Rebeca.Eu realmente sou uma grande idiota, era isso que eu pensava pela décima vez, enquanto dirigia para casa. Tudo estava indo tão bem, o último mês ao lado de Daniel havia sido maravilhoso, eu nunca havia me sentindo tão feliz e completa como agora. Mas eu tinha que deixar minha insegurança falar mais alto, e acabei magoando Daniel. E dessa vez ele realmente ficou chateado comigo, pois não apareceu na minha sala para conversarmos e foi embora sem ao menos se despedir de mim.
Então, por isso mesma sem estar no clima para me reunir com meus amigos, eu fui para o jantar na casa de Arthur e Cíntia, pois queria resolver isso com ele. Quando cheguei todos já estavam presentes na sala ,menos Daniel, e fiquei desejando que ele estivesse na edícula afinando sua guitarra.
_ Boa noite! _ Digo chamando atenção de Nathan e Arthur, que jogavam videogame com Kaique e Manu.
_ Até que enfim você chegou!... estava morrendo de fome, mas a chata da Cíntia não me deixou provar nenhum pouco da sua comida, antes de você e Felipe chegasse! _ Nathan reclama como uma criança.
_ Não deixei mesmo!...ou não sobraria lasanha para mais ninguém! _ Cíntia diz aparecendo na sala.
_ Aonde está o Daniel! _ Filipe pergunta antes que eu faça o mesmo.
_ Hoje ele não vai vir, disse que estava cansado e preferiu ficar em casa! _ Arthur diz me olhando desconfiado, mas com toda certeza ele sabe o que aconteceu conosco.
E saber que Daniel não vira, me faz sentir ainda mais culpada. Deixei que o ciúme me controlasse e acabei desconfiado de Daniel, mesmo depois de todas as provas que ele já deu de quanto me ama.
_ Mas sem o Daniel aqui ,não vai ter graça!...quem vai jogar comigo! _ Felipe afirma emburrado.
_ Podemos jogar individualmente, assim nenhum fica sem parceiro! _ Nathan sugeri para nossa salvação. Tudo que menos preciso agora, e ter que lidar com as pirras de Felipe.
Mas, devo concordar com ele, sem a presença de Daniel ali, o jantar não teve a menor graça. Até tentei me envolver na conversa, mas minha cabeça estava longe, a alguns quarteirões dali. Imaginando se Daniel ainda estava magoado comigo.
Agradeço mentalmente quando o jantar acabou, e eu dei a desculpa de que estava cansada e iria embora dormir. Felipe ficou na casa de Cíntia, pois Kaique pediu para que ele dormisse lá, e isso só contribui para aumentar minha solidão. Aquela casa parecia grande demais, sem a presença de Felipe e Daniel, que sempre dormia aqui nas sextas feiras.
Me achoncheguei no sofá com meu brigadeiro de panela que tinha acabado de fazer. E que com toda certeza iria me condenar no dia seguinte, por ter comido aquilo tudo sozinha. Mas eu estava me sentindo triste, e precisava de algo para me animar. Já que Leonardo não estava aqui para isso, tinha que me contentar com o brigadeiro. Porém se meu irmão estivesse aqui, ele me diria para deixar de ser covarde e ligar para Daniel.
Resolvi fazer isso, pego meu celular e ligo rapidamente para Daniel, antes que eu perca a coragem. O celular toca várias vezes e depois cai na caixa postal. Tento me convencer de que ele está dormindo, e não que está me dando um gelo. Resolvo mandar uma mensagem, quem sabe mais tarde ele responda.
Beca: Senti sua falta hoje, no jantar!
Podemos conversar amanhã? 😘.Esperei por alguns segundos, vi a mensagem ser entregue e visualizada por ele. Mas, infelizmente Daniel não me respondeu, e isso realmente doeu. Saber que ele estava tão magoado comigo, que sequer foi capaz de responder uma simples mensagem. Simplesmente me ignorou, assim como eu fiz com ele mas cedo, quando ele quis explicar o que havia acontecido com ele e Verônica na sala dos professores. E por mais que sua indiferença estivesse doendo, eu sabia que merecia aquilo.
*****
Acordei cedo na manhã seguinte. Na verdade acabei adormecendo no sofá, depois de acabar com todo brigadeiro de panela. Mas, assim que despertei, tomei a decisão de procurar Daniel e resolver nosso pendência de uma vez por todas. Liguei para Cíntia e avisei que só buscarei Felipe mais tarde, então peguei meu carro e parti para a feira livre, aonde sabia que Daniel estaria ajudando sua mãe na barraca de pastéis.
E assim que cheguei, logo ó vi todo sorridente atendendo um cliente, e isso fez meu coração disparar. Tomei coragem e me aproximei, por mais difícil que seja essa conversa eu teria que ir até o fim.
_ Por favor, eu quero um pastel de palmito e suco de uva! _ Digo fazendo Daniel me olhar com uma expressão séria. E isso me fez engulir em seco.
_ Claro, senhorita Rebeca! _ Ele diz tão indiferente, como se eu fosse uma estranha.
_ Rebeca!... que bom ver você por aqui! _ Dona Marta vem me cumprimentar toda alegre.
_ Como vai dona Marta?...eu estava com saudade dos seus pastéis, então resolvi vir me usufruir deles! _ Tento disfarçar meu real estado.
_ Mas, que bom querida, sua presença aqui é sempre bem vindo! _ Ela diz sendo gentil, bem diferente do seu filho. Que entrega meu pedido sem ao menos me dirigir um olhar sequer.
Tive que comer sentindo um nó garganta, enquanto tentava sorrir ouvindo dona Marta dizer os segredos dos seus pastéis. Mas as vezes via Daniel me olhar, porém ele sempre desviava quando eu ó flagava. E aquilo já estava me deixando angustiada, nós dois precisávamos ter aquela conversa.
_ Dona Marta, você se importaria se eu roubar Daniel por alguns instantes ? _ Pergunto, vendo Daniel me fuzilar com os olhos.
_ Mas é claro que não!... O movimento é fraco está hora!.... Anda Daniel! .....vá dar um pouco de atenção a sua namorada! _ Dona Marta diz para Daniel. Que apenas obedece em silêncio. Sai da barraca e vai a passos largos para um banco um pouco distante da feira, sem ao menos me esperar.
Ó sigo, sem saber como vou começar esta conversa. Me sento ao lado dele no banco, então devagar seguro sua mão entrelaçando nossos dedos, como a muitas vezes já fizemos. Sentir o calor de suas mãos na minha,faz meu coração se acalmar.
_ Me desculpa!...., Eu agi como uma idiota!...,mas ver Verônica ali, tão perto de você me fez ficar cega de ciúmes!...eu posso até parecer tão segura, fria e dona do meu próprio nariz!....., mas eu ainda continuo sendo aquela adolescente cheia de medos e insegurança de antes! _ Digo, olhando para nossas mãos.
_ Você confia em mim?.... é apenas isso que preciso saber! _ Daniel indaga, enfim me olhando.
Antes de sair de casa para vir procura- ló eu fiz essa mesma pergunta. Eu realmente confiava em Daniel Massao, depois de tudo que ele fez?.
E claro que a maioria das coisas, ele não teve culpa. Mas, mesmo sabendo que Daniel havia usado meus poemas para ter sucesso, meu coração ainda gritava por ele, pois de alguma forma eu sabia que ele estava arrependido._ Eu confio em você!...ou não terei te procurado para pedir desculpas!. Eu,.....amo você, Daniel! _ Afirmo sentindo uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
_ Eu também ti amo, Rebeca! Você não faz ideia de quanto!..., então, nunca duvide disso!....o resto das mulheres não me importa, pois há única que eu quero na minha vida é você! _ Daniel diz segurando meu rosto, e posso sentir a verdade em cada palavra sua.
Então não penso duas vezes em beija-ló com toda a saudade que eu estava dele, e sentindo meu coração aliviada por ele ter me perdoado. Seu beijo era tão intenso, que é difícil explicar todas as sensações que estou sentindo naquele momento.
_ Nunca mais divide do que eu sinto por você, Rebeca! _ Daniel diz se afastando um pouco de mim.
_ Não duvidarei!.... mesmo que você fale novamente que não me quer, basta eu olhar para seus olhos....eu vou saber que você está mentindo! _ Afirmo, olhando bem para seus olhos e vendo seu amor por mim, refletido em suas pupilas. Então ele volta á me beijar novamente, sem se importar com as pessoas que passam na praça.
Agora eu tenho a plena convicção de que Daniel realmente me ama. Ele não precisa dizer isso aos quatro ventos, basta eu olhar em seus olhos para ter a prova disso!
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Mil Palavras ao Vento!
Romance"Dizem que águas passadas não movem moinhos" Mas não foi bem isso que aconteceu com Rebeca Munhoz. Já que seu passado voltou como um furacão caindo sobre sua vida. A última pessoa que Rebeca imaginava reencontrar era Daniel Massao, sua paixão adol...