Expectativa

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O vento corrente arrasta as folhas lá fora, caminhos desprendidos de seus lares agora, visão eloquente das formas que posso ditar, com a liberdade que a escrita me dá.

A estagnação do tempo se encara, impertinente, enquanto eu digo que a respeito, na verdade a odiando em minha mente.

Repetições de padrões me perseguem, escravo da insistência que sou, quando terminará esse martírio, e saberei o que sou?

Uma liberta mente presa em um corpo débil, pensamentos que acordam em uma terra fértil, um movimento inerte preso as areias do tempo.

Não importa o quanto peça, estou sendo ignorado, espero aquela que me impeça de continuar nesse horrível estado.

Minha variável existência é uma dúvida em um mar de indecisões, uma insondável penitência que se mantêm em minhas relações.

A minha mente nunca será ocupada totalmente por mim, a componho com sonhos e esperanças que não realizei enfim.

A inconstância de viver se torna minha ruína, a petulância de morrer mostra-se para mim a única saída.

Desse inferno de obrigações e deveres, que costumam chamar de vida, enquanto me contento em dizer, que espero ansiosamente por minha partida.

Algo impensável a se falar em voz alta, mas a verdade é que a coragem para isso é algo que nos falta.

As pessoas só se apoiam em expectativas para continuar vivendo, já que sabem que quanto terminarem, haverá razão apenas para que as vejam morrendo.

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