Episódio 0.2

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O destino que merecemos


Como uma folha sendo levada pelo vento, ela dançava no meio da sala, seguindo o ritmo da suave batida que soava pelo som da tevê. Equilibrando uma taça de vinho em uma mão, enquanto a outra flutuava no ar.

Sua doce voz cantarolava aquela música. Podia-se ouvir meu coração palpitar.

— Meu filho, você chegou. — Ela sai de seu transe e vem correndo em minha direção até me envolver em seus braços — A mamãe estava com muitas saudades.

— Eu também estava. — Digo sem reação

Não sei o porquê, mas senti meu coração se apertar com muita dor. Nem percebo que as lágrimas inundavam meus olhos.

— Você já está bebendo? — Aponto para a taça em sua mão com pouco líquido de vinho. Suspiro alto quando não recebo nenhuma resposta — Eu vou tomar um banho. Tenho que ir para o serviço.

— Qual deles? — Me pergunta com um semblante confuso e me assusto com a pergunta

— Do restaurante, mãe. Do tio Jaesang. O único serviço que tenho além de estudar. — Respondo com calma e devagar

Eu me preocupo muito com ela. Queria poder estar ao seu lado a protegendo e a cuidando, mas não posso, meu tempo é curto para muitas obrigações.
Meu irmão poderia fazer esse favor, mas esse anda muito ocupado com suas vendas inúteis.

Babaca.

— Mamãe, você tem que parar com isso. Você tem que sair do seu passado e viver o presente — Não contento minhas lágrimas, deixando-as cair — Eu estou cansado de te ver assim e não poder fazer nada.

Eu quero que você seja feliz.

Droga! Odeio soluçar enquanto choro.

— Ji-Jimin... — Sua voz saiu arrastada e tremula — Me desculpa! — Soltando a taça contra o chão o deixando em pedacinhos. Ela se ajoelha e se curva aos meus pés

— Eu sei que sou a pior mãe que você já viu. Eu não consegui criar vocês da forma certa. Me perdoem.

— Eu não vejo isso de você. — Me abaixo para pegar em suas mãos — Mamãe, volte para clínica. Lá você terá a quem te ajude com isso. Infelizmente, eu não posso fazer mais nada.

— Eu não quero! Eu não quero voltar. Não quero! — Sua voz saiu falhada pelo choro insistente

Eu quero de toda forma possível ajudar minha mãe a sair dessa.
Sou capaz de qualquer coisa para ter seu sorriso de volta.

Eu andaria no fogo por ela.

Minha progenitora se chama Lee Soyeon.


Com a ajuda de meu tio, conseguimos convencê-la a procurar uma clínica para dependentes. Pensamos que ela estava indo bem quando essa passou a ir com mais frequência, mas um dia a casa caiu. Descobrimos para onde ela realmente iria; para o bar.

Algo que me chamou atenção naquela noite, foi que pela primeira vez, vi minha mãe se embriagar. Ela não colocara uma gota de álcool em sua boca desde que se descobriu grávida do primeiro filho. Mas havia um motivo por trás daquilo.

Eu tinha sete anos de idade.

Estava ficando tarde e eu esperava pelo meu pai para lhe dar um beijo de boa noite, como fazia todas as noites. Olhava para o relógio pendurado na parede. Sabia que quando os ponteiros estivessem no número oito, meu pai já estaria em casa à noite, o que eu não esperava era que ele não voltaria na hora certa.

Criminal | A forbidden love • [jjk + pjm] Onde histórias criam vida. Descubra agora