Capítulo 6

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Nicolae Narrando

Não sei porque diabos eu vim bater em sua porta... Mas foi o meu primeiro instinto ao olhar para a mesma em minha frente. Quando ouvi o seu "entre", esperei um tempo para que minha respiração ficasse regular.

Entro em seu quarto e sorrio ao ver ela sentada na sua cama, com o livro que lhe ofereci nas mãos.

- Ah, Nicolae! - Diz sorrindo. - Precisa de algo?

- Bom, na verdade sim. - Ela faz um gesto para que continue. - Estava a pensar... já que nos vamos casar, não tem o porquê de ficarmos sem saber nada um sobre o outro. - Ela levanta uma sobrancelha.

- Deixa ver se entendi. - Quando ela se levanta, meu olhar desce sobre suas pernas nuas. (Vê-la em panos menores não me deixa indiferente. Meu olhar recai inevitavelmente sob suas pernas.) - Queres me conhecer?

- Sim, quer dizer... não, quer dizer... sim!

- Sim ou não? - Vejo que ela está tentando não rir de mim.

- Sim, eu acho que pelo menos uma relação de amizade deve ter.... e... - Paro de falar, olhando suas pernas. - Meu deus... - Coço os olhos. - E numa amizade as pessoas se conhecem. - Respiro fundo por ter conseguido acabar o meu diálogo.

- Claro que sim. - Ela sabe o que está me causando. - Minha cara é mais a cima, Nicolae. - Coço a garganta.

- É.... sim, eu sei. - Respiro fundo. - Desculpe.

- Não tem problema. - Sorri. - Vem, vamos nos conhecer. - Vejo ela pegar em um robe e vestir o mesmo. Ando até sua cama e me sento. - O que queres saber exatamente?

- Nem eu sei... - Sorri sem jeito.

- Ok. - Vejo ela pensativa. - Tenho uma ideia melhor. Que tal irmos nos conhecendo com o tempo? Digo... é muito menos forçado, o que achas?

- Sim, é melhor. - Sorrio para ela. - Estás nervosa por amanhã?

- Por incrível que possa parecer, acho que não. Eu amo livros, amo interpretá-los, imaginar as cenas descritas neles. Sinto-me bem, por isso, não estou nervosa. - Adoro a forma como ela se expressa.

- Eu aposto que te sairás bem. - Ela sorri para mim. - Sabes se vais ficar com alguma turma do Peter?

- Não, eu não pedi tal coisa. Acho que já fritei o cérebro do homem demais, dizendo para ele me colocar na escola. Vou dar um pouco de paz a ele. - Solto uma risadinha.

- Deve ser gratificante ter uns pais, que se preocupem tanto com o nosso bem-estar. - Falo olhando em seus olhos.

- Nem tudo é um mar de rosas, sabes? - Fixo meu olhar em seus lindos olhos azuis. - Eu não duvido que meus pais queiram o meu bem, entendes? Mas... minha mãe, importa-se mais com o estatuto da pessoa. Não digo que ela não ame meu pai, mas que ela com certeza se casou com ele a princípio por dinheiro, isso sim... - Ela sorri triste. - Já meu pai, ele tem um coração bom, meigo e apaixonante. O estatuto social para ele não é nada mais que um simples adereço.

- Sua mãe quer o seu bem. - Riu sem humor.

- Minha mãe quer uma fortuna. – Ficamos em silêncio.

- Bem, eu acho que já vou. – Ela acena.

- Claro. – Ela se levanta rápido para me acompanhar até à porta e por acidente se desequilibrou (Por sorte consegui apanhar-lhe).

Nossos rostos estão próximos. Nossos narizes tocam um no outro, um simples movimento e nossos lábios se tocam. Sem ter controlo se mim próprio passo minha mão por seus cabelos incendiados, passando para sua bochecha, onde faço um circo com meu dedo.

- Apanhei-te. - Quando estava me preparando para beijá-la, escuto gritos da Lorie, vindo do corredor. Rapidamente me afasto dela. Sem mais nenhuma palavra saio quase a correr do seu quarto (Eu ia beijá-la. Eu definitivamente iria). - Mas que gritaria vem a ser esta. – Pergunto para Lorie.

- Foi o Peter! – Fala cruzando os braços. – Eu queria brincar com ele, mas ele disse que não queria, porque vai tocar piano. – Respiro fundo.

- Lorie, tens que entender que nem tudo tem de ser como nós queremos. Se o Peter não quer, não o podes obrigar!

- Mas eu sou sua irmã, ele tem obrigação de brincar comigo. – Ela pega seu boneco do chão e corre para seu quarto.

- Lorie, volte aqui! – Caminho até seu quarto.

Mary Narrando

Não acredito... nós quase nos beijámos. Eu nunca quis tanto algo (Espera o quê?). Eu... será que estou começando a criar uma atração pelo o Nicolae? Isso não pode acontecer, ele não quer nada comigo, porque se ele quisesse, não teria saído quase correndo de perto de mim.

Atiro-me para minha cama e coloco a almofada sob meu rosto.

- Acorda, Mary!! Isso não vai dar certo, ele não sente nada para além de amizade por ti! – Falo para mim mesma, pode ser que assim coloque isso mesmo fixo.

Me levanto e tiro meu robe, voltando de seguida, novamente para minha cama. Pego no livro de Nicolae e leio (Amanhã vou devolver ele, pois vou terminá-lo hoje mesmo).

Na manhã seguinte

É hoje, será hoje que iniciarei meu trabalho, abro o meu armário e escolho a roupa mais adequada. Optei por usar uma saia lápis preta, com uma blusa azul escura e uns sapatos de salto alto pretos. No meu cabelo eu simplesmente passei uma escova.

Quanto estou pronta, saio do quarto e paro na mesma hora que escuto um assobio (viro-me).

- Nossa, coitadinha! Eu não tenho aulas de literatura, mas se for para ter uma professora tão sexy... eu com certeza me escreverei.

- Pois, mas temos pena.

Começo a andar para o andar debaixo e ainda consigo escutar ele rindo. Entro na cozinha e só encontro o Peter à mesa.

- Onde está todo o mundo? – Ele olha para mim e sorri.

- Não sei, apenas sei que já está na hora de irmos. – Concordo.

- Claro, vamos. – Quando me viro, bato contra um corpo alto. – Nicolae, meu deus, que desastrada, desculpe. – Sinto seu olhar passar por toda minha roupa e coro imediatamente.

- Bom dia, Mary! – Sorrio. – Já vão. – Diz dando um passo para trás.

- Sim, temos que ir. – Peter fala, mas em nenhum momento meu olhar sai do Nicolae, e com ele não é diferente.

- Tudo bem... então... - Olha para mim. – Bom trabalho. – Sorrio tímida.

- Obrigada. – Eu e Peter andamos até à saída e fomos a caminho da escola, a pé (a pedido meu).

Is it love? Nicolae Bartholy [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora