isso resolveu ajudá-lo, dizendo:

- Não volte aqui nunca mais, viva sua vida e tente fazer algo bom em memória daquela inocente criança.

- Eu vou voltar para matar aquela bruxa – completa o ex general.

- Você não pode fazer isso, se ela morrer estamos todos arruinados. O Rei perderá sua única razão de viver e a tristeza consumira tudo – completa Rosália.

- Você está certa, mas não desistirei de fazer alguma coisa. Ela não escapará eu prometo. Obrigada Rosália.

Dartho monta em seu cavalo e desaparece na escuridão.

Pensativa Rosália sussurra:

- O que eu fui fazer? Estou perdida!

Rosália, embora soubesse que o que acabou de fazer teria sérias consequências, não consegue se arrepender do que fez, de ter ajudado alguém de quem tanto gostava e que a quem queria dar a oportunidade de fazer algo bom da vida.

DesígniosOnde histórias criam vida. Descubra agora