As Chaves do Destino

Egito

Não sei quanto tempo levou para o avião pousar no solo do Egito, dormi a viagem inteira, mesmo em uma poltrona super apertada e um Andrew super espaçoso do meu lado. Não faço ideia se ele havia dormido, mas parecia bem descansado para mim, mesmo eu tendo dormido estava um caco. Eu odiava vampiros por parecerem tão perfeitos o tempo todo.

- Precisamos de um hotel. – ele falou – E de um carro.

Era noite quando chegamos, comi algo no aeroporto enquanto Andrew resolvia como alugar o carro por telefone, ele não queria sair de perto de mim nem um mísero segundo, para me manter segura, o que me dizia que ele não dormiu em nenhum momento durante a viagem, em alerta o tempo todo.

Após meu lanche, procuramos uma lojinha aberta dentro do aeroporto para comprarmos roupas locais e não sermos reconhecidos. Em seguida um carro nos esperava e Andrew foi dirigindo até o hotel, o qual quase derrubou meu queixo de tão deslumbrante e lindo.

- Eu teria que vender os dois rins pra conseguir ao menos uma diária aí. – falei, Andrew riu enquanto entrava no estacionamento. – O que você fez pra conseguir uma noite aqui?

- Viajei muito quando descobri a fortuna de meus pais. – ele respondeu – E fiz muitos favores a pessoas poderosas.

- Que tipo de favores? – perguntei, saindo do carro.

- Não queira saber.

- Está brincando, não é? – olhei bem para ele, que assentiu e riu. – Idiota. – falei baixo.

- Tenho super audição, Elisa. – riu mais ainda. Pelo visto eu servia como palhaça pra ele.

Chegamos ao hall do hotel e a bela recepcionista desligou o telefone assim que nos viu, ou melhor, assim que viu Andrew.

- Pois não? – ela começou, abrindo um sorriso perfeito e colocando seu cabelo loiro extremamente sebos... sedoso atrás da orelha em uma clara demonstração de interesse – Deseja um apartamento com um quarto?

- Sim, por favor. – Andrew respondeu, olhando o celular.

Me dei conta do que ele havia confirmado.

- Dois. – só então a mulher pareceu me ver e abriu um sorriso sem graça em minha direção, Andrew guardou o celular e colocou sua atenção em mim, me lançando um olhar confuso. – Dois quartos.

- Está maluca se acha vou te deixar longe da minha vista por mais de 5 minutos. – ele disse

- Está louco se acha que vou dormir na mesma cama que você. – retruquei.

- Se ela não quiser, eu quero. – ouvi a loira resmungar baixinho, mas Andrew pareceu não se abalar com o comentário, os olhos em mim.

- Eu durmo no chão. – ele disse – Sem problemas.

Só então olhou pra loira e pagou pelo quarto, ignorando todas as investidas e olhadas que ela lhe lançava, parecia que para ele, ela nem estava ali. Mas pra mim ela estava, e prestes a levar um soco.

Andrew pegou a chave e o segui para o décimo nono andar, onde um apartamento excepcional nos aguardava. Tinha uma sala com sofás enormes, uma TV gigante e várias portas. Saí abrindo todas até dar de cara com um quarto colossal, todo em tons pastel e uma cama enorme. Daria pra uma família dormir ali.

- Descanse. – disse Andrew atrás de mim – Sairemos cedo amanhã.

Levando em conta que ele salvou a vida do meu pai, salvou minha vida, me ajudou a chegar até o Egito e não dormiu durante o voo, o mínimo que ele merecia era uma boa noite de sono. Nós dois precisávamos disso.