Capítulo 29

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Alguém bate na porta e Madelin vai atender. Era uma serviçal do Castelo para entregar uma caixa para Carise. Madelin pega a caixa toda branca, enfeitada com uma fita azul.e a deixa sobre a poltrona da sala. Mesmo estando curiosa, ela não ousa mexer no embrulho.

Derek chega do trabalho. É fim de tarde e ao entrar percebe o presente. Carise, que estava até então passeando pelo vilarejo, entra e o encontra. Madelin também se aproxima:

- Olá querida, essa caixa acabou de ser entregue para você.

- Para mim? Quem mandou?

- A moça que trouxe não falou, apenas disse que você sabe do que se trata.

E Carise realmente sabia, era o vestido que o príncipe havia lhe mandado.

- Não vai abrir? – pergunta Derek.

Encabulada, Carise abre o presente e se mostra surpresa. O lindo vestido azul, cheio de pedrarias e tecido nobre lhe encanta o olhar. Junto do vestido está um o convite feito de papiro para o Baile de coroação do Imperador Eduardo.

Derek fica espantado com aquele convite, pois até então acreditava que Carise era uma total desconhecida no vilarejo. Jamais ele imaginava que além do carinho que ela tinha por ele, a bela moça estava apaixonada também pelo príncipe. Ao contrário de Eduardo que, supostamente, sabia que Carise tinha outro pretendente.

Constrangida e sem saber o que fazer, Carise convida Derek para ser seu acompanhante. Ele fica indeciso, mas com grande insistência ela o convence.

Novamente, ele entrelaça os dedos suavemente no cabelo dela e a beija delicadamente. Madelin havia saído, e Derek é um cavalheiro totalmente romântico e com um truque de mágica faz aparecer uma flor idêntica àquela que havia deixado para Carise pela manhã.

- Para colocar junto com a outra que deixei na janela.

Ela o beija e retorna para o quarto com intenção de guardar o vestido. Só então se recorda de ir até a janela e apanhar a outra flor, colocando ambas sobre a mesa de penteadeira de Carmen Lúcia, único móvel que permanecia dos que pertenceram a menina.

Já no Palácio de Tenebra, Bernardo anda pelos corredores, a procura do Rei Saul para entregar-lhe a peça do quebra cabeça que foi recuperada do mar lavento, quando esbarra com a Princesinha. Ela fica surpresa ao vê-lo e ele começa a contar sobre a aventura que havia vivido naquela tarde e do sucesso que obtivera. Chega a mostrar o objeto para ela, que o cumprimenta pela proeza e pela valentia. Entre eles estava surgindo uma feliz amizade, coisa incomum para a donzela que pouco costumava sorrir, apenas com as peraltices de Talita, sua fiel amiga e companheira, apesar de criança.

Mas a Princesinha está triste e ele pergunta o motivo de seus olhos marejados.

- Você não sabe o porquê meu pai precisa dessa peça, não é?

- Ele apenas nos disse que é para entregar ao Alquimista.

Ela se senta, não consegue permanecer muito tempo de pé, depois o escuta dizendo:

- Também prometeu que quem a recuperasse se tornaria o Comandante da Guarda Real e eu almejo muito esse cargo.

- Claro que sim, é um ótimo posto e tenho certeza que você está capacitado para exercer todas as tarefas exigidas.

- Mas qual o problema? – pergunta ele.

A princesa levanta o olhar tristonho.

- Entregando essa peça ao Alquimista, que muito a deseja para completar uma figura que a anos tenta finalizar, meu pai vai conseguir em troca uma poderosa poção, capaz de transformar minha mãe novamente, fazendo-a reviver.

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