Lethality

Amazon Rainforest

BIZZLE

Fui tentar achar a Angel no escuro mesmo, que porra, a gente pulou praticamente juntos, onde que essa garota se enfiou? Que buceta, mano.

Eu nem estava com meu celular pra piorar. Eu não estava com nada. Eu tinha uma arma totalmente carregada, tirando o fato disso. Depois que o dia clareou ficou um puta calor do caralho, eu estava com uma camisa, calça e tênis. Eu faria de tudo pra tá com um calção e um chinelo aqui, eu estava soando de calor. Não achei nem a porra de um rio ou um lago.

A Amazônia é um lugar bonito pra caralho, mas não pra se perder. Antes de sairmos eu vi a nossa localização. aqui é um lugar incrível. É muito da hora se eu viesse acampar aqui algum dia, mas tem alguns animais meio sinistros. Não que eu esteja com medo ou assustado, mas é uns bichos que eu nunca vi na vida. É doidera. Tinha bastante inseto, mas eu não tava dando a mínima pra isso, meu foco era achar apenas a Angel, e claro, meus manos também. Eu não sabia nem pra que lado o avião tinha caído. Não vi bosta nenhuma.

Que calor da porra, eu tô andando já faz umas 3 horas. Eu não achei ninguém, qual é, podia ser qualquer pessoa, até mesmo o vacilão do Storman.

Olhei pra cima num galho de árvore vendo uma arara azul. Uau. Isso me deu uma ideia.

Eu até subi lá encima pra ver se eu conseguia encontrar alguém, é uma merda, eu não achei nada. Desci naquela árvore e continuei a andar. Que bosta esse caralho.

Escutei um barulho. Eu parei e comecei a prestar atenção no barulho que se aproximava. Minha arma estava no bolso, fiquei preparado pra usar ela. Uma figura loira apareceu. Não, não era a Angel. Que droga, e eu pensando que não tinha como piorar.

— Justin. — Ela disse e deu risada. — Parece que tudo conspira ao nosso favor. — Ela disse. Eu preferia mil vezes estar com o Alec. Sem zueira.

  — Que porra tu tá fazendo aqui, Amber? — Perguntei pra ela. Eu sabia que o Alec tava no helicóptero, mas não pensei que ela estivesse com ele.

  Amber suspirou e ajeitou seus cabelos.

  — Na verdade eu plantei uma pequena bomba no seu avião, e todas aquelas tecnologias que ele usa pra monitorar a Angel acabou localizando a bomba. Vocês não atendiam celular, então ele foi com a Caitlin atrás de vocês, só que eu acabei entrando no helicóptero junto com o Logan. Não foi uma boa ideia. — Ela falou entediada vendo onde nós estávamos, nem a Amber gostou da merda que ela fez. — Mas agora até que não está tão ruim assim. — Falou olhando pra mim de cima a baixo.

  — Você é uma vagabunda. — Falei pra ela. Ela tem merda na cabeça de colocar uma bomba no avião? Eu mataria ela aqui e agora, mas eu não podia, não iria gastar minhas balas com ela, sem falar que ela pode ser útil em alguma coisa, duas pessoas são melhores que uma no meio do nada, temos mais chances de sobrevivência, mas assim que eu sair daqui eu vou meter bala nela e na gangue toda dela.

Espera aí, ela disse que a Caitlin estava aqui? Ela não tava com a filha dela? Bom, Caitlin não seria louca de entrar dentro de um helicóptero com a filha recém nascida, ela deve ter deixado com alguém.

  — Que nem a sua namorada. — Ela me disse.

  — É melhor você superar. — Falei pra ela.

  — Já superei, Justin, tudo isso não é ciúmes, é vingança. Você e os Stormans vão me pagar. — Ah, foda se. Ninguém liga pra história de vida triste dela.

  — Cala a boca. — Falei pra ela começando a andar. — Por que tu não vai viver a tua vida e me deixa em paz? — Perguntei. Vi que ela vinha atrás de mim.

  — Porque eu simplesmente não quero. Você foi a causa pro Storman me matar. — Eu dei uma risada de canto. É mesmo é? Eu não me sinto nem um pouco culpado por isso, talvez antigamente, mas agora eu caguei pra ela. Agora que sei que esta viva e que esta me infernizando.

  — E o que a Angel tem a ver com a sua vingança? — Continuei.

  — Ela é a pessoa mais importante da vida de vocês, machucando ela, eu machuco vocês. Não é incrível como as coisas se ligam? — Me perguntou irônica. Não, não é incrível.

  — Sabe o que eu acho? — Perguntei ignorando a sua pergunta idiota. — Que você tá morrendo de ciúmes dela. — Amber começou a rir. Ela pode rir o quanto ela quiser, é a verdade, e todos nós sabemos disso.

  — E por que eu teria ciúmes dela? — Perguntou tentando acompanhar meus passos ao meu lado.

  — Porque agora ela tem o que você perdeu. — Eu, no caso. Amber assentiu olhando pro chão e suspirou.

  — Sabe, no fundo deve ser isso mesmo. — Ela disse. — Você foi o único cara que eu amei e eu sei que você me amou também. — Ah, é claro, ela não vai me convencer com esse papo merda. Eu realmente amei ela, mas eu não amo mais. Eu amo a Angel, e nada disso vai mudar.

  — Ainda bem que você usou esse verbo no passado. — Eu falei. Ela ficou em silêncio e apenas andou ao meu lado. O silêncio dela é música para os meus ouvidos, mas eu precisava fazer uma pergunta. — Como alguém tão boa como você foi se transformar numa vadia pe no saco? É sério, eu entendo o teu lado, mas você não se revoltaria desse jeito naquela época. — Eu comentei. O que eu tinha com ela era tão... Inocente, não totalmente, claro, mas era algo juvenil. Um sentimento puro, eu confesso que naquela época eu amava ela, mas a Angel entrou na minha vida e fodeu tudo. Tudo que eu sinto pela Angel não dá nem pra comparar com a Amber. Com a Angel é mais intenso. E todos sabem, entre um amor verdadeiro e um intenso, quem a gente realmente vai levar pra vida vai ser o intenso, porque ele nos faz sentir sensações que o amor verdadeiro não chega nem perto. Isso é gay, mas todas as pessoas, ou pelo menos a maioria passa por isso.

— Sente falta da Amber boa? — Perguntou.

  — Sinceramente? — Eu perguntei e olhei rápido pra ela. Ela assentiu. — Você boa ou má, não afetaria de jeito nenhum a minha relação com a Angel. — Falei. Ela não ligou para o que eu disse, se fez indiferente.

  — Bom, te respondendo... Eu mudei, passar dois anos com você me fez entender o quão trouxa eu era de ficar com alguém de foi capaz de matar o próprio pai. — Esse foi o elogio do dia. — Você pode ter todos os argumentos do mundo, mas ele era o seu pai. — Ela me disse. Eu não tô nem aí.

  — A Amber boa nunca vai sair de você. — Comentei vendo o jeito que ela falou. Amber revirou os olhos.

  — A Amber má é muito melhor que a Amber boa. Muito mais bonita, gostosa e poderosa. — Ah, desculpa, mas eu vou ter que concordar. — Vai dizer que não me colocaria de quatro na sua cama agora? — Perguntou. Eu olhei pra ela de cima a baixo. É, ela está aprimorada mesmo. Eu não vou negar. Estava uma gata.

  — Não temos uma cama aqui. — Falei pra ela.

  — Eu sabia. — Ela disse convicta.

  — Não pense besteira, amor. Eu te colocaria de quatro, mas não falei que vou. — Continuei. — Eu já te falei uma vez e vou repetir, não vale a pena perder a Angel por causa de uma biscate como você.

  — Você se superou, Justin. Eu até bateria palmas pela sua atitude de homem. — Eu sei de ombros, se ela quiser aplaudir que fique a vontade. — Não é a Angel ali? — Ela perguntou apontando para o lado que ela estava, o que? Angel? Onde? Eu não tô vendo porra nenhuma, só uma porrada de árvore. Amber virou seu rosto para mim e me beijou. Que golpe baixo, foi o melhor que ela conseguiu pra me atrair pra ela? Ela é uma biscate de primeira. Eu empurrei ela e virei meu rosto pro lado, não posso fazer isso com a Angel, por mais que isso seja tentador. Passei minha mão pela minha boca. Garota otária. — Você ia ceder. — Começou a rir. Eu? Que idéia errada mano. Só pro cu dela mesmo. Vai tomar banho. Eu não iria ceder caralho nenhum.
 
— Eu tô doido pra te meter bala, garota. — Falei pra ela puto.

  — Eu deveria ter gravado. — Ela disse pegando o seu celular. Celular? Porra ela tá com um celular? E ele ainda tava com bateria. Filha da puta, por que ela não falou nada? Se nós pegarmos torre de algum lugar eu podia ligar pro Chris vir me buscar e localizar a Angel e meus manos.

  — Me da isso. — Falei indo pegar o celular da mão dela. Amber colocou o celular nos seus peitos. Lazarenta.

  — Fique a vontade pra pegar. — Ela disse maliciosa. Filha da puta.

[...]