O Ciclo - Dramione

Capítulo 15

Hermione estava girando de cabeça para baixo em um ambiente de luzes vermelhas. Segundos após, estava com várias mãos a sufocando e caindo como em um elevador. Agulhas lhe furavam as costas.

As cores agora eram amarelas e ela sorria histericamente para o nada. Haviam muitas crianças brincando ao seu redor com flores e desenhos infantis por toda parte.

O lugar era outro.

Luzes roxas estavam dançando no teto. Estrelas. Bonitas estrelas iam e vinham, ela pensou em fazer um pedido, mas nada lhe veio à mente. Em verdade, ela não se lembrava se tinha algo a pedir.

Devia se desesperar? Por que não lembrava, não lhe parecia tão importante, embora devesse. Devia ter amigos. Alguma família. Porém, nada lhe retornava.

O preto ia e voltava.

Nos momentos em que seus olhos se abriam, a claridade era excruciante. Tanto, que ela novamente caia naquele sono.

O breu escuro de sentimentos conflituosos, fazendo as lágrimas se misturarem com a ira, se mesclarem com a felicidade para, no final, chafurdarem na tristeza.

O tempo naquele limbo era incerto, como tudo dentro da psique. Mas aos poucos, algumas coisas pareciam pontilhar nos confins. Alguns rostos. Um menino com uma cicatriz. Um garoto ruivo. Pareciam gentis para ela.

Mais alguns ruivos surgiram. Gina. Molly. A senhora a abraçava como sua mãe, apesar, do rosto desta, não ter aparecido ainda.

"Eu te amo"

A voz de Rony era tão melodiosa aos seus ouvidos que ela se lembrou da sensação que foi estar em seus braços naquela noite de outono. A primeira noite deles. Ele estava tão bonito, o mundo parecia fazer parte dele.

Ela havia esperado tanto tempo por aquilo. Para estar com ele. Para ele enxerga-la. Para assumirem e viverem aquele sentimento.

Houveram outras noites. Mais brandas, mais intensas, mas nunca tão especiais quanto. Nada se comparava aquela, eles se completaram.

Weasley. Seu quase noivo.

O garoto da cicatriz era Potter. O que mataria Voldemort. Seu melhor amigo que havia a salvado tantas vezes e a pessoa que ela mais confiava no mundo. Eles haviam pensado na Ordem, haviam a incentivado. Eram seus patronos.

Draco. O garoto de cabelos platinados. Ele agora era importante junto ao imperador. Porém, ele não era mal. Havia salvado Neville. Não queria ser o Herdeiro. Não era quem dizia ser.

E então, como em um download de computador tudo voltou de uma vez só e alta velocidade. O acordo, Draco, o aliado misterioso, as provas e como ela havia caído na última prova.

- Bom dia, Hermione.

A voz dele era comedida. Um whisky de fogo em sua mão direita e suas roupas não tão alinhadas denotavam que a pacificidade era uma fachada.

Ela estava amarrada em uma cama com fitas largas de couro. Pelos hematomas, tinha sido difícil contê-la.

- Um efeito adverso da legilimência é a vítima convulsionar. Os neurônios começam a entrar em colapso e o corpo não sabe como reagir. - Ele brincou com as pedras de gelo do copo - Outro efeito colateral é a força sobre humana. Em meio as lembranças ruins, a agressividade transforma os indivíduos mais calmos em máquinas mortíferas descontroladas.

Hermione havia tido todos aqueles efeitos.

- O que aconteceu?

Draco estava massageando as têmporas, como se a pergunta dela fosse realmente tola e inoportuna. Ele largou o copo de bebida em cima da mesinha, ao lado de sua poltrona e suspirou. Parecia estar ganhando algum tempo para o que se seguiria. Tentando manter algum tipo de autocontrole.