O perdão

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Daniel.

Já fazia um bom tempo que eu e Arthur, procurávamos Felipe nos arredores do lago e até agora nem um sinal dele. Perguntamos para várias pessoas que encontramos no caminho, mas ninguém tinha visto ele por ali, e isso já começava a me desisperar. Eu estava me sentindo culpado, se não tivesse feito o convite a Felipe para sair comigo, ele não teria fugido de casa.

_ Alguma pista Arthur? _ Pergunto assim que o encontro perto do seu carro.

_ Não, ninguém viu um garoto por aqui com as descrições de Felipe...,estou quase ligando para a polícia! _ Arthur diz também preocupado.

_ Não vai adiantar muita coisa, pois eles só vão procurar por ele, depois de vinte quatro horas!.... Temos que encontra - ló, pois eu não sei o que vai ser de Rebeca, se por acaso....!

_ Isso não acontecer Daniel! Tenha fé!... Acho que vou até a escolinha de futebol de Felipe, talvez ele foi para lá! _ Arthur diz entrando no carro.

_ Eu vou ficar por aqui, e dar mais algumas voltas por ai...., Qualquer coisa me liga! _ Digo, me afastando indo em direção ao parquinho que havia ali perto.

Gritei o nome de Felipe várias vezes, e nada. Algumas gotas de chuva começaram a cair, e isso me preocupou ainda mais. Felipe poderia estar em qualquer lugar debaixo dessa chuva. Tentei pensar em lugares em que ele poderia ter ido, mas Rebeca e Arthur já haviam ligado para todos os conhecidos e parentes, e nada de Felipe.

Foi então que de repente me lembrei do colégio, foi lá que nos conhecemos, e se Felipe queria me encontrar, talvez ele tenha ido me procurar por lá. Mas que depressa sai correndo debaixo daquela chuva , que agora caía com força. O colégio ficava distante dali, mas não me importei com isso, e nem estar todo encharcado, eu só queria achar Felipe, e ver todo aquele olhar desisperada de Rebeca ir embora.

Assim que cheguei no colégio, tonei que o portão da entrada estava aberto. Felipe deve ter pego as chaves de Rebeca, para poder entrar no colégio. Vou direto para a secretária, tento a sala da direção, mas ela está trancada. Chamo por Felipe algumas vezes, sem obter resposta. Vou para o porta que dá acesso ao pátio do colégio, ele também está aberto, dou alguns passos em direção ao reservatório de água. Pois foi ali que eu e Felipe nos conhecemos, e para meu alívio lá está ele sentado debaixo da estrutura do reservatório. Respiro fundo, agradecendo a Deus por ele estar bem.

_ Felipe! _ Ó chamo, fazendo ele olhar para mim. Então ele sai correndo lá debaixo e vem me abraçar.Ó abraço de volta com força, pois por um minuto achei que não ó veria mais.

_ Por que você fugiu de casa Felipe? _ Questiono enquanto o levava para dentro do colégio.

_ Eu queria encontrar você!.... pois a mamãe me proibiu de te ver de novo!...e eu não quero ficar longe de você, Daniel! _ Ele diz chorando.

_ Você não vai ficar longe de mim! Eu te prometo!...mas fugir não foi o certo! Todos estávamos preocupados com você!.... principalmente sua mãe!... ela ficou desisperada te procurando..., Então me prometa que nunca mais vai fazer isso!

_ Eu prometo, Daniel!

_ Que bom!.... agora eu vou ligar para o Arthur avisando que eu te encontrei...., E depois vamos tentar achar algo para secar você!  _ Digo passando a mão nos seus cabelos molhados. 

Ligo para Arthur e digo que encontrei Felipe, ele disse que iria avisar Rebeca e depois viria nos buscar. Pego algumas toalhas do armário de educação física para secar Felipe, e um das camisas do meu uniforme para poder esquenta- ló . Então ficamos os dois sentados alí no corredor da secretária, esperando por Arthur, e eu me sentia agradecido por tudo ter terminado bem.

Minutos depois já estávamos chegando na casa de Rebeca, Felipe parecia apreensivo, talvez com medo da reação da mãe.Mas assim que Rebeca vê o filho,vem correndo e o abraço com força e chorando. Senhor Munhoz e dona Letícia também se ajoelham no chão abraçando a filha e o neto.

_ Obrigado por achar meu neto, Daniel! _ Senhor Munhoz agradece se levantando e vindo na minha direção.

_ Não precisa agradecer, senhor Munhoz!... eu iria até o fim do mundo, para encontrar Felipe!

_ Eu realmente estava enganado ao seu respeito, Daniel! _ Ele afirma, limpando o rosto e parecendo arrependido, por tudo que ele fez para mim no passado.

Neste momento Rebeca deixa Felipe com sua mãe, e sem eu ao menos esperar ela vem me abraçar, envolvendo seus braços ao redor do meu pescoço e voltando a chorar. Envolvo meus braços na sua cintura, tentando de alguma forma lhe passar segurança e mostrar para ela que o pior já passou.

_ Obrigada!... obrigada!_ Ela sossurra no meu ouvido.

_ Eu amo seu filho, como se fosse meu!...e faria tudo que fosse possível para encontra- ló...e também para não te ver sofrer, Rebeca! _ Digo baixo apenas para que ela escute, Rebeca apenas assinti e continua me abraçando com força.

E eu realmente não me importei com aquilo, pois era muito bom receber um gesto de carinho dela, depois de tanto tempo. Mas então Rebeca se afastou, e pude notar que ela estava com olhos enchados de tanto chorar.

_ Está tudo bem agora!... Felipe me prometeu que não fará mais isso! _ Passo a mão em seu rosto limpando algumas lágrimas.

_ Não vou mais fazer isso mamãe!... porque o Daniel disse, que não vai ficar longe de mim! _ Felipe diz segurando a mão de Rebeca.

_ Com toda certeza, meu amor!... Daniel sempre estará perto de nós, de agora em diante! _ Rebeca diz olhando para mim, e fico feliz em ouvir aquilo.

Pois agora sei que Rebeca, realmente me perdoou. Que agora podemos esquecer tudo que passou, e recomeçar novamente. E quem sabe eu posso enfim, ter uma chance de reconquistar seu coração, e mostrar para ela ó quanto eu á amo, mesmo depois de dez anos!

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