The Forces Of Nature

Capítulo 46 - Um triste despertar.

Após a luz deixar o corpo de Kate, após Tony gritar como nunca havia gritado, foi em questão de minutos, uma esfera beje e alaranjada salta do corpo de Kate, e flutua no ar.
- O quê... O que é isso? - Tony pergunta fanho, limpando o rosto com a camisa.
- É o poder dela. É a fonte de ar que Katrina carregava. Agora ele vai procurar algum portador, forte de alma para se infiltrar. - Emma explica se levantando. Scarlett se levanta também. Nenhum dos três tira os olhos da esfera. Aquilo era o poder do ar, e procuraria um novo portador. Quem seria? Seria alguém a anos de nascer? O elemento voltaria para o passado?
Todos tinham aquelas dúvidas, mas antes que expussessem suas opiniões, a esfera começa a se mover. E vem na direção de Scarlett.
"Não, não não não, eu não quero, não estou pronta, não é pra ser meu." A cabeça de Scarlett explode com milhares de dúvidas se ela seria o suficiente para carregar tanto poder. E a resposta, para a própria Scarlett, era não.
Scarlett, em um movimento ligeiro, empurra Emma em direção à esfera. Que a adentra o corpo de Emma.
- O que você fez? SCARLETT, O QUE VOCÊ FEZ? - Emma se desespera.
- O certo. - Scarlett responde, curta e grossa.

- Scar? - Grace acorda, após longas 8 horas de feitiço. - Ainda estamos no interior da pirâmide? - Ela pergunta esfregando os olhos.
- Sim. Mas estamos na pirâmide ao lado. Emma viu no relógio que talvez houvessem acomodações nesta aqui. - Scarlett boceja, ainda sentada sobre algum tipo de escada.
- Falando nisso, onde estão os outros? - Grace questiona.
- Tony está na única acomodação que encontramos e Emma está lá fora.
- E a Katrina?
- Grace...
- Scarlett, não me assuste.
- Grace, não sei como dar esse tipo de notícia. - Grace arregala os olhos.
- Não tem graça, Scarlett.
- Não estou fazendo piada.
Grace se levanta, fica de pé rápido demais. E Scarlett ajuda ela a se sentar novamente. É quando Grace começa a chorar por Kate.

- Tony? - Grace observa o que parecia um quarto, uma cama larga no centro. Sem luxo. Sem janelas, quer dizer, era o interior de uma pirâmide, nem deveria ter um quarto ali.
- Oi Grace. Acordada então? - Ele responde seco.
- Pois é... Scarlett me disse o que aconteceu.
- Tivemos que deixar o corpo dela lá. Ficamos receosos em relação ao Norb voltar. - Tony diz ainda sentado sobre a cama.
- Eu sinto muito Tony. - Grace coloca a mão em seu ombro. O olha nos olhos. Então ele se levanta, e nenhum dos dois desvia o olhar.
De repente, num movimento ligeiro, Tony beija Grace. É um beijo intenso. Curto, mas encaixado perfeitamente.
Grace o para. Ela queria aquilo. Mas sabia que ele não. Ela o afasta subitamente.
- Tony? - Grace o olha fixamente.
- O que? Você não queria isso? Não queria que Kate sumisse do mapa? Pra que eu fosse só seu? - Tony diz com cinismo.
- Do que você está falando? - diz Grace de olhos arregalados.
- Que foi Adams? Acha que eu não reparei? O modo como você me olha mudou. As palavras com as quais se dirige a mim ficaram mais doces. Mais íntimas. Grace, você nunca disse que gostava de mim da mesma maneira que eu gostava de você. Medo de me perder mais rápido, medo de ser amada, diga o que você quiser. Mas por não ter dado essa chance a si mesma, também não me deu nenhuma. E eu não sou burro.
- Antônio, não diga coisas que pode se arrepender. - Grace fala devagar, gesticulando suas mãos e se afastando dele.
- Deve ter ficado feliz com a morte da Katrina, isso pinta um clima especial entre a gente, certo? - Ele diz com um tom de voz amargurado. Ela tenta se afastar mais, mas ele a puxa de volta, rouba mais um beijo.
Ela o empurra, não com força, apenas de uma forma que possa pará-lo e fazê-lo pensar.
- Tony, em nenhum momento eu dei a entender que fiquei contente pela morte de Katrina. Eu gostava dela. Ela era meiga, era boa. Então nunca diga que eu a queria morta. Porque você, mais do que qualquer um sabe que eu não sou esse tipo de pessoa.
Tony solta o braço de Grace. Ela afasta seu rosto, em seguida seu corpo.
- Eu sinto muito. - Ele se senta novamente na cama, e passa as mãos pelo cabelo num ar de desespero. - eu não sei o que está acontecendo comigo.
- Pedir desculpas depois de me dizer o que você disse, não é uma boa saída. - Grace vai saindo do cômodo em questão - Vou ver a Emma.

- Emma? - Grace a vê andando de um lado para o outro.
- Temos que ir. Temos que ir agora.