SANGUE
Meu sono é perturbado, e tenho um pesadelo atrás do outro. Eu não consigo me sentir confortável, entrando e saindo, confuso com o que é real e o que não é.
Maldita ressaca.
Ainda me sinto um pouco tonto e enjoado.
Delegado Lee ligou e disse que Eric Maine, a vítima do atropelamento, acordou no hospital e seu depoimento é crucial para a investigação. Taehyung não me deixou ir com ele, apesar de tudo. Aparentemente, isso pode assustar a vítima. Ele não merecia o que ele teve, mas ainda é irritante chamá-lo de vítima.
A cama afunda ao meu lado e um calor me inunda.
Taehyung.
Minhas pálpebras abrem e seus belos olhos escuros olham de volta para mim. Então, muitas vezes, quando eu acordo com memórias de pesadelos, ela persiste. Minha doce irmã, perdurada por um momento e eu a segurando desesperadamente.
Seu cabelo escuro está em tranças bonitas como eu lembro de ter feito nela quando éramos pequenos, para aliviar o calor na feira. A cicatriz é prateada, mas ainda é muito proeminente. Aqueles lábios carnudos que correspondem ao meu, estão pintados de rosa brilhante. Meus olhos caem para o seu vestido bonito que combina com a cor dos seus lábios.
Ela sempre parece tão real.
Jisoo.
Esticando a mão, eu passo o dedo em uma mecha de seu cabelo. Seus olhos cor de avelã piscam de emoção, mas ela não se desintegra no ar. Não desta vez, não ainda.
Eu ainda devo estar dormindo. Isso tem que ser um sonho.
— Jisoo — eu respiro o cheiro dela, florido e pungente, enchendo minhas narinas.
Baque.
Baque.
Baque.
Desta vez, eu sou capaz de me agarrar a ela por um longo momento. Ela é tão vívida.
— Jisoo — murmuro.
Baque.
Ela chega até o meu lado, o sangue coagulado está em sua carne cremosa.
Baque.
As memórias familiares se agitam e colidem com os meus pesadelos. Nos meus pesadelos, ela está sempre machucada e sangrando.
— Eu sinto muito, Jichu, eu fugi.
Em cada sonho, é sempre o mesmo. Eu digo a ela o que eu não posso dizer fisicamente.
— Shhh — ela sussurra — Tudo vai acabar logo.
— Eu matei nossos pais — eu soluço — Eles estão mortos por minha causa.
Baque.
— Appa estava tão consumido nos ensinando sobre monstros, — murmura — que ele nunca viu quando eles estavam bem na frente dele. — Ela chega para mim, e eu chego para ela também. Eu acho que ela vai tomar a minha mão, mas ela coloca algo na minha palma. É frio e grudento.
Baque.
Meus olhos abaixam e um grito escapa da minha garganta.
Os olhos de meu appa.
Não.
Baque.
— Está tudo bem, bonequinho sujo. Tudo vai acabar logo.
Não.
Sua mão levanta mais uma vez e ela chega até mim com um lenço branco, na sua mão manchada com o sangue. Um cheiro de algo químico invade meus sentidos, não era o que eu estava esperando e, em seguida, tudo se desvanece de volta para o nada.
| | | | | |
...
Alguém já imaginava que a Jisoo estivesse no meio?
Devo dizer que eu tive uma leitora, a @AriadiniPriscila, que pensou sobre isso há um tempão. Afinal, ela chegou quando tudo era mato kkkkk. Certo, Ari?
Vamos seguindo...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Marionetes | Taejin [EM REVISÃO]
Fanfic"Você já teve que tomar uma decisão que o assombra todos os dias pelo resto de sua vida - a vida que você roubou de volta? Eu sim." Quando Seokjin e sua irmãzinha Jisoo encontram um fabricante de bonecas chamado Joonie em uma feira local, eles não t...