Pelo que pareceu uma eternidade, percebi um movimento maior nos portões do maravilhoso castelo. Desde que Andrew entrara, permaneci em pé até vê-lo andar até mim novamente ao lado de um homem de mais ou menos meia idade, cabelo muito escuro e olhos com um leve tom de vermelho, usando um terno extremamente formal, acompanhado por mais uns cinco homens de preto atrás de si.
Todos pararam em minha frente:
- Então essa é a humana insignificante que está em busca do impossível? – começou o homem. Não respondi, tentei encontrar os olhos de Andrew. Ele evitava me encarar e quando o fez, seu olhar era triste, parecia... Arrependido? Do que?
- O que faremos com ela, majestade? – perguntou um dos vampiros que ficaram comigo.
Certo. Por aquilo eu não esperava.
Eu estava na frente de um rei. De verdade. Pior. Rei dos vampiros italianos.
O rei olhou para Andrew por alguns segundos, pareciam estar se comunicando apenas pelo olhar, então andou até mim, tocou em meu queixo com mais força do que era necessário e me fez encara-lo.
- Você tem muita sorte, humana. – ele disse, então se virou para seus homens – Minha querida rainha ficará feliz com um bichinho de estimação. Levem –na daqui.
Dois vampiros me seguraram pelo braço, tentei lutar, mas era completamente inútil. Andrew não fez absolutamente nada, sequer se moveu. Busquei seu olhar em busca de socorro, mas recebi apenas um imperceptível "desculpe".
O que diabos aquilo significava? Eu estava sendo levada para dentro do castelo e só conseguia pensar que morreria.
Andrew não moveu um músculo para me salvar. Não parecia o mesmo cara que me beijara ardentemente naquele quarto do Egito. Não parecia mais a pessoa por quem eu estava me apaixonando, a pessoa que disse a minha mãe que daria a própria vida pela minha.
Gritei seu nome por diversas vezes, pedindo socorro, implorando ajuda, mas foi tudo inútil, ele não iria me ajudar. Eu não queria admitir que aquilo estava acontecendo, por um momento até esqueci a falta da pedra da coragem, talvez ela me tirasse daquela situação, já que contar com Andrew era completamente inútil.
Ele não iria me ajudar por mais que eu gritasse.
Eu não queria admitir. Não queria acreditar.
Andrew havia me traído.
O terror passou por todo o meu corpo quando percebi o que estava acontecendo.
Eu estava sendo presa por vampiros e provavelmente morreria.
Significava que eu jamais encontraria as Chaves do Destino. Jamais conseguiria derrotar Morgana.
Meu Deus.
Eu jamais salvaria minha família.
Morgana os mataria.
Congelei e tive que praticamente ser arrastada pelos homens e nem notei a impecável decoração do castelo e nem gravei na mente os vários corredores que passamos até chegar em uma escadaria imensa que levava para cima.
Paramos diante de uma enorme porta de metal que foi aberta por um dos vampiros. O outro me jogou lá dentro, onde caí no chão.
- Vai ter muito tempo para pensar nos seus erros, humana. – os dois saíram e me deixaram sozinha.
O som da porta sendo trancada foi um dos piores que já ouvi. Corri para tentar abrir, pedindo por socorro, mas foi inútil. Eu era uma humana. Frágil. Indefesa.
Traída.
Sentei no chão de costas para a porta e comecei a chorar descontroladamente pelo que me pareceram horas para só então reparar no pequeno cômodo em que eu estava. As paredes eram de tijolos, nenhuma janela decorava o lugar, havia uma cama de solteiro, uma mesa de cabeceira e uma porta em um canto, provavelmente levava ao banheiro.
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As Chaves do Destino
FantastiqueElisa nunca imaginou que a descoberta da existência dos vampiros poderia ser tão perigosa para ela. Quatro meses depois dos últimos acontecimentos ela se vê obrigada a partir em busca das Pedras do Desígnio para salvar o mundo contra a Feiticeira Mo...