Coragem

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Não. Não era um sonho. Me belisquei repedidas vezes tentando acordar. Droga.

O ponto dourado se tornou uma fada. Uma fada de verdade, com asas e cabelo colorido. Ela mudou de um ponto dourado para uma mulher extremamente linda e reluzente, com um longo cabelo vermelho.

- Não tema, minha cara Elisa. – ela começou, uma voz tão doce que caso cantasse, eu dormiria. – Não irei machucá-la. Eu sou Shime.

-Como você sabe meu nome? – perguntei, assustada.

- Impossível não saber o nome da única humana que descobriu a existência dos vampiros sem intenções de buscar As Chaves do Destino.

- Onde está a primeira Pedra?

- Não está comigo. – ela disse – Estou aqui para entregar a você o segundo mapa e lhe dar uma pista de como encontrar a Pedra da Coragem.

Então ela uniu as duas mãos e as separou lentamente, fazendo surgir um pedaço de pergaminho velho, entregando –o a mim.

- Eu não entendo. – falei, pegando o papel. – Achei a pedra estivesse aqui.

- Ela está. – a fada então ergueu as mãos e tudo reapareceu. Andrew estava desesperado dando vários socos no exato lugar em que eu desaparecera minutos antes. Ele gritava meu nome, mas não me via e eu só queria abraça –lo. – A pedra está aqui, Elisa, mas você passará por um teste antes, esteja preparada para encontrar sua força interior. Boa sorte.

- O que quer dizer? – perguntei tarde demais. Ela havia sumido e Andrew me avistou, me abraçando mais forte do que as boas maneiras permitiam, seu corpo completamente colado ao meu, notei. – Eu estou bem.

- Achei que tivesse perdido você. – ele disse, me olhando de cima a baixo.

- Não vai se livrar de mim tão cedo.

- Onde estava? – perguntou – Você sumiu em um piscar de olhos.

            Contei a ele o que aconteceu e mostrei o mapa que me foi entregue por Shime. Não consegui ver nada quando o abri.

De repente, uma espécie de passagem se abriu para dentro da pirâmide, uma escadaria levava para baixo.

- Acho que terei que ir. – falei – Sozinha.

- De jeito nenhum vou te deixar entrar, Elisa. – ele falou – Está fora de questão.

- É preciso, Andrew. – disse a ele – Você sabe.

Ele relutou por uns instantes e enfim cedeu.

- Estarei aqui esperando por você. – sussurrou.

- Eu sei que sim. – falei e sem pensar lhe dei um beijo na bochecha.

Entrei, tentando não pensar na minha última atitude e no que realmente eu queria fazer.

Estava escuro, tive que segurar na parede lateral para não tropeçar e acabar rolando escada a baixo. Depois de andar por uns 3 minutos, vi uma luz no fim da escada, suspirei e adentrei.

            Quando eu tinha por volta de 14 anos, comecei a ter pesadelos com o Homem de Ferro (não o super-herói). Era uma armadura que me assustava sempre que eu ia na cozinha. Era sempre o mesmo sonho. Sempre a mesma armadura. Lembro de acordar gritando sempre que ele me esfaqueava na barriga.

            Por diversas noites, meu irmão mais velho tinha que ir dormir comigo, ou meu pai, ou minha mãe.

Eu não fazia ideia do motivo de eu sonhar sempre com a mesma armadura de ferro me esfaqueando na barriga após eu olhar a geladeira e me virar, dando de cara com ele. Aquilo me perturbou por muitos meses. Até eu começar a tomar remédios que me deixavam completamente apagada, sem lembrar os sonhos.

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