Atacados

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Eu não tinha ideia de por onde começar. Andrew muito menos.

Após me despedir de minha família, subi para meu quarto e peguei umas roupas e objetos pessoais que eu pudesse precisar, colocando tudo em uma mochila.

- Precisamos pegar meu carro. – falei a Andrew, subindo em sua moto – Não vou andar de moto com você pra cima e pra baixo.

- Por que? – ele perguntou, senti a ironia em sua voz – Eu sei que você ama me abraçar enquanto eu piloto.

            Eu não tinha notado até então, mas todas as vezes que andei de moto com Andrew, eu era obrigada a segurar em sua cintura para minha falta de equilíbrio não me derrubar.

- Calado. – falei, revirando os olhos.

            Fomos até o estacionamento do shopping para que eu pudesse pegar meu carro. Andrew deixaria a moto por lá e a pegaria quando voltasse. Deixei que ele dirigisse até o laboratório de meu pai. Lá analisaríamos o mapa que Morgana deixara.

O abri na maior mesa da sala e no primeiro momento não entendi absolutamente nada do que estava escrito. Havia nele várias estrelas vermelhas e círculos brancos que também tomavam conta do papel. Parecia o desenho de uma criança de 5 anos.

Olhei para Andrew que estava em minha frente em busca de uma saída. Ele parecia mais perdido que eu por um momento, mas então parece ter lembrado de algo que pudesse ser nossa solução. Pegou o celular, discou um número, colocou no alto falante e esperou começar a chamar.

- Alô! – disse uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar.

- Rosy. – falei, contente – Que saudade.

- Elisa? – ela perguntou, parecendo alarmada – Onde está o Andrew?

- Estou bem. – ele se apressou em responder, parecia animado por falar com ela, animado até demais, constatei. – Não temos muito tempo. Você sabe algo sobre as Chaves do Destino?

- Acho que li algo sobre isso em algum livro tempos atrás. – ela começou – Na minha cabeça isso está mais para uma lenda em que um humano precisa reunir três pedras em um altar pra encontrar o sangue da primeira fada para... – ela se interrompeu – No que vocês se meteram?

- Longa história. – ele disse – Como encontramos essas pedras?

- Todo vampiro líder de um clã possui um mapa para o caso de encontrar um humano, mas apenas esse humano pode entender o mapa, pois as coordenadas só aparecem para ele. – ela fez uma pausa – Me digam que estão bem.

- Estamos bem. – falei – Você disse que todo clã sabe da existência dessas pedras. O que acontece se todos os vampiros descobrirem que sei sobre vocês? – perguntei, com medo da resposta

- Irão todos atrás de você. – ela respondeu

Paralisei.

Ótimo. Não bastasse uma feiticeira louca, teria também todos os vampiros do mundo atrás de mim e tudo por causa da minha origem humana.

Andrew deve ter percebido meu choque, pois pegou o telefone e tirou do alto falante, saindo pela porta com ele. Para falar sozinho com Rosy, percebi, aquilo me incomodava por qual motivo? Eu sabia que ele era apaixonado por ela e sabia que ela já estava com Daniel, mas só então caiu a ficha do encontro com Dora. E se ele a estivesse usando para finalmente esquecer Rosy?

Certo. Aquilo ficava cada vez pior.

Me voltei para o mapa tentando não pensar muito em Andrew e sua vida amorosa e nem nos prováveis vampiros que podia estar me rastreando naquele momento.

As Chaves do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora