Supérfluo

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Me responda o porquê de me evitar a cada dia, anos atrás, não era você quem sorria quando me via?

Quando me tornei isso á sua visão? Uma pessoa sem sentido, sem expressão, o suficiente para que me note, sendo que antes não me reconhecer era uma sorte.

O tempo passou por mim, me tomando tudo o que mais prezei, mas não imaginei que tiraria a única coisa que eu mais amei.

Não consigo ver minha própria sombra, penso se ainda existo, e mesmo que a resposta seja não, o meu amor ainda te assombra.

Penso se ainda existo, não consigo ver minha própria sombra, e mesmo que a resposta seja uma negativa, o meu amor ainda lhe assombra.

Você quer esconder isso sobre camadas de sofrimento, inconsistente, não se faz saber que isso me deixa em profundo desalento.

Suas memórias parecem não existir mais, mas sinto as lágrimas caindo dentro de si, pensamentos apagados jamais, o som de tristeza ecoando dentro de mim.

A bruma noturna chega com seu cheiro enebriante, enquanto o barulho de arrependimento impacta o mármore congelante.

O frio a toma, inconsolável, mal desconhece ela que o motivo da minha morte foi irreverente a sua dedicação, embora eu nem me lembre da minha última ação.

Acho que continuarei dessa forma, incompleto, supérfluo, e ela continuará quebrada por dentro, assim como estou por não poder tocá-la e dizer o quanto eu lamento por não aproveitar o pouco tempo que me restava.

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