Entrei no carro ás 18h30.
Eu odiava me atrasar, mas o discurso de papai e mamãe sobre segurança ao dirigir foi inevitável no fim das contas. Fora que Leo, Rebeca – sua esposa – e seus filhos, Clara e Felipe, haviam aparecido de surpresa para saber como eu estava, então acabei demorando mais tempo do que devia dizendo que estava bem e que andaria atenta.
Estacionei no shopping pouco depois das 19h. O trânsito estava infernal e ainda tive que ignorar 3 chamadas de Dora para manter a atenção focada nos carros ao meu redor. Coloquei o celular na bolsa e saí do carro. Ao fechar a porta acabei derrubando a chave, abaixei para pegar e sem querer esbarrei em alguém após levantar.
- Desculpe. – eu disse sem olhar a pessoa.
- Sem problemas. – aquela voz me era familiar. Olhei a pessoa que acabara de falar e me deparei com Derek.
- Você! – falei, surpresa.
- Você lembrou de mim. – ele disse e abriu um sorriso mostrando uma fileira de dentes perfeitos.
- Impossível esquecer, não é mesmo? – eu disse e me arrependi no mesmo instante – Você quase me matou. – completei, tentando parecer que não estava cantando ele.
- Desculpe por aquilo. – ele disse, chegando mais perto.
- Tudo bem. – falei – Preciso ir.
Saí de perto dele o mais rápido que pude. Se eu fosse um pouco mais inteligente teria suspeitado que ele estava me seguindo, mas minha parte inocente falou mais alto e aquele encontro casual poderia ter sido apenas uma enorme coincidência.
Encontrei uma impaciente Dora com sua bela pele preta e seu lindo e longo cabelo cacheado e olhos escuros me esperando.
- Eu disse ás 19h. – ela disse assim que me viu, mostrando a hora em seu celular.
- Muitos imprevistos. – avisei, a abraçando. – Onde estão os dois gatos que você disse?
- Sorte sua que aparentemente não chegaram. – falou, sentando em uma das cadeiras da praça de alimentação.
- Posso saber onde os conheceu? – perguntei, curiosa.
- O meu foi em um aplicativo de relacionamento. – ela riu quando a olhei em choque. – O outro é calouro do curso de medicina, mas ele é mais velho que a maioria.
- Então você só me chamou para te acompanhar em um encontro com um cara que conheceu na internet só para não se encontrar com ele sozinha e como sabia que eu ia recusar chamou um cara qualquer do curso para eu não me sentir sozinha? – perguntei, incrédula.
- Falando assim parece horrível. – ela disse, fingindo estar ofendida – O calouro que começou a fazer amizade comigo e vi a oportunidade perfeita de... – ela parou de falar e fixou os olhos atrás de mim, depois sorriu. – Meu boy chegooou.
Dora rapidamente levantou. Olhei para trás e não acreditei no que vi. O desconhecido não era tão desconhecido, afinal. Ele a abraçou e só então pareceu se dar conta de minha presença.
- Andrew? – falei, atônita.
- Oi, Elisa. – ele disse, colocando a jaqueta em volta da cadeira e revelando músculos fortes cobertos por uma camisa preta apertada demais. – Eu não sabia que você estaria aqui.
- Vocês se conhecem? – Dora perguntou.
- Trabalhamos juntos. – ele disse para ela. – Podemos comprar os ingressos?
- Não! – eu disse, não sabendo bem o motivo de eu estar irritada. Talvez o fato de eles terem se conhecido em um aplicativo de relacionamentos, ou o fato de ele estar segurando a cintura dela, ou talvez o modo como ele mexia naquele cabelo liso e loiro perfeitamente bagunçado. Andrew me irritava. Ponto. – Estamos esperando minha companhia.
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As Chaves do Destino
ParanormalElisa nunca imaginou que a descoberta da existência dos vampiros poderia ser tão perigosa para ela. Quatro meses depois dos últimos acontecimentos ela se vê obrigada a partir em busca das Pedras do Desígnio para salvar o mundo contra a Feiticeira Mo...