Sequestrada

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O táxi estava esperando em frente ao apartamento para me levar a Torre Eiffel, mas o pedi para parar algumas quadras antes para que eu fosse andando usando o GPS do celular como guia, pois precisava de uma caminhada e era manhã, nenhum vampiro iria aparecer.

Mas infelizmente não era apenas os vampiros que eu deveria temer.

A rua estava vagamente deserta quando percebi que estava sendo seguida por dois homens. Não eram vampiros, eu tinha certeza. Porém não tinha como pedir ajuda a ninguém. Imaginei que fosse assalto e pensei em correr, mas a ideia seria péssima se eles estivessem armados.

Andei mais rápido e discretamente tirei as pedras da bolsa e abaixei rapidamente para as colocar dentro da bota, no início foi meio desconfortável, mas ignorei o incomodo, enfiei o mapa dentro da blusa e joguei a bolsa no chão, na esperança que eles parassem de me seguir e os distraísse tempo suficiente para eu correr e me esconder.

Pela minha visão periférica percebi que passaram direto pela bolsa e não a pegaram.

Não era assalto.

Comecei a correr e eles também. Era muito cedo e ainda estava tudo fechado. Eu não conhecia as ruas de Paris e entrava aleatoriamente na primeira que encontrava, o celular no bolso da calça.

Um erro.

Um grande erro.

Acabei entrando em um beco sem saída e não sabia se as pedras funcionavam com humanos, decidi não atiçar a curiosidade deles para elas e acabar as perdendo.

Parei.

Eles bloqueavam minha passagem.

Eu estava presa.

- Onde você pensa que vai? – um deles perguntou.

Eram ambos altos, morenos e fortes, no estilo seguranças do presidente dos Estados Unidos. Um deles tinha longos cabelos cacheados e outro tinha um corte mais curto. Rapidamente desbloqueei o celular usei o atalho que tinha criado para mandar minha localização em tempo real para Andrew e Derek, mas não notei se receberam.

- Me deixem ir. – falei, quase chorando – Aqui está meu celular. – ofereci o aparelho a eles, o recuperaria depois usando o rastreador.

- Não queremos seu celular. – o outro disse rindo e se aproximando. – Queremos você.

Meu corpo entrou em choque.

Como diabos eu iria me defender de dois humanos?

Sem pensar muito, tentei correr e passar por eles, mas claro, foi completamente inútil, um deles me segurou forte pelo braço e prendeu meu corpo ao seu. Tentei gritar, mas o outro cobriu minha boca com uma mão.

- Cala a boca. – disse o que estava me segurando, ameaçadoramente em meu ouvido – Não quer que quebremos seu pescoço agora, quer?

Neguei com a cabeça e parei de gritar, ofegante, observando enquanto o outro homem colocava um líquido em um pano.

- Precisamos de você para a coleção. – disse ele e colocou o pano em minha boca e nariz.

E isso é tudo que lembro antes de desmaiar.

...

O cheiro fétido do lugar me fez despertar, mas não o suficiente para abrir os olhos, ainda assim sentia alguém me observando.

- Juan – era a voz do homem que me segurou – Vá pegar café para nós. Preciso tomar antes de ver o chefe.

- E por qual motivo você não vai, Nando? – respondeu o outro.

As Chaves do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora