Capítulo 9

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Mary Narrando

Fico encarando o Nicolae curiosa por saber de quem são todos aqueles livros.

- Então? - Sorrio curiosa.

- Não são só meus, porque tu podes usar eles assim que quiseres. - Minha boca caí. - Pode entrar aqui, ler e fazer o que entender. - Abro o maior sorriso.

- Nicolae... eu... - Olho ao redor sorrindo. - Obrigada, muito obrigada. - Sem pensar, corro para os braços do Nicolae e o abraço. Meio sem jeito, tento me afastar e nossos rostos ficam frente a frente. - Desculpe... - Olho em seus olhos.

De repente, sou surpreendida com os lábios do Nicolae sobre os meus, ó meu deus, estamos nos beijando. Tento não retribuir o beijo, mas é impossível. Passo meus braços em volta do seu pescoço e ele da minha cintura. Nossas línguas fazem uma dança, como se finalmente encontrassem o par prefeito para dançar.

No momento seguinte, já não sinto os lábios do Nicolae.

- Mary, desculpe, eu não devia... - Ele está arrependido? (claro que ele está). - Com licença. - Ele passa por mim quase voando.

Ando até ao sofá e me sento, era previsível que ele nunca faria aquilo, senão por algo do momento. Meu primeiro beijo e faço o homem fugir, provavelmente eu não sei beijar, então ele pensou em fugir.

Olho para as estantes de livros e tomo a liberdade de ir a uma secção de romance. Olho por vários dos que estão lá presentes e escolho um em especial, "Sabrina, uma paixão do passado", é um livro de romance. Tomo ele em minhas mãos e ando até ao sofá, me deitando de lado no mesmo.

Nicolae Narrando

Inepto, isso é o que eu sou! Aquele beijo... porque eu tinha que me lembrar da outra? Porque ela sempre volta para me atormentar?

Está mais do que claro que a Mary, não é a Soraia.

Eu fui um estúpido ao sair daquela maneira, com certeza ela não olhará na minha cara. Eu adorei aquele beijo, eu queria e ainda quero, porém tudo aquilo pode ser mais um jogo. A história que ela me contou me deixa de pé atrás... e se ela quando se vir casada, fugir com o dinheiro? Aí eu seria novamente, um miserável abandonado por uma noiva.

Mas ela parece ser diferente, não parece aquilo que ela contou da mãe. Estou muito confuso.

Vou para meu quarto e me deito, olhando para meu teto.

Mary Narrando

Acordo e vejo que estou deitada ainda naquele sofá. Eu sei que os vampiros não dormem e tudo mais, mas graças a uma bruxa que é amiga da minha família. Ela me fez um feitiço, para que eu pudesse dormir durante a noite, mas se eu não quiser também não interfere. Eu agradeço imenso por isso, eu nunca quis ser vampira e ficar sem dormir por séculos assusta bastante.

Me levanto e coço meus olhos. Ando até à saída da porta com o livro na mão e saio para meu quarto. Já deveria estar pronta, tenho aulas para dar.

Subo as escadas para ir para meu quarto e fico feliz por não ter cruzado com o Nicolae. Ainda não estou preparada para olhá-lo, acho que é vergonha, porque ainda penso que ele saiu correndo por eu não saber beijar.

Tomo um banho e preparo-me. Opto por umas calças de ganga pretas, uma blusa amarela e uns sapatos também pretos. Quando termino de me arranjar, nem me dou ao trabalho de conferir se estou bem, saio de imediato, indo em direção à sala de jantar.

Quando entro, vejo todos à mesa. Meu olhar se cruza com o Nicolae, mas eu logo desvio o meu (Sem contacto visual, por favor).

- Bom dia, Mary! - O mesmo fala e eu sorrio e aceno.

- Bom dia. - Pego num jarro em cima da mesa com sangue e coloco um pouco em um copo.

- Preparada para o seu primeiro dia oficial de aulas? - Sorrio.

- Penso que sim. - Quando termino de tomar meu copo me levanto. - Bom, eu vou indo. - Vejo o olhar do Nicolae se entristecer.

- Espera. - Escuto Peter. - Eu vou com você. - Aceno.

- Sério, Peter? Preferes ir na companhia da coitadinha, ao invés da minha. - Só podia, ele teve o tempo todo calado, mas tinha que abrir o bico.

- Sim, realmente prefiro. - Sorrio. - Ela tem algo que gosto. - Nicolae, fica atento. - Silêncio. - Começo a rir da cara do Drogo.

- Ah... estás a tentar dizer que eu não faço silêncio? - Drogo pergunta divertido.

- Sim, isso mesmo. Agora vamos que está quase na hora.

- Impressionante! - Olho para a menina sentada. - Já não basta querer roubar-me um irmão, agora ela quer outro também!!

- Lorie! - Nicolae, adverte.

- Lorie, eu não estou aqui para te substituir. - Falo sem paciência. - Estou aqui porque irei me casar com seu irmão, ponto final. Agora com vossa licença, tenho trabalho me esperando. - Saio da sala de jantar com o Peter do meu lado.

Assim que chego na faculdade nem me dou ao trabalho de ir à sala dos professores, passo direto indo para minha sala, preparar minha aula. Abro a porta e me sento em meu lugar.

Tocou fez já algum tempo, tenho minha turma toda presente. Vou dar aulas à turma que o Peter está.

- Nós vamos fazer uma redação, sem erros de português, pelo menos tentar!

- Qual é o tema, professora? - Olho para a menina que perguntou e responde para toda a turma e não só para ela.

- Nós vamos votar.

- Boa! - Olho para o Loan (Sim, esse crápula é da minha turma).

- Viram? Sabia que vocês iam gostar! - Falo fazendo a turma rir. - Quem aqui quer falar de amor? - Vejo várias mãos no ar, menos a mão do Peter e de uma garota loira.

- Amor, Mary? - O Peter pergunta, visivelmente aborrecido.

- Era uma votação, Peter e você votou contra.

- Mas, porquê? - Samantha, pergunta com voz de mimada.

- Porque eu acho uma bobagem falar de amor! - Peter responde emburrado.

- Falar é uma coisa, escrever é outra, né? - A outra menina que não havia levantado a mão, pergunta-me.

- Mas você também não levantou a mão! - Peter fala para a menina e ela levanta a mão logo de seguida.

- Gente, sem brigas, tudo bem?

- Não é brigas, Mary. Você mesma disse que é melhor a gente escrever sobre o que conhece! - Na cara. (Eu falei isso no dia da apresentação.)

- Pior é que ela diz mesmo. - A Ana, concorda.

- É, mas tem vários tipos de amor, não precisa ser amor de homem e mulher.

- Isso aí, tem amor de irmão, pai, filho, amigos. - O Pedro completa.

- Dá logo o tema aí e a gente escreve. - Ana fala agora visivelmente chateada por esperar.

- Oh oh oh, nada disso aí, cara pálida, eu quero votar. - E Loan contraria.

- Tudo disso, democracia aqui é que não dá certo! - Ela fala chateada.

- Então ok, a gente vai fazer uma redação livre. Cada um escolhe o tema que quiser, começando agora. - Aponto para seus livros. Escuto todo o mundo reclamando uns com os outros e ando até minha mesa.

Is it love? Nicolae Bartholy [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora