Logo pela manhã, Eduardo já sonda a casa de Madelin, onde Carise se hospedava. Ele fica por detrás de uma grande árvore, espiando a porta de entrada. Derek sai e circula a casa, ficando em frente da janela do quarto de Carise. Ela ainda dorme e ele deixa na janela uma perfumada flor vermelha. Eduardo nada vê do que Derek está fazendo.
Eduardo, ao ver que Derek, finalmente, segue para o trabalho na construção de casas, aventura-se e entra na casa. Ele carrega no bolso um quitute, um mimo preparado especialmente para a bela moça. Andando pelo corredor, ele pode escutar Madelin que está na cozinha mexendo nas panelas. Com muito cuidado, ele segue rumo à porta do quarto de Carise e deixa um pão de mel recheado com doce de leite, embrulhado em papel seda e com uma linda fita de fios de ouro.
Carise acorda e segue o ritual de arrumação da cama e de si própria, desfazendo as trancinhas laterais do cabelo que sempre usa para dormir e evitar que ele se embarace. Ela abre a janela, mas não observa a flor que Derek havia deixado.
Ao abrir a porta vê o presente de Eduardo, que já havia saído sem ser notado por Madelin, e por estar dentro da casa, jamais imagina que pudesse ter sido o príncipe que havia deixado ali. Entusiasmada, ela desembrulha o doce e vai logo comendo. É delicioso e ela lambuza os dedos e os lábios. Carise é magra, possui um corpo escultural, porém comilona.
Ao passar pela cozinha, cumprimenta Madelin com um beijo a distância e ambas tomam o café da manhã. Carise comunica que vai novamente andar pelo vilarejo, mas a intenção dela é encontra-se com Derek para agradecer-lhe pela surpresa colocada na porta, pois ela achou que tinha sido o quase irmão dela que havia deixado, sem jamais suspeitar do príncipe. Ademais, ela não estava acostumada a conviver com tantas pessoas, muito menos com os bonitos moços que a estavam cortejando.
Carise pega o esquilo e sai a andar pelas ruas do vilarejo, até que encontra Derek trabalhando em um telhado. Ele acena para ela, pedindo que o aguarde um pouco. Ela senta-se no banco da praça e ele logo chega.
- Que bom te ver, estava curioso para saber se viu a lembrança que deixei pra você.
- Vi sim e adorei, estava uma delícia.
- Delícia? Você comeu a espatódea? – pergunta ele espantado.
- Sim, espatódea é, não sabia o nome, estava uma delícia.
- Você comia flores quando morava na montanha?
- Flor? – ela fica em dúvida – Ah sim, quer dizer, estava cheirosa e linda. Adoro flores. – diz ela tentando entender de que flor ele falava.
Derek fica em dúvida sobre a reação confusa de Carise. Ela também não estava compreendendo bem a situação, os presentes que havia ganhado. Ele quebra o gelo e diz:
- Que bom que gostou.
Carise não entende como uma flor poderia ter se transformado em pão de mel. Na verdade, ela jamais imaginava que se tratava de uma façanha do príncipe Eduardo, seu outro apaixonado. Tentando disfarçar e para não atrapalhar o serviço de Derek, ela apanha o esquilo e segue caminhando pelo vilarejo. No percurso, encontra algumas crianças andando com seus triciclos feitos de madeira e que rodopiam pelo ar. Eles possuem asas lateriais, que quando ativadas, saltam lentamente em giros divertidos, que não oferecem riscos as crianças, pois circulam em baixa velocidade. Esses brinquedos eram uma engenhoca muito bem elaborada para o divertimento das crianças pobres e simples do reino.
Carise fica a observar a brincadeira até que uma garotinha se aproxima e lhe mostra sua bonequinha de pano com cabelo de fios de milho. Ela interage com a menina mostrando-lhe o esquilo, que cuidadosamente a garotinha acaricia e pergunta o nome. A garotinha fica a olhar a pulseira de sementes que Carise usa, querendo experimentá-la, pois nunca havia vista uma assim tão colorida, com tantas sementes diferentes. Como de costume, Carise tira do braço e dá o objeto para a pequena criança que sai toda feliz.
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Desígnios
FantasíaDois asteroides mágicos originam reinos distintos. Por um lado havia o Império de Nede, lugar em que as pessoas viviam numa espécie de socialismo. Já no Reino de Tenebra, havia a terrível Rainha Joana, a comedora de corações. Ali nasce Sofia, portad...