Capítulo 11

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Mary Narrando

Hoje eu mal esperei por Peter para ir para a faculdade, tinha que preparar o que havia tido como ideia ontem à noite. Entro na sala de aula e coloco várias das obras de William Shakespeare, em cada lugar de cada aluno.

Quando finalmente o sinal toca os alunos comecem a entrar e a se sentar em seus respetivos lugares. Consigo ver que em seus olhares existe uma certa curiosidade por conta das obras expostas nas mesas.

- Atenção gente. - Bato palmas e todos se sentem. - Vamos começar. - Levanto um braço no ar para chamar-lhes a atenção. - Olhem aqui, deixem vos falar uma coisa. - Todos me encaram, enquanto me sento em minha mesa. - Eu soube, que tem alunos muito interessados nas peças de Shakespeare. - Sorrio. - E como eu também tenho uma queda pelo o bardo, a gente vai fazer aqui o que alguns já estão fazendo em segredo. - Vejo a Sarah se contorcer no momento.

- Mas quem, Mary? - A Ana, uma do grupo dos cabulistas comenta.

- Cala a boca. - A Sarah reclama com a Ana.

- Ah, isso não vem ao caso. - Respeito se a Sarah quer meter em silêncio.

- Ok, mas o que é que a gente tem que fazer? - Rodolfo pergunta meio aborrecido.

- Vocês vão formar duplas. - Falo sorrindo. - E vão encenar aqui, na sala, algumas peças de Shakespeare!

- Mesmo? - O entusiasmo da Daniela é bem transparente. - Mas que peças?

- Bom, eu coloquei algumas em cada mesa, mas ainda vou decidir quando as duplas estiverem feitas.

- Mas que coisa chata, hein Mary!

- Você vai ver que não, Anthony! - Me levanto da mesa. - A turma vai ser dividida em duplas mistas, tudo bem? - Falo andando pela sala.

- M-mas porquê duplas mistas? - O Sandro fala baixinho, ele é bem envergonhado.

- Porque a maioria das peças dele falam de casal! - Levanto os braços para o ar. - E porque eu quero, ok? Vai, quem vai começar? - Olho para a Sarah que tem um sorrisinho no rosto. - Quem vai ser o primeiro a escolher?

- Ah, escolhe você, Mary!

- Tudo bem, eu vou escolher. - Ando para trás da minha mesa. - Mas depois eu não quero ouvir reclamações! - Olho mais uma vez para a turma e escuto a Ana e a Daniela conversando.

- Vem cá, isso é coisa sua e do Anthony? - Daniela faz cara feia.

- Não, claro que não...  Ahh... - Elas olham para Sarah ao mesmo tempo e contenho uma risada.

- Vocês perderam alguma coisa em minha pessoa? - As duas meninas se viram para a frente sorrindo.

- Foi ela. - Daniela esclarece o óbvio e elas riem.

- Meninas menos, por favor, ok? - Tento fazer com que a Sarah fique à vontade.

Escuto o sinal tocar e vejo todos arrumando seus materiais.

- Na próxima aula eu digo as duplas, até amanhã.

Suspiro feliz, eu gosto disso. Começo a arrumar meus materiais e saio da escola em seguida. Hoje não tenho mais aulas, por isso posso passar meu dia livre.

Chego na mansão e quando abro a porta, o silêncio predomina no local (Vai ver não tem ninguém em casa). Dou uma vista de olhos por toda a casa e é oficial, eu estou sozinha!

Posso ser um pouco má, mas eu queria mesmo isso. Estou a ver que a partir de hoje eu amo as sextas-feiras. Vou para meu quarto e tomo um banho, quando saio nem me dou ao trabalho em vestir e saio do quarto enrolada numa toalha e cantando. Ando até à cozinha e vejo o que tem por lá, pego na jarra, mas antes de beber provo o sabor (Hmm, sangue O-, gostei). Encho meu copo e bebo um pouco.

- AHH!! - Tomo o susto quando me viro. Nicolae está parado olhando para meu corpo, minuciosamente. - Uhum... é e-eu, bom eu pen-sei que, que estava sozinha e... oh meu deus. - Fico vermelha só de lembrar que estou de toalha.

- Mary, melhor ires trocar-te, poderia ter sido outra pessoa. - Aceno envergonha.

- Eu sei... foi irresponsável, mas tinha tanto tempo que não estava sozinha, me deixei levar. - Ele solta uma risadinha e se aproxima.

- É compreensível. - Ele toca minha bochecha com a ponta dos dedos. - Bom... melhor ires. - Aceno e passo por ele com o meu rosto fervendo (Estou quente e agora não sei se é só pela vergonha).

Nicolae Narrando

Estou muito arruinado, toda a minha sanidade se foi naquele momento. Como eu queria poder ver o que estava por debaixo daquela toalha... como eu adoraria tocar.

Eu estou em um dia péssimo, pelos vistos a nova babá da Lorie vem hoje mesmo... e nem preparei nada, não fui nas compras nem nada. Temos que convocar uma reunião para definir tudo, especialmente para que a Mary, que nem está habituada a esse tipo de situações, se preparar. Porém, vê-la naquela toalha fez com que algum stress, fosse substituído por um desejo grandioso.

Caminho até à biblioteca e novamente encontro a Mary, mas felizmente ela está vestida, não sei se me controlaria dessa vez.

- Estou vendo que estás mais... vestida. - Ela novamente se vira assustada e fica vermelha com meu comentário.

- É sim, parece que sim! - Sorrio e ando até ela.

- William Shakespeare? - Sorrio encarando o livro na sua mão.

- Sim, é para uma aula.

- Turma do Peter? - Nega.

- É para outra turma, parece que tem uns alunos muito interessados em Shakespeare. - Levanto uma sobrancelha. - Vem, vou contar-te.

Sentamo-nos no sofá e ela conta a história toda. É impossível não rir, ao saber que ela foi utilizada de escapatória.

- Aí eu estou fazendo esses dois meninos se juntarem. - Termina completa.

- Achas que eles gostam um do outro? - Sorri.

- Eu penso que sim, mas é aquele romance jovem, estão descobrindo ainda se é amor. - Aceno.

- Bem, eu acredito que consigas. - Me levanto. - Tenho que terminar uns assuntos aqui de casa, logo teremos uma reunião, assim que o Drogo e o Peter chegarem, iremos para a sala de estar. - Ela acena e sorri. - Com licença. - Saio da sala com um sorriso estúpido nos lábios.

Is it love? Nicolae Bartholy [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora