Volta

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Eu estava deitada no sofá da sala mais ou menos ás 21 horas quando ouvi alguém batendo na porta do meu apartamento. Eu havia passado o dia inteiro esperando Andrew chegar e estava prestes a mandar uma mensagem para ele perguntando se já estava a caminho, mas não queria parecer obsessiva. Derek havia ido para seu apartamento mais cedo, pois pedi para ficar um momento sozinha, ele provavelmente já estaria dormindo.

Peguei as duas Pedras do Desígnio e andei lentamente até a porta. As batidas continuavam. Silenciosamente destranquei a porta e a abri, dando dois passos para trás com as pedras erguidas caso tivesse que bater uma na outra novamente, mas não foi necessário. Suspirei de alívio.

Andrew estava parado, me observando. Não era um sonho.

Coloquei as pedras na mesa de centro e o abracei.

Tranquei a porta enquanto ele avaliava a sala do lugar.

- Você está bem, certo? – ele perguntou, virando-se para mim. Assenti. – Vejo que está preparada para derrotar qualquer um – ele apontou para as pedras na mesa.

- São minha proteção. – eu disse – Derek deveria farejar os vampiros, mas pelo visto não funciona enquanto ele dorme.

- Na verdade, não funciona enquanto um vampiro ancestral de fada está na cabeça dele bloqueando seus sentidos.

- Você o que? – olhei para ele, em choque.

- Ele está bem. – me tranquilizou – Só não sabe que estou aqui. Preciso falar com você.

- É sobre aquilo que falou no sonho? – perguntei e ele assentiu, chegando perto de mim. Perto demais.

- O fato é que eu não sei como dizer isso, nem como você vai reagir ou o que vai significar para você, mas o fato é que percebi isso um pouco antes de tudo isso começar e não sei bem como aconteceu ou se tem alguma forma de mudar isso. O que eu quero dizer é que...

- Andrew, não – o interrompi, andando pela sala – Eu não quero ouvir.

- Eu preciso tirar isso de mim, Elisa.

- Eu sei exatamente o que vai acontecer e vai por mim, isso não vai acabar bem. – falei.

- Eu só quero ser sincero e transparente com você. Você merece isso.

Essa última afirmação foi como um soco no meu estômago. Eu não havia sido sincera o suficiente para contar a ele sobre o beijo de Derek, pois no fundo eu sabia que ele me odiaria se soubesse e eu não queria que as coisas entre nós terminassem em ódio.

- Não, Andrew, por favor. – eu estava quase chorando.

- Se estiver assim por causa do aconteceu no castelo, saiba que não tem do que se culpar. Você agiu como qualquer pessoa normal agiria.

Ele não entendia. Achava que meu desespero era por causa do meu grande engano quando estávamos no castelo. E era. Em parte. Mas eu estava desesperada por ser uma covarde. Andrew não merecia ser enganado, mas como eu contaria a ele que beijei outra pessoa horas depois de tê-lo beijado?

Tudo bem que eu era solteira, livre e desimpedida, mas eu sentia que tínhamos algo forte, mesmo sem termos oficializado nada e se fosse o contrário eu gostaria de saber.

A verdade é que se eu contasse a Andrew acabaria o afastando de mim.

Era isso que eu realmente queria?

Não sabia responder.

- Não é só isso... – tentei falar.

- Será que você pode só me ouvir? – ele tentava se aproximar e eu acabava recuando – Não precisa dizer nada, mas eu preciso tirar isso do meu coração ou ficarei louco.

As Chaves do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora