THE (new) DIARY of BISSEXUAL

13

— Quer sair hoje? — indagou Kevin.

Eliza Sanches está distante. Não a vejo como de costume na faculdade. Depois que comecei a namorar Kevin ela parece… diferente? Eu não sei. Ela apenas se afastou.

— Não, obrigada — digo — Vou encontrar com Eliza.

— Quando vai ter tempo para mim?

— Amor, nós vemos diariamente… — falei, colocando uma calças de moletom e uma blusa estampada.

— Mais ainda não é o suficiente.

Beijei-o no rosto e fui.

Eram por volta das 21:00 horas quando encontrei Eliza. Não gostava da ideia dela ter me procurado depois de dois meses.

— Fico contente que você veio — disse Eliza, segurando a maçaneta da porta — Está frio. Entre.

Entrei. Seu dormitório estava diferente desde da última vez que estive aqui. Estava sem pôsteres — Eliza é fanática por Fifth Harmony —, nas paredes. Ela estava usando pijama, ainda. Seu quarto estava tão desorganizado que pude ver um sutiã jogado na cabeceira da cama.

— Hã… Desculpe-me a desordem. Estive relaxada ultimamente.

Fingi um sorriso fraco.

— Por que me chamou?

— Somos amigas... Não somos? — replicou.

— De ser, somos. Tenho certeza que não me chamou para vir aqui para conversar assuntos banais, ainda mais pelo que aconteceu na última vez… — suspirei — O que você realmente quer?

Seu sorriso desapareceu.

— Por favor, sente-se.

Sentei do seu lado, na pequena poltrona ao lado da cama. Estava desconfortável.

— Antes de começar… — olhou para os meus olhos — Você não pode me interromper. Está bem?

Fiz que sim com a cabeça, mesmo sabendo que não iria cumprir o que disse.

— Seis meses atrás, antes de virarmos amigas, eu estava namorando um garoto.

Sua expressão endureceu.

— O que tenho a ver com isso?

— Por favor, Laura. — inspirou — Seu nome era Kevin Duarte, o seu namorado. — a maneira como disse namorado me deixou desconfortável. — Ficamos 7 meses juntos, até ele me trair.

Trair? Parece que meu namorado não é tão inocente como achava. Talvez aquela versão sua simplesmente não exista mais. Ela prosseguiu, dando continuidade a sua fala:

— Todos esses meses que passamos juntos… — ela desviou seu olhar — Ele foi bastante abusivo...

— Como assim abusivo? O que está tentando dizer?

— Eu estava em um relacionamento abusivo e não compreendia isso! — seus olhos voltaram-se a encontrarem os meus — Você precisa entender Laura, Kevin não é quem diz ser!

— Está com inveja? Estou certa Eliza? Você não pode me ter só para você isso é egoísmo!

Tentei parecer educada, mas a raiva que borbulhava dentro de mim, colocou uma ponta de tensão em minhas palavras.

— Só tenha em mente que às vezes, o jeito como a gente pensa em alguém não é exatamente o jeito como essa pessoa é.

— Eu não sou obrigada a ouvir você querendo destruir meu relacionamento, se você tiver algum ressentimento, melhor acabarmos por aqui.