Capítulo 19

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Hermione estranhou que Draco estivesse a levando para fora da fortificação-mor em que estava confinada desde que fora trazida para dentro do império. Observar as luzes das ruas, lhe trouxe ânimo diferente. Sentir um pouco da liberdade que não tinha e que já havia se esquecido de como era ter.

Como era pertencer a um lugar que não fosse cercado de olhos famintos por suas atitudes. Vigiada mesmo que não houvesse um telão e uma arena.

Chegaram até um condomínio luxuoso, em que Draco a encaminhou para um elevador lateral particular que dava diretamente para a enorme sala do flat.

Hermione foi atraída para o meio de todo aquele preto e branco dos moveis modernos, Draco estralou os dedos para que as cortinas que atrapalhavam a visão da cidade noturna cercada pelos muros altos fossem reveladas.

Luzes amarelas tomavam conta de norte a sul. Ao meio estava a fortificação imponente tinha um anfiteatro no meio. A arena das provas de Hermione. Ao redor dela, um jardim que ela nem sequer sabia da existência.

Foi construído por insistência de Belatrix. Ela disse que Voldemort estava lhe devendo um presente e que os comensais tinham muito sangue nas mãos para que a cidade fosse também somente cinza. Ele acabou concordando.

Hermione se aproximou do vidro, ela podia ver que haviam flores coloridas. Tão pequeninhas com a distância.

Quem diria... os monstros também amavam.

- Incrível, não é? - Draco estava a uma distância segura para seu próprio autocontrole, mas sua mente ligada na dela.

- Ela gostou do presente? É tão instável...

- Não fez nenhuma objeção. Havia todas as flores que ela mais gostava e algumas que ele mandou trazer de fora.

Hermione não imaginava, Voldemort tendo esse cuidado para agradar uma mulher, mas era obrigada a se inclinar que seria uma pena se a guerra destruísse aquele lugar que ela agora gostaria de conhecer.

O que alguém que só sabia matar e destruir poderia colocar para tornar algo delicado? O que uma psicopata achava mais bonito do que o grito de suas vítimas? O que de bonito poderia haver em um amor banhado em vermelho inocente?

Se afastou da janela e se permitiu observar todo o ambiente. Não tinha nada de tradicional naquele lugar. Nem um único objeto antigo e familiar. Sequer uma única foto dos Malfoys.

Ela tocou em uma mesa e depois subiu o degrau que levava até uma sala de jantar e ao lado a bancada da cozinha. Tudo tão perfeitamente limpo que nem parecia que alguém morava ali.

Não havia vestígios de elfos ou de empregados.

- Eu não venho muito aqui. É uma das minhas propriedades no centro.

- Não parece com nada da família.

Hermione se lembrava dos jornais e das colunas de decoração. De como eram decoradas a maioria das mansões Malfoy, de como tinham em suas paredes os troféus e as condecorações.

Ele tirou o blazer e colocou em cabide vertical se aproximando da bancada da cozinha.

- Talvez porque seja uma das minhas e não dos meus pais.

Abrindo a geladeira, ele pegou uma garrafa de vinho e em outra porta próxima, duas taças. Hermione sentia-se meio inadequada naquele lugar que não era natural.

Resolveu varrer para longe a sensação e se concentrar em conhecer esse lado de Draco que ao que parecia, buscava distancia de sua família e de quem servia. Sem anéis de família e sem visão da marca, ele lhe serviu o vinho.

O Ciclo - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora