Capítulo 1

465 48 8
                                    

Mary Narrando

Lá estou eu, a caminho da casa de um completo desconhecido. Pelo o que minha mãe e meu pai disseram-me é necessário eu ir mais ou menos três meses antes do casamento. Para ter tempo de eu conhecer o noivo e vice-versa. Não estou lá muito contente, afinal eu nunca pedi para me casar.

Qual é a probabilidade de nascer um amor em um casamento literalmente forçado? Mínimas, eu sei.

Estou agora olhando todo o caminho pela janela, escutando música em meu Mp3. Estou começando a acreditar que ele será o meu maior aleado. Vejo mais à frente um letreiro dizendo "BEM-VINDO A MISTERY SPELL". Respiro fundo, ganhando coragem pelo o que virá.

- MARY! - Assusto-me com o grito da minha mãe. Tiro meus auscultadores dos ouvidos, assustada.

- Que susto, mãe! O que se passou?

- Estamos chegando, amanhe seu cabelo. - Suspiro.

Pego no espelho que a mesma segura nas mãos.

- Filha, não esquece no começo o amor pode demorar para chegar, mas logo chega e será lindo! - Diz meu pai convicto.

- Chegamos! - Minha mãe fala alto, toda feliz.

Assim que vejo o carro do meu pai entrando por uns portões, tento acalmar os nervos que comecem a fluir. Meu pai estaciona o carro e minha mãe nem espera, pois sai dele toda sorridente. Abro a porta meio receosa e encaro a linda mansão em minha frente.

- Vamos, já estão nos esperando. - Meu pai avisa, andando em direção da porta.

Minha mãe corre até mim e confere tudo o que possa estar mal aprontado em minha pessoa.

- És linda, ele será um rapaz de sorte. - Sorrio.

Escutamos a porta abrir e minha mãe se vira de imediato, sorrindo.

Damos de caras com o Viktor, ele sorri assim que percebe que somos nós.

- Entrem, entrem. - Fala sorrindo. - Estávamos esperando por vocês.

Entramos dentro de casa e meu primeiro instinto é olhar tudo à minha volta. É uma casa muito requintada, disso não há dúvidas. Seguimos o Viktor e chegamos perto de um cômodo, penso que seja a sala de estar.

Assim que entramos, olho novamente ao redor, é tudo muito bonito. Quando meu olhar caí em frente me deparo com quatro figuras. Meu olhar permanece sobre um homem com cabelos compridos. (Realmente bonito)

- Esses são os meus filhos. - Aponta para eles. Sinto o olhar de todos em mim e coro violentamente. - A mais nova, Lorie. - Meus olhos vão de encontro a uma adorável criança de cabelos rosa e olhos cor de âmbar. - O Drogo, o mais novo dos rapazes. - Aponta para o rapaz de cabelos loiros e olhos cor de mel. (Ele demonstra que aquilo é tudo menos o que ele realmente quer estar presente) - O Peter. - Aponta para o rapaz de cabelos pretos-azulados e olhos cor de esmeralda. - E o Nicolae. - Meus olhos caiem sobre ele, seus cabelos são compridos e castanhos, seu olhar é intenso com uma cor verde-azulada. - O mais velho e o seu futuro marido, menina Mary. - Sorrio falsamente.

- Prazer. - Digo apenas.

- Então, filha! - Pulo de susto com o chamado da minha mãe. - Não cumprimentas o teu noivo? - Engulo em seco e aceno relutante andando até ele.

- Mas a sua filha não tem que fazer nada. - Paro quando escuto a voz do Viktor em minhas costas. - Meu filho é quem deveria cumprimentar, afinal de contas... quem é o homem aqui? - Fecho os olhos e respiro fundo.

- Claro. - Escuto a voz do tal Nicolae. - Eu é que não fui educado, minhas sinceras desculpas. - Vejo ele caminhar até mim e pega minha mão gentilmente, levando a mesma até seus lábios. - Prazer. - Sorrio.

- Prazer. - Tiro minha mão da sua, sem ser de forma violenta.

Sinto uns olhos âmbar fixados em mim e viro em sua direção, sorrindo.

- Olá. - Ela se esconde do atrás do seu irmão Peter, se não me engano. Não consigo deixar de soltar uma risadinha com a cena.

- Gostariam de um aperitivo? Esta noite deve ser comemorada com uma janta especial, não acham? - Viktor pergunta.

- Ah sim, era encantador. - Minha mãe concorda.

- Não acho que vai dar. - Olho para meu pai. - Querida, eu terei um jantar de negócios, apenas vim trazer nossa filha. Aposto que ela agora está em boas mãos. - Manda um sorriso para mim.

- Ah claro, eu também irei sair de viagem daqui a pouco. - O quê? Ficarei sozinha nessa casa com pessoas que eu não conheço?

- Vida de negócios é muito maçante. - Reviro os olhos com a cena.

- Bom, filha. - Meu pai caminha até mim. - Sentirei saudades. - Beija minha testa e me seguro para não chorar. - A casa ficará vazia.

- Ela ficará bem, está entregue. - Como é óbvio, ela nem se interessa em despedir. - Adeus, querida! - Pega no braço do meu pai e manda um beijo no ar. Sorrio tristemente.

- Adeus. - Assim que eles saem o silêncio se apodera do cômodo.

- Vem. - Escuto a voz do Viktor e me viro fingindo estar feliz. - Meu filho vai mostrar o quarto onde irão dormir, enquanto isso eu vou preparar minha mala. - Onde VAMOS dormir? Vou dormir com ele?

-Onde vamos dormir? - Não consigo esconder a surpresa. - Mas eu pensi que... - Deixo a frase morrer, assim que sinto o olhar de todos em mim. - Tudo bem.. - Olho para Nicolae.

- Com licença. - Viktor sobe as escadas me deixando sozinha com seus filhos.

- Com que então, a coitadinha que meu irmão irá se casar é você. - O garoto loiro fala e arregalo meus olhos como reação ao apelido que ele me deu.

- Chega, Drogo. - Nicolae o repreende.

- O quê? - Pergunta sem entender.

- Não, está tudo bem... - Digo baixo.

- Tu vais ser namorada do meu irmão. - Escuto a voz feminina e olho em direção da menina. - Eu não quero que meu irmão tenha uma namorada.

- Meu deus. - Escuto o Nicolae. - Vem, vou mostrar o quarto. - Aceno e o sigo. - Desculpe a forma como meus irmãos te receberam, é que isso foi tudo muito em cima da hora e...

- Não precisas de justificar, eu não pensei que seria bem-recebida. - Interrompe-o.

- Certo... - Abre a porta de um quarto. - É aqui. Se quiser mudar algo me diga, eu não me importo...

- Eu realmente... não pensei que fossemos dormir já no mesmo quarto. - Aquilo sai da minha boca e sinto um alivio dentro de mim.

- Pois, nem eu. - Ele parece que sentiu o mesmo alivio que eu. - Viktor quando sair, quer dizer, meu pai quando sair, irei mostrar-lhe onde vai dormir. - Sorrio.

- Certo. - Ficamos em silêncio e meu olhar caí em uma estante de livros (minha paixão). Sem conseguir me conter ando até à estante e toco em alguns livros, lendo o nome de cada um.

E foi isso, espero que tanham gostado!
Beijo 😘

Is it love? Nicolae Bartholy [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora