Rebeca.
Quando me separei de Vitor, precisava de uma casa para morar com meu filho Felipe. Então por uma grande sorte consegui alugar a casa ao lado de Cíntia e Arthur,e isso realmente foi muito bom. Pois podia ficar perto dos meus amigos,e Felipe teria a companhia de Kaique para brincar, e ainda poderíamos nos reunir para tocar como antes.
Mas agora, acho que isso não será tão bom assim. Já que Daniel está morando na edícula, e saber que a qualquer momento eu possa dar de cara com ele, me deixa encomodada. Já basta ter que conviver com Daniel no colégio, e ficar recordando de tudo que vivemos.
Estamos na hora do intervalo, então sempre vou até a sala dos professores, pois gosto de conversar com eles. Já que a maioria dos professores foram meus colegas de classe, quando eu estudava aqui. Assim que entro na sala vejo Raquel, Verônica e Letícia perto da janela rindo como se fossem adolescentes ainda, velhos abitos nunca mudam.
_ Qual é motivo de tanta euforia meninas? _ Pergunta assim que chego.
_ E essa visão maravilhoso e previligiada aqui da janela! _ Verônica responde e eu não consigo entender nada. Então vou até a janela ,e vejo Daniel apenas de camiseta regata arrumando o registro de água.
_ Nossa, o tempo foi generoso com ele!... Daniel já era lindo quando era apenas um garoto..., agora está um espetáculo de homem!....olha só aqueles músculos! _ Raquel comenta se abanando.
_ Concordo com você Raquel! Ele é um colírio para os olhos!.... você não acha Rebeca? _ Letícia Indago me tirando dos meus devaneios. Pois eu ainda observava aquela cena boquiaberta.
_ Eu!!?,.... eu preciso resolver um assunto! _ Digo saindo apressada. O que Daniel está pensando, que aqui e um clube das mulheres para ficar assim com pouco roupa.
Sigo a passos largos para o pátio, então vejo que ele não chamou atenção apenas das professoras, mas também de várias alunas , que estão um pouco próxima dele, o comendo com os olhos.
_ Posso saber o que você está fazendo? _ Questiono, assim que chego aonde ele está.
_ Eu?....estou tentando concertar este vazamento, foi ordens do senhor Bento! _ Daniel diz deixando de trabalhar e me encarando.
_ Não estou falando disso!...estou falando de você estar sem camisa, ou você se esqueceu que estamos em um colégio cheio de adolescentes com os hormônios a flor da pele! _ E também professoras que esqueceram que não são mais adolescentes, penso comigo mesma.
_ Eu tirei a camisa ,porque ela é muito apertada e estava me atrapalhando..., E fiquei tão distraído no serviço, que não percebi que já era a hora do intervalo. _ Ele diz indo pegar sua camisa e então começa a vistir. E eu tenho minha dúvidas se é isso mesmo verdade, pois Daniel sempre gostou de se exebir para as garotas quando era adolescência, por que hoje seria diferente.
_ Isso não vai acontecer de novo diretora Munhoz! _ Daniel afirma com uma expressão séria. Mas antes que eu digo qualquer coisa, sou atingida por um jato d'água vindo do cano que Daniel concertava, me encharcando dos cabeça ao pés.
Daniel corre até o cano, então desliga o registro. Depois me olha com uma expressão divertida, e neste momento eu tenho vontade de soca- ló como fiz quando ele foi embora.
_ Acho melhor a diretora ir trocar de roupa,....ou vai acabar pegando um resfriado! _ Daniel comenta tentando segurar o riso.
_ E isso mesmo que vou fazer!...e você, nada de ficar sem o uniforme, se este está apertado, peça outro com um número maior para Viviane! _ Aviso antes de sair dali com meus sapatos fazendo um barulho estranho por estar encharcando.
_ Sim, mamãe! _ Escuto Daniel dizer baixo, quando eu viro as costas para ele. E essa foi a mesma frase que ele me disse, da primeira vez que nos encontramos com a banda.
Faço de conta que não ouvi, pois estava começando a ficar com frio, e não iria ficar ali discutindo com ele como uma adolescente. Aviso Viviane que terei que ir até minha casa trocar de roupa. E me xinga mentalmente por entrar toda molhada no meu carro.
Depois de trocar de roupa e secar o assento do carro, estava me preparando para voltar do colégio, quando meu celular tocou. E assim que o encontro dentro da bolsa, vejo que é da escola de Felipe, e sinto meu coração disparar.
_ Alô!...o Felipe o que? _ Indago sem acreditar no que ouvia.
Dirijo o mais rápido possível para a escola de Felipe, sem conseguir acreditar que meu filho havia brigado. Isso parecia mais uma piada, eu vivia tentando passar lição de moral para meus alunos dizendo que brigar não leva a nada, agora meu filho de apenas seis anos, me apronta uma dessas.
Chego na sala da coordenação e Felipe está lá, sentado numa cadeira emburrado. Passo por ele e vou conversar com Aline, a coordenadora da escola.
_ O que foi que aconteceu, Felipe brigou com um colega? _ Pergunto me sentindo constrangida.
_ Na verdade, ele empurrou seu colega que acabou caindo e ralando o joelho ... Tentei conversar com ele, lhe perguntar ó porque dele ter feito isso? ....mas ele não quis conversar, está assim calado dês do acontecido!.... então achei melhor chamar você Rebeca!
_ É claro ! Vou tentar conversar com ele...acho melhor leva - ló embora, para que ele possa se acalmar!
_ Claro Rebeca! ...eu iria sugerir isso!...,mas tenha paciência com ele!... Felipe sempre foi uma criança gentil e amorosa, alguma coisa aconteceu para ele agir assim! _ A coordenadora aconselha.
E acho que ela tem razão, pois nunca vi Felipe agir daquela forma. Ele me acompanhou calado até o carro, e ficou em silêncio até chegar no colégio. Se jogou na poltrona que tem na minha sala e continuo sem dizer uma palavra sequer.
_ Então, você vai dizer o que aconteceu?... Ou vai continuar me ignorando? _ Pergunto me ajoelhando perto dele. Mas Felipe não diz nada, apenas abre sua mochila pega um folha de papel sulfite e começa a desenhar seu surper herói preferido, o homem aranha.
_ Tudo bem!...mas quando você quiser conversar eu estarei aqui, está bem! _ Digo acariciando seu rostinho, e ele apenas assenti.
E é nesses momentos que eu sinto falta de alguém do meu lado. Talvez se Vitor se mostrasse um pai mais presente, as coisas seriam mais fáceis. Sei que Felipe senti falta da presença de seu pai, na verdade ele mau sabe o que é ter um pai. Já que quando me separei de Vitor ele tinha apenas um ano. E por muitas vezes, eu me condeno por ter me casado com Vitor. Pois a única coisa boa que consegui me envolvendo com ele novamente, foi meu filho. Do qual eu amo mais que tudo nesta vida!.
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Mil Palavras ao Vento!
Romance"Dizem que águas passadas não movem moinhos" Mas não foi bem isso que aconteceu com Rebeca Munhoz. Já que seu passado voltou como um furacão caindo sobre sua vida. A última pessoa que Rebeca imaginava reencontrar era Daniel Massao, sua paixão adol...