Como estava de noite, e não tinham mais o carro, e pelo que sabiam, não estavam próximas de nada, resolveram passar a noite na tal caverna. Com Scarlett no ambiente, não ficou tão frio, e não tinham bichos na caverna, o que a tornou habitável para no mínimo uma noite.
Com as quatro dentro da caverna e aquele tremendo clima, Grace resolve sair e falar com Tony, que observa o céu do lado de fora.
- Oi... - Diz Grace se aproximando.
- Oi. - Tony responde dando espaço no tronco de árvore na estrada, para ela se sentar ao seu lado.
- Tony, com você eu nunca precisei fazer rodeios... Mas eu confesso que nem sei por onde começar.
- Emma me contou tudo.
- Emma? Não foi Katrina?
- Não. Embora tenha sido para a primeira pessoa que perguntei. Ela se recusou a me dizer. Você não gosta dela, não é?
- Não é isso. Tony eu vim para falar sobre Alex.
- Se sente culpada?
- Por tê-lo matado? É óbvio. Tony matei uma pessoa. Pior: matei muitas. Matei nossos amigos!
- Se serve de consolo, eu teria feito o mesmo.- Tony encara a estrada.
- O quê? - Grace vira perplexa para Tony. Em que mundo estamos, que o seu melhor amigo faria algo assim?
- Grace, você não estava dirigindo o carro naquela noite, estava?
- Não... Você estava. - Ela diz, selecionando muito bem as palavras.
- Grace eu sempre achei que eu tivesse matado todos eles. Eram meus amigos também.
- Tony...
- Até que então eu chego aqui, no meio do nada e descubro que você matou uma pessoa. Uma pessoa que causou nosso acidente. Por achar ser dono do destino? Grace, eu teria feito o mesmo. - Tony diz bravo, arremessando uma pedra que tinha nas mãos para longe.
- ...Mas não fez.
- Como é?
- Mas você não fez. Eu matei ele. Matei uma pessoa, e eu tenho medo que você nunca mais me olhe com os mesmos olhos.
- Grace, é com isso está preocupada?
- É. Tony olha tudo o que vivemos juntos! Eu não quero te perder, por outro erro que cometi! Isso é tudo minha culpa! Porque EU SOU UMA EGO.. - Grace começa a chorar e a soluçar, algo que assusta Tony, pois Grace não era disso. Era quase que a primeira vez que ele a via tão mal daquele jeito. - EGOÍSTA! É ISSO QUE SOU. EU SOU UMA MÉDICA HORROROSA, UMA PÉSSIMA AMIGA E UMA COMPANHEIRA PIOR AINDA! EU, EU SOU UMA IM...- GRACE! - Tony grita, interrompendo sua crise de pânico. - presta atenção no que eu vou te dizer: isso não foi sua culpa. Nada disso foi.
- Como pode dizer isso? Elas lá dentro me disseram que...
- Elas lá dentro por acaso passaram com você por tudo o que você passou? Estiveram sempre com você? - Tony estava agarrado aos ombros de Grace, que ainda soluçava, mas agora, de olhos arregalados. - Grace, não foi você. E sabe quem mais sabe disso? Emma.
- E- Emma?
- Sim. Estávamos conversando sobre o que fazer depois, quando ela simplesmente me disse que Alex estava estranho, quase que o caminho inteiro. Ele sabia, Grace. Sabia que ia morrer. E que a culpa não é sua. O relógio que ele entregou a Katrina, Emma acredita que seja um objeto raríssimo, igual ao colar dela. Ele avisa o futuro, marca momentos importantes, e apita quando esse momento chega. Emma me disse que tem uma teoria.
- Qual teoria?
- Ela não quis me dizer, disse que está esperando o relógio apitar.
Tony solta dos ombros de Grace, e percebe que estava realmente usando força. Os dois ficam lado a lado no tronco. E encaram a lua.
- Obrigada. - Diz Grace colocando a cabeça no ombro de Tony, ainda com os olhos fixos na lua.
- Não foi nossa culpa. Nunca foi. - Tony deita sua cabeça sobre a de Grace.Após um longo tempo com os dois apenas olhando para o céu, e pensando sobre tudo, Tony começa a rir.
- Está rindo de quê? - Grace começa a rir com a risada de Tony.
- Me lembrei da vez em que disse aos seus pais que queria tocar pelo mundo, e fazer sucesso com sua voz. Aquela sim foi uma noite divertida. - Ele imita um porco enquanto ri por acidente, fazendo Grace gargalhar.- Eu não canto tão mal ok? Eu só precisava de algumas aulas!
- Centenas de aulas, você quer dizer.
Os dois seguem rindo, até que chega um momento em que Grace o encara.
- O que foi? O que está olhando? - Tony pergunta, parando de rir aos poucos.
- Você. - Grace responde ainda o olhando. - estou olhando você.
Tony fica sem jeito, e desvia seu rosto do olhar de Grace.
- Tony, posso perguntar uma coisa importante?
Tony faz que sim com a cabeça, ainda com vergonha de olhar para Grace novamente.
- Katrina... gosta mesmo dela?
- Gosto. - a resposta não pega nenhum dos dois de surpresa.
- Por que não diz isso pra ela?
- Porque eu sou um idiota Adams, só por isso.
- Quê?
- Eu sou um tremendo idiota, não sei quais palavras usar, não consigo pensar em nada inteligente quando ela está por perto e pior: Ela deve me achar o maior sem noção.
- Tony, para.
- Por que está me perguntando isso? - Tony esfrega as mãos suadas em sua própria calça. Um sinal de nervosismo. Sinal que Grace entendia muito bem.
- Tony... já viu o jeito que ela olha pra você?
- Igual qualquer garota olha.
- Não Antônio, não seja burro.
- Começou a me ofender é?
- Te olha de um jeito especial. Tony, ela não te olha com maldade, igual a todas as outras garotas que passaram por você. Ela é diferente. E eu sei que sentiu algo diferente por ela também.
- Senti. Mas nada me garante que ela sente o mesmo. Qual é Grace, ela é o próprio vento! E tira o meu ar do mesmo jeito! Como é que isso é possível? - a indignação com seus sentimentos faz Grace rir extremamente alto. - Para de rir Adams! - Tony tenta abafar a risada de Grace com a mão. - Você, como minha melhor amiga deveria me ajudar com ela, e não rir da minha cara!
- Então é isso o que quer? Que eu te ajude com a Kate?
- Faria isso?
- Tony, faria qualquer coisa pra ver você feliz.- Mesmo não gostando dela?
- Eu nunca disse que não gostava dela.. É só que... Eu e Katrina não combinamos muito. Ela é muito boba, tem a inocência quase que de uma criança, e eu.. - Grace para de falar, ao ver que Tony a encara de braços cruzados e uma feição sarcástica. - ok, me desculpe. Sim! VOU AJUDAR VOCÊ.
- Tony. - tanto Grace como Tony se viram para ver quem o chamava.
- Emma?
- O relógio apitou. É agora, entrem pra caverna, vou contar minha teoria.
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The Forces Of Nature
FantasyThe Forces Of Nature é a história de quatro garotas. Mas não quatro garotas comuns. Elas fazem coisas que outras pessoas não podem. Dentro de cada uma delas, existe um dos 4 elementos da natureza. Elas vão crescendo e aprendendo a dominar seus poder...