Capítulo 3

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Mary Narrando

Volto para a mansão depois de uma boa caçada. Assim que entro dou de caras com o Drogo, que me olha questionando.

- Nicolae, encontrei a coitadinha! - Levanto uma sobrancelha.

- Eu estive perdida? - Pergunto.

- Aparentemente sim. - Diz e logo vejo o Nicolae entrar no all.

- Estás doida? - Arregalo os olhos. - Onde estiveste?

- Bom, estive a caçar! - Digo normalmente.

- Estiveste a caçar para quê exatamente? - Ele está exaltado. - Tens noção dos perigos que nos rodeia? - Reviro os olhos. - Mary, isso não é onde estavas morando. Isto é muito mais pequeno, o perigo é mil vez mais ativo.

- Mas eu nem fui para muito longe, apenas andei até à floresta desse vosso jardim.

- Isso não justificativa. Nós temos nosso alimento guardado, e quando ele acaba nós vamos todos juntos, escuta bem, to-dos Jun-tos caçar. - Pareço uma pequena de seis anos que está ouvindo um sermão de seu pai.

- Eu não me senti à vontade! Ok? - Ele pára de falar. - Eu não acho que deva invadir vossa sala de jantar, quando nem sou bem-recebida na casa.

Subo as escadas com minha super velocidade e me tranco no quarto. Sinto saudades de casa, pelo menos lá, eu saía quando queria e não era um noivinho que me iria proibir. Nem casados ainda somos e ele já quer mandar em mim!

Escuto baterem na minha porta, mas eu ignoro.

- Mary! - É o Nicolae. - Abra a porta... - Não respondo. - Por favor... - Fecho os olhos e respiro fundo, saindo da cama e abrindo a porta.

Caminho até minha cama e me sento na mesma, olhando para o nada.

- Eu... desculpe. Mary... - Não olho para ele. - É que de manhã, quando não vi você em seu quarto...

- Entras-te em meu quarto? - Questiono sem o olhar ainda.

- Sim, eu vim chamar você, para tomar o pequeno-almoço connosco. - Respiro fundo. - Mas quando cheguei... não estavas, então pensei logo que poderias estar perdida por aí, afinal de contas não conheces Mistery Spell e nem conheces os inimigos presentes cá. - Olho para ele.

- Eu fui irresponsável... admito!

- Vem... - Ele me estende a mão e fico sem entender. - Tem umas pessoas que querem te dizer algo. - Fico exitante, mas logo me levanto, ignorando sua mão (Toma para aprenderes).

Vejo um meio sorriso em seus lábios, aposto que é por ter recusado sua mão tão abertamente.

Sigo ele para fora do quarto e descemos as escadas indo em direção à sala de estar. Lá estão o Drogo, o Peter e a Lorie (Me aproximo sem entender).

- Essas pessoas têm algo a te dizer. - Olha para ele e eu sigo seu olhar.

- Desculpa. - O Peter fala, franzo o cenho. - Não te recebemos da forma mais correta...

- É coitadinha, não queria que pensasses que tinhamos algo contra ti.

- Eu não tenho nada a dizer. - Tenho o pressentimento que essa menina, vai ser problema.

- Lorie! - Nicolae a repreende.

- Deixa estar. Ela é só uma criança. - Tranquilizo.

- Sou uma criança que pode chegar a ser mais velha que você! - Não consigo conter uma risadinha. - De que estás a rir-te? Eu tenho 150 anos!!

- Nossa, que menina de adulta. - Brinco.

- Então, coitadinha... agora a curiosidade cresceu, quantos anos tens? - Sorrio.

- Eu tenho 300 anos. - Todos parecem surpresos.

- Tens quase a minha idade. - Nicolae comenta.

- Tens mais idade que nos os três. - Sorrio.

- Já agora... - Fico atenta nas próximas falas do Drogo. - Se tens esses anos todos, tua experiência deve ser ótima. - Levanto uma sobrancelha. - Acho que vou trocar com o Nico. - Arregalo os olhos. (Ele está falando em experiência na... na cama?)

- Drogo! - Nicolae o adverte.

- Calma, só gosto de mulher mais velhas nada demais. - Tento segurar o riso. - O que foi?

- É que eu sou igual. - Ele levanta a sobrancelha.

- Como assim?

- Também gosto de mais velhos, não de bebezinhos como você. - Todos caiem na gargalhada menos o Drogo, que fica emburrado.

- Mas agora falando sério. - Peter começa. - O que vais ser? - Enrrugo minha testa.

- O que eu vou ser?

- É que nós todos, fingimos ter uma vida normal. Por exemplo, o Drogo e o Peter vão para a faculdade. - Aceno. - A Lorie para o Colégio e eu trato das responsabilidades aqui em casa.

- Ah entendi, eu em minha casa, nós meio que viviamos assim também. Só que eu não saía de casa, a não ser para caçar.

- Entendemos, mas a nossa dúvida agora é essa mesmo. - Olho para Peter. - Vais querer continuar como antes, ou querer algo mais?

- Bom, eu acho que minha aparência não seja de aluna... a não ser que me faça de burra, que perde todos os anos. - Eles riem.

- Podes ter algum emprego.

- Estou entendendo... e se eu for professora na vossa faculdade? - Nicolae parece pensar um pouco.

- É uma boa idéia. - Ele se senta. - Como as aulas ainda não começaram poderíamos fazer a tua inscrição... mas temos um probleminha, você não tem nenhum decumento que comprove que dás ensino. - Sorrio matreira.

- Isso eu acho que posso resolver!

- Como assim?

- Quando eu fui transformada, fui presenteada. - Ele arregala os olhos.

- Como assim? - Drogo pergunta.

- Eu hipnotizo as pessoas, consigo fazer a diretora ou diretor dessa faculdade, pensarem que eu dei meu currículo e me aceitarem logo de caras. Seria professora de literatura, sem nem mesmo levantar suspeitas.

- Parece que nosso Nicolae não é o único com poderes especiais acrescentados.

- Pois é... parece que não. - Sorrio.

- Bom... eu meio que estou cansada. - Digo indo até à porta da sala de estar. - Vou me aposentar um pouco e ler um livro. - Olho para Nicolae, que percebe que me refiro ao livro que ele me emprestou. - Com licença. - Saio da sala indo para meu quarto.

Nicolae Narrando

- Bom, acho que também vou me aposentar. - Digo me levantando. - Vamos, Lorie? - Ela pula do sofá e vem para meu colo.

- Podes me contar uma história? - Sorrio.

- Claro, vamos. - Ando até ao quarto da Lorie, e coloco ela em sua cama. Aconchegada em seus cobertores.

- Nicolae.

- Sim?

- Tu gostas da Mary? - Arregalo os olhos com sua pergunta.

- Não posso dizer tal coisa Lorie, eu ainda não a conheço direito. Só nos vimos ontem.

- Mas então porque estão namorando? - Respiro fundo.

- Porque estou fazendo um favor ao Viktor.

- Ah sim... Sabes já não quero história, acho que vou dormir já. - Cerro os olhos brincalhão. (Essa matreira só queria informações)

- Boa noite então, Lorie. - Beijo sua testa e saio do quarto, indo para o meu.

Olho para a porta em frente do meu quarto e respiro fundo.

Is it love? Nicolae Bartholy [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora