The Judgment

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A DAMA


Peguei meu celular pra mandar uma mensagem pra Carly. Espero que ela esteja com o dia livre hoje.

"Preciso que vá nesse endereço e pergunte sobre o Jason pra mim, diga que você sabe que o verdadeiro nome dele é Justin, se for preciso invente algo. Preciso de informações"

Enviei para ela. Mandei um link que iria levar ela direto para a localização daquela favela em que estivemos. Se alguém sabia algo a mais sobre o Justin seria alguém de lá, e se fosse pra alguém abrir a boca, alguém de lá iria fazer isso, se eu fosse lá eles poderiam dar um jeito de se comunicar com o Justin e ele iria ficar fodido da cara comigo por ir atrás do passado dele.

"Assim que eu almoçar vou direto pra lá"

Ela respondeu, ótimo, a minha detetive particular. Carly as vezes é muito útil, é bom ser amiga de alguém que não é conhecida na máfia, na verdade, só é conhecida como a namorada de Wes Dallas, mas imagina se nós vissem juntas, a audiência dela subiria para o topo, mas não fazemos isso para que ninguém de outras gangues usem ela como chantagem para chegar até mim. Carly é uma pessoa que eu me importo. Não gostaria que algo de ruim acontecesse com ela.

Ah, céus, eu poderia perguntar mais sobre o Justin para o Ryan, mas depois que o Ryan esclareceu a história do Justin e da Amber, eu tenho certeza que Justin foi meter boca com ele, Ryan não deveria ter me dito nada, e nem vai me falar, talvez Chaz ou Nolan? Ah, eu duvido muito. Não existe nada que vá fazer eles me contarem, mas eu sei que tem algo a mais por trás da história do Justin, a troco do que ele mudaria seu nome?

Me virei para ele. Estava na hora de acordar. Fui encima dele na cama sentindo seu pau grosso quase dentro de mim. Dei um selinho nele.

- Você tem drogas pra serem comercializadas hoje, acho bom não se atrasar por causa de uma vadia. - Falei pra ele. Ele passou a mão pela minha cintura fazendo carinho.

- Você é uma ótima causa pra eu me atrasar. - Ele disse me empurrando de cima dele, fazendo eu me deitar ao seu lado de novo, ele me abraçou por trás, ah, fala sério que ele queria dormir mais, eu sei que a noite de ontem foi cansativa lá na boate, mas nós tínhamos coisas a serem feitas hoje. Ah, merda, Alec tinha me avisado ontem que Simon viria pra cá. Meu Deus. Eu me esqueci, ele queria conversar comigo pra entender a minha situação separadamente com a do Alec.

- Justin? - Chamei-o para avisar.

- Jason. - Ele me corrigiu.

- O Simon, aquele do departamento dos advogados que a Caitlin trabalha, ele vem aqui hoje. - Eu disse. Justin ficou em silêncio, talvez estivesse com sono.

- Tanto faz. - Ele respondeu. - A Caitlin não abriu o bico sobre a gente pro seu irmão? - Ele mudou de assunto. Ah, não, claro que não, eu era a única que pessoa que estava "do lado" digamos assim, da Caitlin. Ela não contaria, sem contar que ela não me deve uma, me deve várias, quem foi pra cama primeiro foi ela e o meu irmão.

Tirei a mão do Justin dá minha cintura e me levantei da cama. Fui pegar alguma coisa pra colocar por cima, eu tinha que tomar a pílula, nós não usamos camisinha ontem. Não sou nem louca de tomar aquela que a Caitlin usou, tenho um medicamento que na primeira dose resolve tudo. Como é bom não ser burra como ela.

- Não. - Eu disse a ele.

[...]

Depois que Simon foi embora eu fiquei assistindo um filme qualquer, depois eu fui dormir, caguei se Justin já havia chegado ou não.

No outro dia eu resolvi de me encontrar com a Carly em um restaurante que havia reservado, queria saber se ela descobriu algo, e se não descobriu, era um dia legal pra sair fazer compras com ela no shopping. Eu precisava de alguns vestidos e mais casacos de pele de urso.

Carly já estava me esperando enquanto tomava um suco. Cheguei e me sentei, tirei meus óculos de sol. Sorri pra ela.

- Me conta. - Fui direta.

- Bom, eu fui lá e já vou avisando que não vou voltar, ô povinho chato, viu?! - Eu arqueei minha sombrancelhas, tudo bem. - Credo Angel, só tinha gente pobre lá, fala sério, como eles conseguem viver naquele fedor? - Eu dei risada.

- Eu realmente não sei, C. - Dei de ombros. Chamei o garçom. Eu estava com sede e com fome. Queria alguma coisa light pra comer. - Me vê um suco natural de laranja e a coisa mais light do cardápio, obrigada amor. - Falei enquanto ele anotava. O garçom assentiu. Voltei a olhar pra Carly para que ela pudesse continuar.

- Eu perguntei pra uns garotos que estavam na rua se eles sabiam sobre algum Justin. Nenhum deles sabia, então fui em outro grupinho de pirralhos. Tinha um, mas eu não vou me lembrar o nome, ele era moreno, tinha cara de pobre, em torno de uns 10 anos, eu sei lá. Acho que era Max.

Tentei me lembrar de algo quando passei por lá, Justin havia cumprimentado um deles, foi aquele que o chamou de Justin.

- Mike. - Murmurei.

- É, pensando bem, o nome dele era Mike. - Uau, que mundo pequeno. Passei a mão pelo meu cabelo o ajeitando, meu cabelo era cheio de cachos nas pontas. - Não importa, eu perguntei sobre um tal de Justin se ele conhecia ou o que. Ele disse que conhecia, foi namorado da irmã dele, uma tal de Amber que bateu as botas. Faz sentido pra você? - Ela perguntou fazendo uma careta. O garçom trouxe as coisas que eu pedi deixando encima da mesa. Eu agradeci a ele, esperando o mesmo sair.

- Na verdade, faz muito sentido. - Mas isso eu já sabia, quer dizer, eu não sabia que aquele moleque era irmão da Amber, estou sabendo agora.

- Perguntou o sobrenome? - Eu perguntei.

- Ah, o sobrenome é Williams.

- Do Justin?

- Não, da família do moleque, espera aí, Justin é o Jason ou o namorado da tal Amber? - Ela perguntou não entendendo nada. Ah, ela nem precisava tentar entender. Eu bufei.

- Ah, Carly, você é muito burra. Descobriu mais alguma coisa? - Perguntei.

- Ele ajuda muito em especial a comunidade deles e... disse que a irmã dele amava muito o tal Justin, e que ela o transformou em um cara melhor. - Eu ri de canto. Claro, ela o transformou no grande Jason McCann. Isso não é novidade nenhuma. Que merda, isso não adiantou de nada. Bem, talvez Justin não esteja escondendo nada, talvez se eu perguntasse o seu sobrenome ele me dissesse. Eu só não entendo o porquê de ele ter assumido outro nome, Jason McCann, ele não precisava disso, ele pode ser outra pessoa com a mesma identidade. A proteção da sua família é o que melhor se encaixa pela mudança do seu nome, talvez seja isso mesmo, e eu quem deve estar procurando algo que não existe. Ryan já me contou a história. Eu deveria deixar isso de lado.

- Ah, não importa mais. - Eu respondi.

[...]

Era o nosso segundo julgamento.

Eu e Alec estávamos presentes. É claro, Simon estava em nossa defesa. Hoje eu vim com o meu figurino de todos os dias, infelizmente esqueci o que Caitlin havia dito sobre eu vim com roupas vulgares para cá, ah, acabei de lembrar, ops, eu já estava aqui, não tinha mais como trocar.

Eu estava com medo que algo pudesse dar errado.

Todo aquele papo chato começou, e então, depois de alguns minutos que foram retomar de onde havíamos parado. O que o meu irmão havia feito.

- Alec Storman sairá impune apenas por esse delito cometido. - Eu ouvi o juiz falar e bater aquele tipo de martelo na sua mesa. Que ótimo. 1 a 0 pra nós. Eu sorri de canto agradecendo mentalmente a Deus. É, Deus sempre dá aquela ajudinha básica.

Eles iriam começar sobre o meu caso de ter metido bala em muitos caras naquela festa beneficente para o povo. Eu estava só vendo. A princípio eles estavam me acusando 100% sobre esse assunto, mas eu e meu advogado já havíamos falado sobre isso. Ele sabia o que dizer.

- Minha cliente, como já dito na última audiência há exatos 7 dias atrás, foi criada em meio a toda a máfia, e seus seus pais, falecidos chefes da máfia dos Estados Unidos criaram seus filhos ensinando-os a lutar e a se defender de seus inimigos. - Ele explicou. - Podemos ver que tudo foi legítima defesa.

Claro, isso as câmeras não podiam negar, mas não podiam negar que eu matei todos eles e ainda por cima um inocente.

- E sobre a morte do pobre inocente, a morte de todos os assassinos? Eles mereciam justiça, mereciam estar atrás das grades junto desses dois. - Alguém contra eu e meu irmão se pronunciou.

- Ordem no tribunal. - O juiz disse. Ótimo, ele olhou pra mim.

- Ele iria matar uma vítima, eu não pensei que o homem em minha frente fosse um inocente, eu atirei para acertar o assassino que estava com a mulher em mão, acidentalmente eu acabei atirando nos dois. - Eu expliquei.

- Meretissimo? - Ouvi uma voz atrás de mim. Justin.

- Eu tenho pessoas a depor a favor dos Stormans, será de grande utilidade para o caso. - Quem? O juiz suspirou não querendo ceder, mas isso iria alimentar mais as informações contidas, ele cedeu.

- Mandem entrar. - Ele falou. Duas mulheres entraram, quem elas eram? Eu as conhecia, mas não sabia de onde, elas eram da festa?

- Essa são Cindy Gadol, uma cidadã que conheceu Angel Storman na festa beneficente de Nova York e Olívia Young, a mulher quem foi salva pela a dama. - Puta cagada, era a mãe da garotinha de síndrome de Down e a mulher quem eu tinha livrado das mãos do idiota que iria fazer ela de refém. Eu sou uma puta sortuda. Elas iriam representar a pequena parte da sociedade que estava do meu lado e do meu irmão. Isso é demais.

Eu olhei pro Justin e ele piscou pra mim. Ele é incrível.

Me virei para frente, iria prestar atenção no que aconteceria comigo.

Essa sessão foi muito mais longa que a primeira, eles iriam decidir por mim, meu irmão iria ser julgado na próxima audiência por ser um caso muito mais complexo que o meu. É claro, todas as provas foram jogadas para ele, ele limpou a minha barra, eu estaria na pior se ele não assumisse pelos meus atos, é claro, ele podia por isso, eu era contra, mas era a única chance de um de nós sair impune para assumir a máfia, e ninguém acreditadia que uma garota de 16 anos faria tudo o que fez e não o irmão mais velho dela de 23. Ele teria que assumir tudo.

Alec pegou na minha mão. Eu não iria me preocupar.

- Angel Storman, você ficará em observação por 30 dias, caso algum delito seja cometido remarcaremos mais uma audiência para julga-la para a condicional ou trabalho comunitário. Até segunda ordem, você está livre, aproveite sua liberdade de forma correta e coerente. - Ele bateu o martelo. Ah, meu Deus. Se eu me comportasse nos próximos 30 dias eu estava livre de tudo, eu não estava acreditando. Será difícil ficar 30 fodidos dias longe de problemas, mas eu dou o meu jeito. Eu não estava acreditando. Eu saí impune pelos crimes que eu fui mencionada. Fala sério. Eu saí de onde eu estava e fui correndo até o Justin. Isso é uma sensação maravilhosa. Abracei ele com força.

- Obrigada. - Eu queria dar um beijo nele, fala sério. Livre, sem precisar fazer absolutamente nada, eu sou realmente a vadia mais sortuda desse mundo. Justin me abraçou e deu risada.

- Não da bola fora, dama. - Ele me disse e me deu um beijo rapido no pescoço. Ele se referiu a nós dois. Ah, cacete. O mundo estava ciente que a maior criminosa estava livre, e eles me conheciam, sabiam quem era a Dama. Isso é uma sensação maravilhosa.

- Anggie. - Alec, a fala sério, espero que ele não tenha ligado, eu vim direto até o Justin. Abracei ele.

- Nos conseguimos, Alec, eu tô livre, e você não precisa se preocupar caso algo dê errado. Eu vou dar um jeito. - Eu disse. Ele me abraçou de lado.

- Eu sei, vai dar tudo certo. - Ele me disse. - Valeu, Jason, mais uma vez. - Alec agradeceu.

Eu estava livre, eu queria sair pra fora e dizer isso a todo mundo. Ah, fala sério, eu podia fazer isso, havia dezenas de câmeras lá fora a minha espera. Sai de perto do Alec e fui andando até lá fora. Hoje eu estava decente pra aparecer em rede nacional, não estava parecendo uma sonsa com aquelas roupas estilo Amber. Eu estava estilosa, de salto alto, linda como sempre. Eu fui lá pra fora vendo muitas câmeras na minha cara, fotos, luzes e microfones e muito barulho.

- A Dama nunca perde. - Eu sussurrei. Ajeitei os meus cabelos para as fotos e sorri pra cada foto. Tentei prestar atenção nas perguntas. Eu não entendi nada, eu ri. - Vocês devem estar com o queixo no chão com a vitória de Angel Storman, eu queria agradecer a todas as vibrações negativas, elas não adiantaram de nada. - Eu tinha que tomar cuidado com as palavras para o povo. - Mas independente do ódio, eu mato cada um de vocês com a minha bondade. - Mandei um beijo no ar para eles. Eu tinha que sair bem na fita.

Fui abraçar os jornalistas, os fotógrafos, as pessoas em protesto para que meu irmão fosse preso, eles não odiavam a mim, nem todos, odiavam a meu irmão, eu quem estava com Jason McCann, eu quem matei todos os idiotas do salão, eu sou a dama, todos me enaltecem.

- Rainha! - Uma garota da minha idade gritou. Fiz um coração com as mãos pra ela. Eu sou mesmo, a rainha. Eu estava o lado do rei, ao lado de Jason McCann. Isso caiu bem.

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