O destino que merecemos

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Episódio 0.1

Minha cabeça girava como um carrossel. Sentia-se tão forte que por alguns minutos pensei que fosse explodir. Não consegui pregar meus olhos por conta da enorme dor que martelava em minha cabeça e quando finalmente consigo cochilar, meu despertador toca.

Desligo o aparelho, que fica sobre o criado do lado da minha cama, com a força do ódio.

A noite passada entrou na minha lista de coisas que nunca imaginei fazer na vida. Um casal me convidou para um ménage e como eu gosto de descobrir e fazer novas aventuras, aceitei.

Começou numa boa. Bebemos uns drinques, conversamos sobre essa minha primeira experiência e, claro, solicitei algumas regras antes.

Eu já fiz um pouco de tudo, sabe? Até porque trabalhar em uma boate como stripper, se faz muita história. Meus netos que aturem.

Já fiz boquete em um velhote, atrás da boate; já bati uma para um garoto enquanto ele assistia pornô e entre outras coisas.

Quando eu não estou no palco fazendo minhas performances, eu faço um programa para ganhar uma grana extra.

Eu preciso muito dessa grana para poder sair de casa. Quero ter minha própria casa, conquistar minhas coisas com meu próprio suor.

Por obrigação, me levanto da minha gostosinha cama que ainda gritava por mim.

Tenho aula nessa manhã e o pior é que a matéria de hoje é matemática. Logo na segunda? E de manhã?

Sinceramente, odeio ter que estudar pela manhã, mas é o único horário que cabe na minha agenda.

Nas segundas às quartas, trabalho como garçom em um pequeno restaurante que fica a poucos metros de distância da minha casa, o restaurante do meu tio. Nas quintas e sextas, tenho ensaios na boate. Dançar em um pole dance é difícil no começo, mas como estou nisso há alguns meses, já estou pegando a pratica.

Passar metade do dia na escola era bom, menos nas aulas de matemática. Nada contra a matéria - tão pouco -, o negócio é com o professor, para ser sincero, odeio os dois!

Eu sou um rapaz bem ousado. Só ando no estilo, porque esse é o meu lema: Se não for para chamar a atenção, eu nem saio de casa.

Depois de um banho bem gelado, para ver se espanto esse sono que insiste em fechar meus olhos, vou a minhas vestes que estavam em minha cama.

Visto minha calça jeans que tinha uns dois rasgos grandes no lado direito da perna - uma no joelho e outro mais acima, deixando minha coxa um pouco a mostra e um rasgo no joelho da esquerda -; uma camiseta comprida, branca. Esse batia até a o meio das minhas coxas.

Ainda estava fazendo aquele friozinho das manhãs, então pego uma de minhas várias jaquetas e a visto. Mais uma peça branca no visual.

Vou até minha penteadeira, abro uma caixinha avermelhada onde eu guardo meus acessórios como brincos, colares e pulseiras. Pego duas correntes grandes, uma fina e a outra mais grossa. Essa é a das mais grossas que tenho. Procuro uma outra que tenha um pingente e a coloco também.

Me olho no grande espelho e vejo uma mancha roxa em meu pescoço.

— Mas que caralho. Essa galera não sabe transar sem marcar uma à outra.

Digo puto e furioso com o que vejo.

Odeio ser marcado dessa forma. Na verdade, acho isso é muito seboso.

Qual é a graça de chupar outra pessoa até forma uma bola de sangue naquela área?

Passo uma base no local marcado e depois espalho um pouco pelo meu rosto. Minhas olheiras estavam bem fundas. Cheguei em casa às quatro da manhã e nem tive tanto tempo para dormir.

Criminal | A forbidden love • [jjk + pjm] Onde histórias criam vida. Descubra agora