As Chaves do Destino

Sacrifício

Eu estava em minha casa novamente. Morgana estava lá também junto com seus vampiros cruéis e minha família amarrada. Exatamente como aquela noite que a vi pela primeira vez, mas com apenas uma diferença.

Andrew não estava lá.

Vivi novamente o terror de ver a vida deixando os olhos de meu pai, mas desta vez não pude salvá-lo. Andrew era o único que podia ajudar meu pai e ele havia desaparecido, como se nunca estivesse lá.

Como se não existisse.

Senti mãos fortes me segurando enquanto eu me debatia e um eco de uma voz extremamente familiar e reconfortante.

- Elisa, está tudo bem. – era Andrew, apenas a sua voz – Eu estou aqui, tudo bem, está tudo bem.

Então senti as mãos soltando meus braços e passando por minhas costas até me prender em um abraço cálido e seguro. Só então abri os olhos e percebi que ainda estava em Paris, com lágrimas caindo incontrolavelmente e Andrew me abraçando forte.

- Eu estou aqui. – ele sussurrava repetidas vezes – Você está bem, foi apenas um pesadelo.

Eu não conseguia falar, apenas chorava copiosamente sem entender o que me fazia chorar tanto para só então me dar conta que Andrew era fundamental na minha vida desde antes da busca começar. Talvez ali meus sentimentos tivessem aflorado.

Foi naquele dia que comecei a negar para mim mesma que estava me apaixonando por ele. Tudo que aconteceu só fez despertar o que eu evitara por meses, talvez desde que nos conhecemos. Talvez toda aquela implicância e birra de ambas as partes já fosse um disfarce de paixão.

Parece que os dois negaram por muito tempo o inevitável, afinal.

- Acordei você? – perguntei após me acalmar. Ele me manteve em seu abraço o tempo todo. – Desculpe.

- Está tudo bem. – ele respondeu, passando a mão por meu cabelo – Você teve um pesadelo. Gritava chamando meu nome.

- Voltei para noite que meu pai quase morreu, mas você não estava lá para salva-lo... – falei, poucas lágrimas ainda caindo – Não estava lá pra me salvar.

- Ah, minha cara Elisa – ouvi sua risada, baixinho – Eu sempre, sempre, sempre vou salvar você. Não importa do que ou de quem. Você já faz parte da minha vida, nunca nada de ruim acontecerá com você. Eu não vou deixar.

Sem saber o que responder, o beijei, ele retribuiu com calor, doçura e paixão.

Eu estava totalmente, perdidamente, completamente, incondicionalmente apaixonada por ele.

Ouvimos batidas na porta e levantei para abrir.

- Prontos para começarmos a busca? – Derek estava parado do outro lado da porta com uma bandeja nas mãos.

- O que é isso? – perguntei, abrindo caminho para que ele entrasse.

- Café da manhã pra você. – ele respondeu e observou Andrew saindo do quarto sem camisa, mas não comentou nada – Você se quiser vá buscar o seu. – disse para Andrew.

- Não preciso que traga comida pra mim. – Andrew respondeu, vestindo a camisa – Já volto, Elisa. – com isso, saiu.

- Vocês estão juntos, não é? – Derek perguntou

- Eu não sei dizer o que temos. – respondi, devorando uma tapioca com café com leite.

- Então realmente não acontecerá nada entre nós? – perguntou, o olhar triste.