Tayla POV.

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Estava à mesa tomando café e tentando explicar para meus avós o que tinha acontecido na noite passada, que meu atraso não foi proposital. Por sorte eles não ficaram tão bravos como imaginei, apenas falaram que não era para se repetir. Eles me tratam como adolescente ás vezes, mesmo sabendo que eu já passei dessa fase a alguns anos.

Dia de sábado passa tranquilamente, o clima está ótimo, menos frio que ontem e o sol mostrou o seu rosto, isso me faz querer sair de casa e abandonar o filme que estou assistindo. Só que me lembro que Fernanda está trabalhando no salão de sua mãe, e apenas Maya poderia me fazer companhia, porém ela não gosta de sair. Minha solução é sair sozinha, mesmo que eu não goste, mas minha mente estava precisando ser esclarecida, tinha uma certa pessoa que não saia dela e eu precisa tirá-la de qualquer jeito.

Mando mensagem para Maya só para ter certeza que ela não quer ir, e adivinhem!? Ela não quer ir. Como já é 16:30 opto por ir em uma cafetaria perto de casa a mesma que a Maya trabalha.

Chegando lá faço meu pedido e procuro algum lugar para me acomodar e aproveitar meu café, esclarecer meus pensamentos e sentimentos. Mais o meu plano vai por água abaixo quando observo Kim Namjoon adentrar no estabelecimento, com um livro na mão. Meu coração se acelera novamente, sendo atingido por uma explosão de sentimentos, aqueles mesmo sentimentos que eu queria esquecer.

Agradeço por ele não ter me visto mas para garantir tento me esconder, virando o rosto para parede, abaixando a cabeça, sei lá. Estava fazendo tanta coisa que com certeza eu parecia uma louca. Porém mais uma vez Namjoon estraga o meu plano.

- Se escondendo de alguém? - Pergunta Namjoon, parado na frente de minha mesa, com olhar de quem estava achando o situação engraçada e para completar da um sorriso, aquele sorriso que me encanta tanto.

- Eu... não, por que!? - pergunto me fazendo de desentendida, olhando para ele.

- Nada... só parecia e olha, por um momento achei que estava se escondendo de mim. - ele diz sentando-se em minha frente, colocando seu livro na mesa e bebendo um gole de seu café. - Posso me sentar aqui ou... você está esperando alguém?

Sério naquele momento queria falar que estava esperando alguém, pois não queria ficar próxima dele, ter uma amizade e tal, muita coisa tinha acontecido na minha vida e me envolver com alguém novamente estava fora de cogitação. E eu não poderia me dar o luxo de pensar "mas é só amizade, não tem nada demais", isso não funciona. Queria mentir para ele, mas infelizmente não consegui.

- Não, vim sozinha! Mas já estava de saída. - digo a ele com pouco de arrependimento por ter dito isso.

- Já!? Mas você nem bebeu o seu café ainda. Se for por minha causa eu me sento em outro lugar. - ele diz se levantando um pouco devagar, a sua feição de divertida se transforma para uma de vergonha e desapontamento.

- Está tudo bem! Vou acabar de tomar meu café ainda...pode ficar. - falo no automático e segurando o seu braço para ele ficar. No mesmo momento desacredito no que fiz, "Cadê a menina que não quer nem amizade com o menino?". Acho que fugiu.

- Ok... que bom! Não queria ser expulso por você! - Namjoon fala novamente com o sorriso no rosto e me olhando atentamente, como se estivesse analisando cada detalhe meu. - Seu cabelo é muito lindo! Queria ter falado antes, mas não tive oportunidade. - Diz ele sorrindo olhando pro seu café.

Fico em êxtase com seu elogio. Não é como se nunca tivessem elogiado me cabelo. Entretanto foi diferente vindo dele. Estava sentido o que chamam de "borboletas dentro de mim" no momento.

- Oh... obrigada! Não é muito comum na Coreia né!? - Digo tentado não demonstrar meu nervosismo. - Bom, por um bom tempo não era comum aqui no Brasil também, então...

- Verdade, mas pra ser sincero. Acho muito bonito cabelos cacheados, crepos, enfim... Principalmente o seu! - Diz sorrindo pra mim, deixamdo explícito suas cozinhas.

- É... demorei um tempo pra aceitá-los como são! - Digo passando a mão em meus cachos.

- Sério!? - Namjoon diz um pouco espantado. - Bom, é compreensível... a sociedade que vivemos não é fácil, mas... é... bom, você é muito linda, exatamente como é.

Ok, agora acho que as borboletas dentro de mim triplicaram. Como ele pode falar essas coisas tão naturalmente e ao mesmo tempo de uma forma tão intensa? Minha tentativa de não me apaixonar por Kim Namjoon está indo por água a baixo.

Depois desses elogios sem fim, mudamos o assunto. A nossa conversa estava fluindo naturalmente, conversamos sobre a minha cidade, sobre a Coréia, meu trabalho no hotel, ele me contou que estava cursando literatura mas que já estudou engenharia e hoje em dia trabalha na área da arte, especificamente em um museu de sua cidade. Confesso que senti um pouco de vergonha, pois eu não fiz e nem estava fazendo faculdade, porém tenho meus motivos e ele parece que os entendeu bem. Ainda sim me incentivou achar algo que eu goste.

Estávamos conversando a um bom tempo o meu café tinha acabado fazia horas, quando me dou por conta já são 18:40 então concluo que preciso ir embora e que essa conversa durou mais tempo que deveria.

- Agora preciso ir mesmo, já são 18:40! - falo olhando para o relógio no meu pulso e em seguida pegando a minha bolsa.

- Uau como a hora passou rápido...bem que falam que quando se está em boa companhia o tempo passa mais rápido. - Namjoon diz pegando o seu livro, que mal foi aberto e em seguida olhando para mim.

- É, talvez seja verdade. - digo me levantando e sorrindo mais sem olhar em sua direção.

Assim que me despeço dele vou caminhado em direção a saída mas alguém me chama e segura o meu braço, não com força mas de forma gentil então me viro para somente confirmar o rosto, porque eu já sabia de quem era aquela voz.

- Tayla é...Bom, eu estava pensando... Bem estava pensando se você, assim por acaso, se você não se importar, se você poderia passar o seu número. - Ele dizia isso um pouco nervoso, na verdade muito, dava para notar quanto ele estava tímido pedindo aquilo, não parava de mexer as mãos. - Tipo eu poderia pedir pro Jungkook, mas acho melhor pedir pessoalmente mas se não quiser passar, tudo bem eu entendo é compreensível afinal quem passa o telefone para alguém que acabou...

- Tudo bem eu passo! - digo o interrompendo e dando risada da situação.

- Ah... ok, legal! - falou um pouco confuso mais feliz.

- Me da. - estendi a mão.

- O que!? - pergunta mais confuso ainda.

- O celular ué, para eu marcar o meu número.

- Assim, verdade...aqui! - me entregou o celular um pouco eufórico.

Passei o meu número a ele que ficou realmente feliz por eu ter feito isso, meu coração se aqueceu de ter visto a sua reação. Feito isso me despedi mais uma vez com um aceno e fui embora, pensando que fiz tudo que eu dizia que não ia fazer, passei até meu número para ele, mas pensando bem ele parecia uma boa pessoa para se ter como amigo. É isso... vou ver ele só como amigo e mais nada, sei que falei que isso de "amigos" não dá certo, mas agora sinto que vai dar.

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