Acordei sobressaltada.
Lentamente as lembranças do sonho vieram em minha mente juntamente com as lágrimas que caíram sem controle.
Andrew havia além de me causar um sofrimento sem tamanho, foi me machucar mais, machucar meu coração. Eu não podia permitir que ele tivesse algum controle sobre mim ou sobre meus sonhos, eu não podia me permitir acreditar nele novamente. Ele não me tiraria dali, já havia deixado aquilo claro quando me deixou ser arrastada.
Andei até o banheiro e lavei o rosto, pensando em tomar um banho, mas logo descartando a ideia, poderiam estar me observando.
Assim que saí do banheiro, Madalena estava de volta, segurava uma bandeja com um prato cheio de comida e um copo, naquele momento meu estômago se revirou. Eu estava faminta.
Madalena apoiou a bandeja na mesa de cabeceira.
- Precisa se alimentar. – ela disse, provavelmente ao perceber minha relutância ao olhar para o alimento – Não está envenenada. Daqui a pouco virão busca –la. A rainha Virgínia quer ver você, precisa estar alimentada.
- Obrigada. – respondi quando ela já estava quase fechando a porta ao sair.
Peguei a bandeja. Estava com o estômago implorando alimento, a ideia de estar envenenado logo foi esquecida e devorei tudo em questão de poucos minutos.
Algum tempo depois um dos homens de preto abriu a porta e me escoltou pelos belos corredores do castelo até chegarmos em uma sala gigantesca, nela havia dois tronos, mas apenas um deles ocupado, ao lado da mulher, que mais parecia uma versão mais velha da princesa Vivian, estava um rapaz que parecia bastante com as duas.
Parei a alguns metros dela, que se levantou.
- Você deve curvar-se para a rainha. – disse o homem de preto atrás de mim. Não me movi.
- Não será necessário. – ela anunciou, chegando mais perto de mim.
Ela era divinamente linda, seu cabelo comprido metade preso a deixava com uma aparência mais jovem. Tudo parecia em seu devido lugar nela. Olhos, nariz, boca.
Usava um vestido longo verde claro. O rapaz atrás dela se adiantou em nossa direção.
- É uma humana, mamãe. – ele disse – Temos que trata-la como tal. – ele me olhou de cima a baixo – Por mais bonita que seja.
- Quieto, Jules. – ela disse, em seguida virou-se para mim – Você será meu novo bichinho de estimação. Me acompanhará para onde eu for e terá um quarto decente só para você se prometer não fugir. Todos os meus homens estão autorizados a matar você, caso tente.
- E se eu recusar? – perguntei, ríspida.
- Será mantida em cárcere naquela torre para sempre. – respondeu.
Analisei minhas opções. Eu precisava concluir a busca, era fato. Mas não podia fazer isso daquela torre, trancada. Em um quarto eu ao menos poderia conseguir uma forma de fugir sem que ninguém perceba e tentaria não acabar morta.
- Está certo, majestade. – ouvi uma voz muito parecida com a minha dizer – Eu aceito.
Eu não sabia qual o fetiche dos vampiros reais em ter um humano como uma espécie de animalzinho de estimação, mas poderia usar essa vantagem para encontrar uma saída. Usar meus novos privilégios para conhecer o castelo e encontrar a saída se tornara meu principal objetivo a partir daquele momento.
- Ótimo. – ela disse – Leve-a para tomar um banho e trocar de roupa, Lopez.
Fui escoltada para mais corredores e escadas, mas por um caminho diferente dessa vez. Esquerda, direita, esquerda, corredor, direita, grande porta.
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As Chaves do Destino
ParanormalElisa nunca imaginou que a descoberta da existência dos vampiros poderia ser tão perigosa para ela. Quatro meses depois dos últimos acontecimentos ela se vê obrigada a partir em busca das Pedras do Desígnio para salvar o mundo contra a Feiticeira Mo...