Amanhecer no laboratório do meu pai não era o que tinha almejado quando descobri a existência de vampiros.
Me imaginava famosa por espalhar essa notícia ao mundo e revelar a farsa do High School Sky, mas a verdade é que me tornei amiga deles e jamais faria algo que pudesse machucá-los. Então, em vez de espalhar a notícia, me vi fazendo pesquisas sobre como surgiram e suas habilidades, Rosy me ajudou muito nesse processo de entender como vivem, como se alimentam, como se reproduzem (o que é bem comum, aliás).
Os clãs são diversos e de diferentes tipos, os quais eu gostaria de manter distância. O fato de eu ser uma humana procurando meios de proteger os vampiros era meio irônico levando em conta que eu era uma humana "frágil" e indefesa e queria realmente proteger meus amigos vampiros. Exceto um. Andrew.
- Passou a noite aqui? – ele disse ao entrar no laboratório e me ver coçando os olhos. – Daqui a pouco vai fazer parte dos móveis e vão te confundir com uma mesa.
- Você não tem ninguém melhor para perturbar não? – perguntei sem olhar para ele que estava em direção a sua mesa.
- Você me diverte. – ele disse, rindo. Revirei os olhos.
Andrew passou a trabalhar com meu pai depois da briga que ocorreu devido a cura da Rosy, mas na minha humilde opinião, acredito que ele só passou a morar na cidade definitivamente para ficar perto e longe da Rosy ao mesmo tempo. Ele era apaixonado por ela, mas não era correspondido, ainda assim ele não conseguia ficar longe dela e isso, infelizmente é ruim para mim que estou tendo que aguentar ele e suas piadas bobas por 4 meses.
Olhei a hora e suspirei. Senti seu olhar em mim enquanto eu caminhava pelo laboratório catando minha bolsa, chave, celular... Olhei para ele.
- Perdeu alguma coisa? – perguntei, ele riu.
- Já vai? – perguntou. – Acabei de chegar.
- Não que seja da sua conta, mas caso não saiba eu tenho uma casa e tenho uma vida. – eu disse e ele soltou um sorrisinho.
- Tem certeza? – ele perguntou, irônico. – Não parece. Você está aqui 24 horas por dia.
Eu pensei em uma boa resposta para dar a ele, mas a verdade é que ele tinha razão. Saí do laboratório sem dizer nada e andei até meu carro. Eu realmente não tinha uma vida, não tinha amigos, havia largado a faculdade de medicina na metade do curso para me dedicar totalmente a ciência e aos projetos do meu pai que acabaram me fazendo passar noites a fio no laboratório.
Entrei no carro e girei a chave. Meu Cronos vermelho foi presente de meu irmão mais velho, Leonardo quando entrei para a faculdade. Ficaria melhor minha locomoção até lá se eu tivesse um meio de transporte próprio, mal imaginaríamos que eu iria largar tudo na metade para acompanhar meu pai nas loucuras dele.
Enquanto dirigia pela cidade meu celular tocou anunciando uma mensagem. Parei no sinal vermelho em um cruzamento e olhei rapidamente minha barra de notificação. Era Dora, uma das poucas amizades que fiz antes de trancar a faculdade.
"Vai estar livre hoje? " – dizia a mensagem.
Pensei por um momento em não responder, havia uns dias que ela me chamava para ir ao cinema com ela e dois amigos, claro que um deles era para mim, mas eu não estava interessada, porém o comentário de Andrew estava em minha mente e eu não queria que ele tivesse razão de nada que me envolvesse. Afinal a vida era minha, não era?
Peguei o celular e digitei um rápido "sim". O sinal abriu, porém no momento em que estava passando pelo cruzamento, um pouco mais rápido do que deveria, apenas escutei muitas buzinadas e meu reflexo me fez frear o mais rápido que consegui, o carro deu uma pequena rodada e bati a cabeça no volante. Um carro havia ultrapassado o sinal vermelho e as buzinas que ouvi eram dos carros atrás de mim tentando me avisar, mas estava muito distraída.
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As Chaves do Destino
ParanormalElisa nunca imaginou que a descoberta da existência dos vampiros poderia ser tão perigosa para ela. Quatro meses depois dos últimos acontecimentos ela se vê obrigada a partir em busca das Pedras do Desígnio para salvar o mundo contra a Feiticeira Mo...