Capítulo 9

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Loren estava trabalhando nas sombras. Usando brechas élficas para aparatar e verificar a recuperação de Hermione. Notou isso, assim que foi realocada em seu quarto e as visitas da elfa começaram a ocorrer em horários fora dos padrões. Também era mais calada, de modo que Hermione sabia que estava usando algum tipo de ilusão para encobrir sua presença.

Ela era técnica. Precisa nos curativos. E a mulher estava grata por já não sentir mais incomodo na perna e até por ter recuperado alguns quilos. Quanto a quem a elfa servia, Hermione sempre tentava descobrir alguma nova informação e estava se tornando uma piada entre as duas, já que a outra apenas tinha um sorriso no rosto, mas nenhuma resposta.

Estavam se preparando para tomar chá juntas.

Hermione não sabia bem como tinha começado, mas a elfa sempre retornava em algum horário da madrugada com uma garrafa térmica de chá e duas xicaras. O liquido quente era reconfortante. Fazia a mulher relembrar das tardes que passava com a senhora Wesley fora do período letivo na Toca (embora, houvesse muito barulho).

O silencio, porém, não era incomodo. Tinham criado alguma simbologia e Hermione e Loren conseguiam até mesmo travar algum dialogo. Era sempre simples. O dia de Hermione com toda a monotonia de prisioneiro, como a Elfa tinha se tornado enfermeira.

Incomumente, escutaram passos no corredor. Era madrugada e Hermione, até onde sabia, não estava disponível para visitas. Se levantaram rapidamente, a Elfa reuniu seus pertences e desapareceu.

Hermione ajeitou seu robe e observou a chegada de Draco Malfoy.

Mantinha sua postura de superioridade, mas as olheiras abaixo de seus olhos denotavam que estava cansado, provavelmente sem dormir a alguns dias.

- Não esperava que estivesse acordada.

O olhar dele sobre seu corpo coberto pela seda escura foi frio. Ela devolveu o mesmo olhar gélido.

- Tenho insônia. - disse simplesmente.

Ele não se importou em disfarçar que observava as coxas mal cobertas dela, porém retomou a palavra sem nenhuma afetação.

- Seu amigo Neville está nas masmorras.

- Vivo, eu espero.

Ele não retrucou.

- Se não colaborar, não por muito tempo, já que amanhã será flagelado publicamente pelo Círculo. Ele e os demais.

Ela se retesou e fechou os punhos. Os comensais eram como abutres que se deliciavam com uma carnificina gratuita.

- Nós fizemos um acordo. Você tem que salva-los.

Ele sorriu com ironia. Parecia divertir-se com a imposição dela, já que claramente, não poderia obrigá-lo a nada. O acordo nunca havia sido equilibrado e não é como se Malfoy tivesse qualquer pingo de humanidade a que ela pudesse apelar.

- Nunca disse que ele não seria machucado. Não conseguirei salvar todos, espero que não seja tola em achar que o farei. Terá que escolher.

Hermione se sentou aos pés da cama. Sabia que ele traria esse argumento. Era lógico.

- Quem são os outros?

- Ninguém importante.

O modo frio como classificava aqueles que tinham arriscado a vida para salvá-la lhe fez engolir o asco. Para ele eram somente rebeldes, para ela, mais mortes que ocorreriam por sua causa. Mortes desnecessárias.

- Se considera apenas Neville importante, por que já não o fez?

- Você esteve desacordada nos dois dias após a tentativa imbecil de resgate. Estou muito ocupado. Não é como se seus amigos rebeldes tivessem sido um assunto que minha mente tivesse se dado ao trabalho de focar.

O Ciclo - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora