Capítulo 35

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Draco mal havia colocado seus pés de volta e já fora soterrado de novidades.

A primeira é que sua tia tinha conseguido ter alguns avanços com Nagine, vez que a ultima coisa que ela se lembrava era ter se encontrado com Lucius e que a bruxa expressamente havia solicitado conversar com ele. A mulher ainda estava um tanto confusa quanto ao que aconteceu ou era boa o suficiente como atriz para parecer e convencer sua tia que o desejo traria alguma nova informação.

A segunda é que sua mãe havia resolvido morar sozinha e não estava disposta a mudar de ideia, inclusive, já tendo até comprado uma propriedade.

E a ultima é que Nevile havia pedido azilo em nome de Simas Finnigan na noite anterior. Sem nenhum aviso. E o pedido estava em analise.

Em meio a tantas noticias, Draco resolveu primeiramente conversar com sua mãe. Sabia que ela não era de atitudes tão extremas e repentinas, achando já se tratar de um mal pressagio, mas, foi surpreendido por uma serena e confiante Narcisa cuidando do jardim da nova casa.

- Mãe?

A bruxa que estava tão absorta em preparar a terra que não percebeu a chegada do filho. Ela sorriu e lavou as mãos com um pequeno regador que estava proximo.

- Achei que ainda estivesse na Asia, querido.

Ele se aproximou e sentou a mesa disposta no meio de toda aquela grama e mudas.

- Voltei hoje. Nunca te imaginei cuidando manual e pessoalmente de um jardim.

Narcisa regou algumas mudas de rosa.

- Quando eu era criança, eu sempre plantava. Poderiam ser feijões ou flores de beira de estrada, mas, sempre gostei de cultivar. - Com um pouco de magia, ela desenrolou um tapete de grama - Bela, embora não gostasse de sujar as mãos, sempre apreciou a beleza das flores.

A menção da tia fez com que Draco se retesasse. Nunca haviam tocado naquele assunto e nem sua mãe sido tão sincera sobre suas lembranças de infancia.

- Eu me casei, tornei-me uma mulher importante e acabei relegando esse meu hobby. - Ela continuou -Não ficaria bem sujar o anel Malfoy na terra vermelha.

- Aconteceu alguma coisa com Andromedra? Eu sei que Nagine disse que estava com meu pai e...

Narcisa o cortou antes que continuasse. Não agressivamente mas incisiva.

- Não sai da "proteção" de sua tia por causa da amante de Lucius, Draco. Nem briguei com sua tia se é o que se preocupa. Ela até tentou me convencer a continuar lá, para ficar com ela. Fazer-lhe companhia.

- Então o que, mãe?

Narcisa negou com a cabeça, girando no ar e levando alguns girrassóis até onde o sol estava.

- Eu já vivi muito tempo da minha vida em função dos outros. Todos os anos do meu casamento, todo o tempo de imperio... Eu não sou mais necessaria.

- Claro que é, mãe! Você sempre é essencial.

Ela se aproximou do filho e tocou-lhe as bochechas.

- Não estou me depreciando. Nesse mundo, eu não tenho mais função e isso não é ruim, querido. Quero realmente viver minha vida. Fazer as coisas ao meu modo. Tem muitas coisas a meu respeito que você não sabe e mais ainda que eu não sei sobre mim. Quero descobrir minha individualidade, Draco.

- Mas mãe... Eu preciso da senhora. Como eu vou saber o que minha tia está aprontando? Com quem eu vou jantar todos os dias? Com quem eu vou poder contar?

O Ciclo - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora