Capítulo XXXIII - Descobertas (Aliança)

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A troca de turno dos soldados da Bastilha de Ventobravo acabara de acontecer. Era o final daquela madrugada, o sol mal começava a nascer, mas o movimento já era intenso no local. Aqueles que acabaram de chegar a seus postos, alguns ainda cheios de sono, não se espantaram em ver o rei Varian Wrynn acordado, analisando o novo mapa da imensa mesa do salão, mapa esse onde fora recentemente incluído as novas terras descobertas, apenas admiraram que o rei estivesse disposto tão cedo e admiravam sua capacidade de acordar daquela forma. Não sabia que Varian sequer havia dormido.

Desde que seu filho sumira, Varian não tivera uma única boa noite de sono. Deitava-se e remexia-se, enquanto as imagens de Anduin morto vinham à sua cabeça a todo instante. Depois que Lina partira, as coisas pioraram. Trancara-se em sua agonia, recusando qualquer oferenda de consolo e se apegou à esperança que os dois, em breve, voltariam.

Cada vez que as notícias chegavam de Pandaria, seu coração se apertava. E depois que lia os relatórios e não havia nenhuma notícia de Anduin ou Lina, seu coração tentava não cair no desespero. Sabia que a general estava empenhada na procura, pois a Almirante Rogers dissera que Lina havia 'sumido' em meio a Pandária, após fazer contato com os nativos. Como ouvira da própria Lina que faria aquilo, não se preocupou. Porém, já fazia um mês que ela havia partido e Varian já cogitava seriamente simplesmente tomar o portal e aparecer em terras pandarenas.

Naquela manhã estava previsto a chegada de mais notícias, então ele não conseguira dormir e estava à espera do mensageiro quando a porta de abriu. Levantou a cabeça e o que viu fez suas pernas fraquejarem.

Lina estava parada na porta, com um sorriso no rosto.

- Encontrei Anduin e ele está bem. - ela disse. - E você parece cansado, Varian.

Não vossa majestade ou rei. Varian. Era Lina ali e não a general Wood.

Varian não pensou, seu corpo apenas se moveu, vencendo a distância entre eles e a abraçou. Lina não fugiu do contato e deixou-se ser abraçada com força por Varian. Depois do abraço, ele a beijou com paixão e desespero, apertando-a contra o corpo, como se quisesse absorvê-la. Ao ouvir o gemido de dor dela, Varian percebeu que o abraço devia estar apertado e a soltou.

- Lina... - ele murmurou colocando a mão no rosto dela – Eu sabia que você ia encontrá-lo. - e olhando ao redor, franziu o cenho e estranhou – Ele foi para o quarto ou...

- Anduin está bem. - ela disse novamente – Mas se recusou a voltar.

E antes que Varian dissesse algo, ela o soltou gentilmente e pôs um pergaminho selado na mão dele.

- Ele te enviou isso. - falou ela.

Varian pegou o pergaminho, ainda tentando entender as palavras de Lina. Olhou para o pergaminho e depois para Lina e ela fez um gesto com a cabeça, para que ele lesse. Varian caminhou até a mesa do mapa, sentou-se e abriu o pergaminho. Lina sentou-se em frente a ele e esperou.

"Querido pai,

Sei que você deve estar muito chateado comigo nesse momento, pois me recusei a voltar a Ventobravo. Antes de tudo, te digo que a Lina tentou e muito. Não a culpe. Tive, inclusive, que usar meu posto, coisa que detesto, para fazê-la me ouvir e não me levar amarrado de volta para a Bastilha. Para seu alívio, ela deixou Pandora para ficar de olho em mim enquanto ela volta a Ventobravo. Tive que prometer não sair do Templo da Garça Vermelha até a volta de Lina e pretendo cumprir a promessa. Então, não se preocupe.

Meu pai, essas terras são maravilhosas. Tantas belezas e um povo pacífico e forte, que protegem sua família, amigos e terra, cuja lealdade é guiada pelo coração... Me dói ver essa terra assolada pela guerra e pretendo fazer o que estiver ao meu alcance para evitar o sofrimento desse povo que acolheu a mim, a Pandora e a Pietro, quando mais precisamos.

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