Incondicional

33 7 22
                                    

Dentre todas as coisas que eu sentia falta antes da minha vida mudar completamente, minha família estava em primeiro lugar. Revê-los me deu a sensação de que realmente tudo havia acabado e eu poderia viver em paz, pelo menos desconsiderando o ponto de estar apaixonada por um vampiro e não saber qual seria nosso próximo passo. Eu nem sabia o que tínhamos, na verdade e aquilo me tirava o sono.

Depois que perceberam que a Feiticeira Morgana se fora, os vampiros que restaram vivos do clã Nosferatu aceitaram a derrota e fugiram, no mais, os alunos da High School Sky que pausaram suas férias para lutar e defender a escola acabaram com poucos ferimentos, mas vivos.

Com exceção de Pedro.

Meu velho amigo.

Eu jamais esqueceria o que ele havia feito por mim. Ele se tornou um dos meus principais heróis.

Todos ficaram extremamente tristes com sua morte e no mesmo dia foi criado um memorial para ele, onde todos os dias seriam colocadas flores e prestaríamos homenagens de tempos em tempos.

Meu pai ficou extremamente triste, pois haviam se tornado amigos e conviveram por muito tempo em um laboratório, procurando provas de sua espécie sem saber quem ele era.

Pedro sempre seria lembrado.

Voltei para casa no dia seguinte a batalha e encontrei minha família bem, estavam apenas esperando por mim, me recebendo de braços apertos e muitas lágrimas.

- Graças aos céus você está bem, querida. – minha mãe disse repetidas vezes, me dando abraços apertados sempre que podia. Parecia não acreditar que eu realmente estava ali. Que tinha voltado para casa.

Contei a eles resumidamente tudo o que tinha acontecido e prometeram guardar segredo, afinal eu também estaria em perigo caso soubessem sobre os vampiros, de certa forma eu fazia parte daquele mundo sobrenatural. Seja com sangue de fada ou estar em um rolo indefinido com um vampiro.

Andrew havia me deixado na porta da casa de meu irmão Leo, onde meus pais estavam e foi em sua casa arrumar a bagunça que deixamos quando saímos às pressas, fugindo dos vampiros de um clã inimigo.

Uma das melhores partes de ter poderes mágicos, seria ter a capacidade de me defender sozinha, sem precisar de um vampiro comigo vinte e quatro horas por dia, mesmo adorando a ideia desse vampiro ser Andrew.

Eu passaria o resto da minha vida com ele. Se ele quisesse.

Os únicos da família que não sabiam os reais motivos da minha viagem repentina eram Leo, sua esposa e os filhos, eles não precisavam se envolver nessa loucura de vida.

Era início de noite quando voltei para casa ansiando por um banho quente e tranquilo para logo em seguida cair na cama e ter a primeira noite realmente tranquila bem, sem sentir o medo de alguma invasão vampírica ou até mesmo de homem-lobo.

Eu tinha vencido Morgana, finalmente.

Todas lutas, sequestros e fugas valeram a pena.

E eu também tinha conhecido lugares que sempre quis visitar, tinha me apaixonado perdidamente e por mais tivéssemos nos desentendido algumas vezes, foi necessário para que de certa forma pudéssemos amadurecer e ter certeza do que sentíamos.

Assim que saí do banho, ainda de toalha, encontrei Andrew sentado em minha cama, me esperando.

Certo.

Eu precisava melhorar minhas habilidades sensitivas.

- Não precisa nem se vestir. – ele disse, andando até mim.

As Chaves do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora