Fiquei me revirando desde que deitei na cama. Andrew ao meu lado parecia uma pedra. Algo me dizia que vampiros não precisavam dormir, afinal nem estavam vivos, mas como geralmente se alimentavam de sangue animal e não humano (sua fonte de força e energia), usavam o sono como uma espécie de substituto, assim não ficariam tão reféns do sangue humano. Precisava pesquisar sobre isso quando minha vida voltasse ao normal.
Derek estava na sala. Andrew fez questão de deixar a porta do quarto trancada, caso Derek resolvesse nos matar enquanto dormíamos.
Peguei meu celular. Nenhuma mensagem de Arthur. Sinal de que estava tudo bem. Eu esperava.
Me revirei novamente, de frente para Andrew e me assustei ao vê-lo acordado me observando.
- Não consigo dormir com uma hélice ao meu lado rodando o tempo todo. – ele sussurrou, baixinho.
- Desculpe. – falei – Não consigo dormir.
- Isso eu percebi, - ele soltou um breve risinho – não sei é o motivo disso.
- Minha mente está cheia, Andrew. – virei de barriga para cima – Não sei como vai ser daqui pra frente.
- Não tem como saber – começou – Você só precisa ter em mente que vou estar com você em todos os momentos e não importa o que acontecer, estarei segurando sua mão.
Olhei para ele e não disse mais nada. O brilho intenso de seu olhar passeando pelo meu rosto e parando em minha boca me deixou sem ar, ele estava próximo, muito próximo.
Sim, eu queria que ele me beijasse, queria sentir o gosto dos seus lábios nos meus e tinha a sensação que ele também queria.
Aquela era a coisa que eu mais queria no mundo naquele momento, mesmo sem fazer ideia de como ou quando começara a sentir como se tivessem milhares de borboletas no meu estômago sempre que ele me olhava.
Não.
Eu não podia estar me apaixonando por ele.
Andrew era um vampiro e amava Rosy. Sempre a amaria.
Ele jamais sentiria por mim o que sente por ela.
Levantei da cama em um pulo e andei até a janela para observar as luzes do Egito.
Meu pijama curto e apertado em tons de rosa claro tinha sido uma péssima ideia para levar em uma viagem como aquela.
Senti o ar frio da noite passar pela janela conforme chegava mais perto, institivamente envolvi meus braços em volta do meu corpo e suspirei.
Andrew estava atrás de mim, mas não me virei para o encarar. Ele tocou em meus ombros e tive que lutar comigo mesma para não me afastar e acabar o beijando.
Eu não podia.
- Você não precisa ter medo de mim. – ele disse, uma voz terrivelmente sexy – Não vou fazer nada que você não queira.
- Eu sei. – falei – São os sentimentos que me assustam.
- Deixe o sol nascer, Elisa.
- Do que está falando? – perguntei, finalmente encarando –o.
- Ancestrais de fadas tem alguns dons além dos poderes que você já conhece. – ele explicou.
- Então você estava no meu sonho de verdade? – perguntei – Você invadiu meu sonho?
- Eu visitei seu sonho, Elisa. – falou – Você está com medo de deixar o sol nascer e ele acabar queimando tudo, não é?
Não respondi.

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As Chaves do Destino
ParanormalElisa nunca imaginou que a descoberta da existência dos vampiros poderia ser tão perigosa para ela. Quatro meses depois dos últimos acontecimentos ela se vê obrigada a partir em busca das Pedras do Desígnio para salvar o mundo contra a Feiticeira Mo...